O Dia do Orgulho Autista é comemorado daqui a pouco, em 18 de junho. A data foi criada pelos próprios autistas em meio ao mês da diversidade, quando também é comemorado o Orgulho LGBTQIAP+. Assim, nada mais adequado que escutar o que autistas falam sobre esse dia e também, sobre o autismo:
O dia do orgulho autista é comemorado no dia 18 de junho e foi criado por um grupo de autistas americanos chamado Aspies for Freedom em 2005. É um dia de celebração da neurodiversidade das pessoas autistas, das mudanças positivas que trazemos à sociedade em geral e uma tentativa de enfatizar que as pessoas autistas sempre foram uma parte importante da cultura humana. É uma comemoração criada por autistas e para autistas.
A data de 18 de junho não é sobre as famílias e nem sobre sentirem ou não orgulho de seus filhos. Mas sim dos filhos se sentirem como quiserem com sua condição.
Diferente do famoso dia 02 de abril de conscientização que foi criado por pais e profissionais, o dia 18 de junho foi escolhido por nós e para que nós, os próprios autistas, possamos falar de como nos sentimos.
- Rita Louzeiro – Presidente da Abraça – Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas Autistas
O termo neurodiversidade foi cunhado, em 1999, por Judy Singer, uma socióloga asperger da Austrália.
Outros autistas juntaram-se a ela em defesa da ideia de que o autismo não precisa ser encarado como uma doença a ser curada, mas como um modo profundamente diferente de ser e de estar no mundo.
O Dia do Orgulho Autista é comemorado em diversos países, inclusive no Brasil, graças a esse movimento que ainda é pouco conhecido por aqui.
Assim como o orgulho negro é importante para a construção da identidade negra de maneira positiva, assim como o orgulho gay serve para a afirmação positiva da identidade homossexual, nesse mesmíssimo sentido, há o orgulho autista. Quem não é negro não sente orgulho negro. Quem não é gay não sente orgulho gay. Quem não é autista não sente orgulho autista. É um orgulho político, de autoafirmação diante de um mundo que nos coloca sempre como errados. Há também o orgulho surdo, o orgulho down. É um termo que faz parte das lutas dos movimentos de minorias. Estou muito feliz em ver o crescimento dessa ideia no Brasil.
Não tem cura, não tem cara, não é uma doença.
É um espectro, com muitas nuances.
Respeito passa por inclusão e acessibilidade.
MAS VOCÊ NÃO PARECE AUTISTA!!
Não existe essa de cara de autista!
Autismo não tem cara, cor, sexo ou sei lá.
Talvez um ativista autista adulto não pareça com seu primo de cinco anos, mesmo ambos sendo igualmente autistas.
IDADES DIFERENTES, EXPERIÊNCIAS DIFERENTES, VISÕES DIFERENTES!
Autistas, pessoas autistas preferem ser chamadas assim, pessoas autistas ou simplesmente autistas, não pessoas com autismo nem (eca!) pessoas com TEA.
- Luciana Viegas – Criadora do Vidas Negras com Deficiência Importam
A luta é por garantia de direitos, mas não só por garantia de direitos. É por afeto e acolhimento.
Casar e ter filhos não faz de mim menos autista, as dificuldades existem e uma rede de apoio é essencial. Para qualquer família.
Autismo é considerada uma deficiência em razão das barreiras que os autistas encontram no ambiente para acessar direitos simples como estudar, trabalhar, etc. A forma como o autista se comunica é diferente do não autista, e isso gera muitos problemas.