O celular toca insistentemente, interrompendo nosso café da manhã tardio, neste feriado religioso de Shemini Atseret, que é também Shabat, o dia semanal de descanso dos judeus, que vai da primeira estrela da sexta-feira à primeira estrela do sábado. Devia ser 11h. Um amigo israelense, que dias antes havia contado feliz da vida que iria para o belo balneário de Eilat, ao sul de Israel, e, depois, para as paradisíacas praias do Sinai, no Egito, onde também estive, em 1985, diz ofegante ao telefone:
– Estou indo embora de Eilat.
Acho estranho. Eilat é linda e, pelo que recordo, ele disse que permaneceria alguns dias em um hotel da cidade, antes de entrar no país vizinho.
– Mas tu já vais para o Egito? – indago.
– Claro que não! Você está maluco?
Fico confuso. Será brincadeira?
– Não entendi.
– Não sabe o que aconteceu? Fomos atacados. Entraram centenas de terroristas e também dispararam milhares de mísseis. Há muita gente morta no sul do país. Parece que são mais de 50. Israel já declarou guerra como resposta ao Hamas. Estamos em guerra! Já estou na estrada com minha esposa e minhas duas filhas e agora atravessarei o Neguev até nossa casa. Está tudo vazio e não sabemos o que pode acontecer. É assustador. Liga a televisão. Liga a televisão! Fique atento aos avisos de segurança. E não saia de casa. Repito: estamos em guerra!
Maria e eu vivemos em um belo e aprazível apartamento, que alugamos em uma das áreas altas da terceira maior cidade do país, a 36 km da fronteira com o Líbano e a 40 km da Síria. Erguida nas encostas do Monte Carmelo, Haifa, cuja história remonta aos tempos bíblicos, tem ampla faixa costeira junto ao mar Mediterrâneo e área verde preservada nas suas muitas praças, parques e matas nativas.
Acima de tudo, nos encanta em Haifa a diversidade populacional. Com cerca de 300 mil habitantes, há judeus seculares e de todas as linhas religiosas, árabes muçulmanos e cristãos; drusos – a maioria vive em vilas vizinhas e trabalha na cidade; e um bom número de Bahá’ís, já que ali estão os jardins de 200 mil metros quadrados, onde está situado o Santuário do Báb (com os restos mortais do fundador da religião, Baháú´llah) e o Centro Mundial Bahá’í, o que leva à cidade voluntários internacionais e peregrinos bahá’is de todo o mundo. Há também duas instituições de ensino de excelência, que atraem estudantes dos mais diversos países: o Technion e a Universidade de Haifa. A cidade é palco da segunda maior parada LGBTQIA+ do país – a primeira é Tel Aviv – e, claro, do Oriente Médio.
Com uma sala ampla, dois quartos (um deles, o Mamad, que é um espaço de segurança, feito com concreto armado, para situações de guerra, mas que é também utilizado pelos israelenses como quarto de crianças, sala de televisão ou escritório), possui uma bela sacada, com vista para as colinas e para um parque. Era tudo o que queríamos. O apartamento dos sonhos!
Mas logo descobrimos que não é bem assim. Há entre as árvores um playground. Destaquemos que as famílias israelenses são grandes, especialmente as dos judeus ortodoxos. Algumas vezes, Maria conta as crianças a partir da sacada, enquanto passeiam pelo parque: “um, dois, três… sete, oito”, até que vemos a mãe, com a barriga saliente. “E vem mais dentro de alguns meses”, diz. Também os israelenses, judeus e árabes, não tão religiosos assim, têm um número surpreendentemente grande de crianças para um país desenvolvido; cerca de três filhos por família, quase o dobro de países como Dinamarca, Inglaterra, Estados Unidos e Austrália.
Por isso, após a calma da manhã, quando a gurizada está na escola, pouco depois do almoço, das 15h e 19h, é impossível ficar na sacada, tamanha a gritaria. Impossível é pouco. O termo mais exato é insuportável! “Joga”, “Mããããããnhe…”, “Pai, veja como pulo alto!” Isso sem contar os cães latindo e as bolas de futebol batendo nos muros transformados em gols ou parceiros de tabelinhas. Que inferno!
Maria e eu odiamos a praça, o playground, os pais, as crianças e os malditos animais.
Por sorte, a porta da sacada para a sala tem vidros duplos, assim como as janelas; e não se ouve um único ruído quando ficamos dentro da nossa caixa.
Mas agora, todas as nossas atenções estão voltadas para o conflito. Após algumas horas, cansados de olhar para a televisão, conversar com vizinhos do prédio e de telefonar para conhecidos e fontes em busca de informações e depoimentos (comecei ainda no dia 7 a trabalhar para televisões e rádios do Brasil), vamos até a sacada para respirar um pouco de ar.
São 17h. Há um silêncio impressionante. Não há ninguém na praça. Nenhuma criança. Nenhum adulto. Nada de cães, nem os de rua. Tampouco os javalis que volta e meia aparecem nas cidades israelenses, especialmente ao norte do país. Além da praça, também a rua está completamente vazia.
Maria e eu nos olhamos.
– Que saudades de ver aquelas crianças barulhentas.
Aquele silêncio nos angustia.
– Que saudades da vida pulsando lá fora!
Prometemos a nós mesmos que nunca mais nos incomodaremos com aquela confusão ensurdecedora, quando as crianças voltarem.
***
No restante do sábado e também nos dias seguintes, os portais e emissoras de rádio e de televisão seguem atualizando as notícias do horror. Informam que mais de mil terroristas do Hamas, da Jihad Islâmica e de outros grupos menores entraram no país a partir de Gaza (mais tarde, soubemos que foram três mil). A cada instante, cresce a contabilidade mórbida de mortos e feridos.
Muitos dos assassinados eram moradores dos kibbutizm (comunidades agrícolas) situados ao sul, como Magen, Nahal Oz, Kfar Aza, Tel Reim e Be’eri, geralmente apoiadores de partidos de esquerda e defensores da solução de dois estados: Israel e Palestina, como a única forma de se chegar à paz. Vários deles faziam trabalhos sociais com moradores de Gaza, território de onde Israel havia se retirado completamente em 2005.
Morreram 364 jovens que participavam de uma rave, o Festival de Música Supernova, quase na fronteira com Gaza. Há uma cena particularmente macabra, que precede à barbárie. Amanhecia o dia – era pouco mais de seis horas, e os jovens, querendo prolongar a festa, celebravam a chegada do sol e do novo dia. No horizonte, visualizaram a chuva de misseis – foram cinco mil disparados a partir de Gaza – que parecia um show pirotécnico. Viram também parapentes motorizados que traziam terroristas. Acharam que fosse parte do espetáculo – um apoteótico happy end. Com a música alta, urravam de alegria, saudando felizes a morte que vinha dos céus. Desgraça que veio ainda através da terra e do mar, já que os cavaleiros do apocalipse chegaram também em motos, picapes, bicicletas e barcos.
Surgem aos poucos nos veículos de comunicação imagens encontradas em câmeras e celulares dos terroristas mortos. Vemos famílias inteiras, com pais e filhos abraçados, fuziladas à queima roupa. Algumas vezes, os terroristas ligam para a família em Gaza, com seus aparelhos ou celulares das vítimas, para celebrar com pais, irmãos e filhos, que haviam assassinados famílias de judeus. Pais, irmãos e filhos! Cães foram abatidos impiedosamente. Bebês, queimados vivos, um deles retirado de dentro do ventre da mãe. Pessoas foram degoladas com pás e picaretas, enquanto se debatiam de dor e horror no chão. Há imagens de mulheres com as calças ensanguentadas, às vezes seminuas, arrastadas pelos cabelos, para seus carros e motos, por homens que agiam como se fossem seus proprietários. Seriam raptadas para Gaza.
Foram levados 251 reféns, de todas as idades, inclusive um bebê, Kfir Bibas, então com dez meses de vida, sequestrado ao lado do irmão, Ariel, de quatro anos, além de outros membros da família. Dos cerca de 1.200 mortos, aproximadamente 700 eram civis. Perderam a vida 71 estrangeiros, quatro deles, brasileiros: as cariocas Bruna Veleanu, de 22 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 42 anos; Michel Nisenbaum, que também tinha a cidadania israelense; e o gaúcho Ranani Nidejelsky Glazer, de 23 anos, cujo enterro cobri para a televisão brasileira.
Não há mísseis sobre Haifa, mas existe tensão, medo, angústia, revolta e tristeza. Os ataques do dia 7 mostraram que os bunkers protegem contra mísseis, mas não contra incursões terroristas. Grande parte das pessoas foi assassinada nos bunkers coletivos ou de suas próprias residências. A preocupação não é só com a própria segurança. Nas conversas no meu prédio e rua onde vivo, não encontro nenhum israelense que não tenha algum parente ou amigo no exército, como soldado ou reservista, ou nas cidades que estão sob o ataque de mísseis, no centro e sul de Israel. Mesmo com o Iron Dome, o sistema de defesa antimísseis desenvolvido para interceptar ou destruir foguetes, mísseis e drones lançados contra o país, não há quem não tema a perda de um filho(a), um avô(ó), sobrinho(a)…
Também Gaza já vive o horror e a tragédia da guerra. Israel retalia com ferocidade. Aviões despejam munição pesada sobre lugares onde acredita estarem os terroristas. Busca caçá-los, libertar os reféns e, segundo a ameaça do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, exterminar o Hamas. Usualmente os armamentos dos grupos palestinos estão escondidos sob escolas e hospitais. Ainda que Israel os chamem “cirúrgicos”, os ataques destroem também a já carente infraestrutura da região e provoca centenas – e depois milhares – de mortes e feridos na população civil palestina. Mortes de civis não podem ser consideradas efeitos colaterais.
O fato de o Hamas ter construído 500 km de túneis para sua própria proteção e para armazenar armamentos e, ao contrário do que acontece em Israel, onde há bunkers nas ruas de quase todas as cidades, também nos edifícios e mesmo em escritórios, casas e apartamentos, agrava ainda mais a situação. Não foi feito nenhum abrigo para a população civil de Gaza, que muitas vezes é utilizada como escudo humano e vê disparos contra Israel feitos a partir de espaços urbanos, como escolas e hospitais.
Até agora, 117 reféns voltaram vivos a Israel – 105 em um acordo de troca de prisioneiros, quatro libertados unilateralmente pelo Hamas e oito resgatados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Voltaram sem vida 37 reféns. O Hamas ainda mantém em seu poder 97 reféns levados há um ano e outros quatro que já estavam nas mãos do grupo. Calcula-se que 33 estejam mortos. Apesar da pressão de grande parte da opinião pública, especialmente das famílias dos reféns, Natanyahu não fecha nenhum acordo com o Hamas e é acusado de prolongar a guerra para permanecer no poder, já que enfrenta dois longos processos por corrupção e suborno.
Fora do governo, pode ser preso. Além disso, o primeiro-ministro, que sempre se vendeu como o senhor segurança, é considerado por grande parte dos israelenses como o principal culpado pelas incríveis falhas de segurança escancaradas no dia 7 de outubro. Alegam os opositores que a energia gasta para tentar mudar o sistema judicial do país (retirando da Suprema Corte o poder de anular decisões do governo e as leis aprovadas pelo Parlamento) e também para garantir a segurança dos cerca de 700 mil colonos extremistas, religiosos e nacionalistas que vivem na Cisjordânia, foi decisiva para fragilizar o sistema de defesa do país. Para se manter no poder, Bibi cada vez mais se apoia em partidos e políticos de extrema-direita, como Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, contrários a acordos em Gaza mas também, e principalmente, com a Autoridade Palestina para a retirada completa de Israel da Cisjordânia.
Meses antes da barbárie genocida cometida pelos terroristas, Israel vivia momentos de euforia devido aos acordos de Abraão assinados no ano 2020, com os muçulmanos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão. Mais do que tudo, entusiasmava os israelenses a perspectiva de paz com a Arábia Saudita, líder dos países sunitas, onde estão situadas Meca e Medina, principais centros do islamismo, e maior rival do Irã, xiita, na busca da hegemonia do mundo islâmico. Fazer a paz sem os palestinos era o sonho dourado da direita israelense.
O massacre do 7 de outubro, seguido pelo horror do antissemitismo, travestido de antissionismo (o movimento de autodeterminação do povo judeu), mexeu e ainda mexe profundamente com a psique e os traumas da maioria sociedade israelense, marcada pela tragédia do extermínio de seis milhões de judeus e pelo silêncio cúmplice ou indiferente do planeta, especialmente das grandes potências, enquanto os judeus eram incinerados. Foi após a Segunda Guerra Mundial o dia em que mais morreram judeus (também foram assassinados não judeus, que estavam na festa, nos kibbutzim e vilarejos da região).
O modo como ocorreu também remeteu aos pogroms ocorridos especialmente no Leste Europeu contra as comunidades judaicas nos séculos 19 e início do 20 e que levaram à morte milhares de pessoas. O silêncio diante de grupos como Hamas, Hezbollah e houtis e países (Irã) que pregam claramente em seus estatutos ou com declarações a destruição de Israel (como o “Mein Kampf”, de Adolf Hitler); as justificativas e relativizações de estupros e assassinatos nas bocas e manifestações da esquerda e grupos humanitários, mesmo os feministas, no mundo inteiro, os pedidos de boicote a empresas de judeus a defesa de todos os movimentos de autodeterminação dos povos, menos o judaico, que é o Sionismo; e as charges antissemitas, iguais em gênero, grau e número, às feitas pelos nazistas durante os anos 20 e 40 do século passado, em nada contribuem para a busca da paz na região. Servem apenas para fortalecer os grupos reacionários e adeptos do “Nós contra Eles”, a partir do ponto de vista de que “Eles querem nos destruir. De novo”.
Escrevo esse texto enquanto os tambores e horrores da guerra são cada vez mais fortes. Deixam o mundo em estado de alerta a escala de “incidentes com o Irã”, patrocinador do Hamas, Herzbollah e houtis; os bombardeios “cirúrgicos” ao Hezbollah no Líbano, que causam centenas de mortes de civis e o êxodo de milhares de pessoas para outras regiões da outrora Suíça do Oriente Médio, aliadas às ameaças do Irã e de seus aliados, à continuidade dos ataques do Hezbollah a Israel) que fizeram 60 mil israelenses saírem de suas casas, trabalhos e cidades e a falta de qualquer solução em Gaza, onde, segundo o ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, já morreram 41 mil pessoas (de acordo com Israel, cerca de 50% são terroristas; já para o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, morreram mais de 41 mil mulheres e crianças, “porque Israel só sabe matar”). Há temores de que a guerra se torne regional e até mesmo que resulte na Terceira Guerra Mundial.
Nos últimos dias em que Maria e eu estivemos em Israel, em maio deste ano, as famílias ainda sofriam pela ausência de seus parentes. A dor pelos reféns há um ano longe de casa e as notícias das mortes de soldados em Gaza e agora também no sul do Líbano, sangram demais as famílias diretamente envolvidas, mas também coletivamente a população israelense.
Ainda assim, a vida aparentava ter voltado a uma certa normalidade.
Os cães.
Os Gatos.
Até mesmo os javalis tinham voltado à praça em frente à nossa sacada.
As ruas estavam mais cheias.
Sempre que possível Maria e eu sentávamos algumas horas na sacada ao final da tarde.
Como havíamos combinado, não nos incomodávamos mais com os gritos exagerados.
Com os latidos.
As bolas batendo nos muros da praça
Os carrinhos de brinquedo rasgando o piso
– A vida pulsava em frente à nossa sacada.
Dava até para sorrir um pouquinho.
Mas não muito.
Mesmo sem ver, sabíamos:
Que ainda há reféns, um deles um bebê!, nos túneis escuros e fétidos de Gaza.
Que ainda existem garotas nas mãos de seus sequestradores.
Que mísseis castigam no dia a dia as cidades israelenses. E enquanto escrevo este texto descubro que um deles atingiu há pouco a cidade de Haifa.
Que há milhares de palestinos sofrendo, passando fome e morrendo.
Que há cada vez mais mortes no Líbano.
Não dá para curtir a vida voltando a pulsar diante de nós nessa praça, quando, mesmo que não vejamos, ela está minguando em tantos lugares.
Quando há tanta desgraça!
A paz é urgente.
É fundamental
Conquistá-la é um processo difícil, claro
Que exige concessões de ambos os lados.
Coragem de todos os lados.
A única solução é a existência de dois estados. Um ao lado do outro.
Israel e Palestina.
Com o reconhecimento dos dois direitos dos dois povos à soberania, autodeterminação e segurança de suas fronteiras.
Difícil, mas não impossível!
Passam dois minutos da meia-noite do dia 7 de outubro de 2024 aqui no Brasil. Em Israel, há um ano, o massacre já havia começado. Mesmo lembrando de todo o horror que aconteceu no dia e, depois, durante todo o ano, quero terminar esse meu longo texto com uma história, que aconteceu um pouco antes do dia dessa grande tragédia.
Estive na embaixada do Brasil, em Ramallah, na Cisjordânia, a convite de um amigo, Davi Windholz, cofundador da organização Mãos para a Paz, rede internacional de Educação para a Paz e Não Violência. Nesse encontro, conheci um grupo de mães israelenses e árabes que haviam perdido seus filhos. Conversei com a israelense Robi Demelin, cujo filho foi morto por um atirador palestino, e com a palestina Laila Alshek, cujo filho foi morto por um soldado israelense. Elas são da Parents Circle, fórum de famílias enlutadas israelenses e palestinas. As duas participam também das entidades de enlutados dentro de suas próprias comunidades.
Há alguns anos, elas não se falavam, assim como várias outras ativistas. Mais que isso: se odiavam. Aos poucos, nos fóruns internacionais, começaram a ouvir as histórias umas das outras.
– De repente eu escutei: “Por mais que eu siga a vida, sempre nas datas comemorativas, por mais que eu esteja feliz, também estarei um pouco triste, porque faltará na mesa o meu filho. Nunca mais terei uma alegria completa”. Aí eu pensei: “Igualzinho ao que acontece comigo” – contou Robi.
Aos poucos, essas mulheres judias e palestinas perceberam que, apesar de suas históricas e profundas diferenças, têm mais sentimentos e histórias que as unem do que as afastam.
– E passamos, mesmo sofrendo muitas pressões de radicais de ambos os lados, a trabalhar juntas e criar ações para que acabem as desconfianças mútuas, para possamos conhecer umas às outras e para que surja, cada vez, mais a cultura da paz – complementou Robi, para logo depois receber um largo e afetivo abraço de Laila.
Faz mais de um ano.
Não consegui ainda contato com elas para saber continuam se encontrando em meio à toda essa loucura e destruição.
Ainda assim, hoje, primeiro aniversário da data que me marcou e marcará para sempre, busco inspiração naquele dia 23 de agosto, quando algumas poucas e bravas mães me deram a esperança de que apesar de tudo, israelenses e palestinos ainda viverão em paz, harmonia e segurança, em seus dois pequenos, mas prósperos e fantásticos países.
Foto da Capa: Acervo do Autor
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