Neymar homenagearia seu Jair quando fizesse seu primeiro gol na Copa do Qatar. Se machucou, voltou e, quando fez o gol, o Brasil acabou eliminado.
Esquerdista dá o golpe de estado no Peru e, em 3 horas, acaba preso.
O inconsciente coletivo civilizatório dá cabeçadas naquele yang medieval do bolsonarismo acampado na frente dos quartéis. Arcanjo Miguel manda o troglodita pra dentro da caverna: “- larga o cabelo dela, fdp”.
Sim, faltou pouco pro fascistóide ganhar! Esse pouco não foi o código-fonte das urnas, nem a conspiração do Foro de São Paulo, tampouco a mamadeira-de-piroca. Foi o Santa Civilização de Lulistas e não-Lulistas que se uniram na crença comum de superação da idade média, na utopia de um mundo sem Damares e Pazuellos.
Porque há quem creia, ou não se importe, com uma Ministra dos Direitos Humanos que minta sobre crianças com os dentes arrancados para facilitar o sexo oral com pedófilos; e/ou com um Ministro da Saúde que dispense vacinas em uma pandemia.
Existem aqueles que só foram pro Uruguai e temem o globalismo ou, depois de conhecer os shoppings de Miami, em uma excursão da CVS, têm alergia ao comunismo. Os típicos consumidores dos óculos amarelos pra dirigir de noite e das esteiras que transformarão sua barriga gorda em um tanquinho.
Com o fechamento dos bingos, e na falta de sexo, esses seres decidiram povoar a frente de quartéis, naquele misto de carência existencial e fetiche por homens de farda, pedindo golpe de estado em nome da democracia (!), no looping infinito das 72 horas.
E as 72 horas passam, e nada. Daí, então, a greve geral: nada. O relatório das FFAA: nada. Pessoas com a camisa “Supremo é o Povo” vaticinam: do dia 10 de dezembro não passa! E nada. Então não haverá diplomação…
Nada faz os idiotas se darem conta que são idiotas. A versão verde amarela de Steve Bannon vende mais que camisa polo em Miami: é barata, bonitinha, não exige inteligência e tá na moda.
Caras que bateram palmas pra um juiz que tirou da eleição o principal adversário do presidente eleito e, na sequência, foi feito ministro do vencedor, agora falam em fraude nas urnas que elegeram seu próprio candidato e injustiça do TSE e STF. Dissonância cognitiva na milésima potência.
Por que eles não partem pra guerrilha? Vão pro Araguaia defender as vozes da sua cabeça? Não! A pensionista de militar solteira aos 68 anos, depois de 9 relações estáveis, que mora em Copacabana, prefere pedir pro exército fazer o trabalho, como manda a empregada (que ela não lembra exatamente o nome) trazer o café na sala enquanto assiste Ana Maria Braga.
As FFAA são a doméstica de nome desconhecido chamadas pra limpar a barra do gordinho de apartamento que perdeu o jogo e quer levar embora a bola pra acabar a partida. Muitos militares se orgulham da senzala moral que os patriotas lhe confinaram: “- sinhozinho gosta da gente, desta vez nos deixou sentar na mesa com eles”!
E lá vai a tia do zap, que não recebe visita da família, piscar lanterna de celular pra satélites da direita viabilizarem o golpe de estado.
Os acampamentos na frente dos quartéis são a revelação de uma sociedade elitista, fascistóide, antidemocrática e tosca, que considera o país a extensão dos seus apartamentos de classe média e as FFAAs uma diarista pronta a ser chamada pra limpar aquilo que consideram sujeira. Amam a democracia desde que confirmem suas preferências pessoais.
Neymar confirmaria a fraude eleitoral, homenageando o presidente derrotado quando fizesse o primeiro gol na Copa do Mundo. A Seleção Brasileira acabou derrotada pela coadjuvante Croácia. O Menino Neymar não homenageou ninguém ao abrir o placar.
A extrema direita teve orgasmos quando um esquerdista tentou um golpe no Peru, preparando teses sobre o imperialismo do Foro de São Paulo e a implantação do comunismo no Brasil, e broxou quando o golpista acabou preso poucas horas depois: #eusouvoceamanha.
Então restou o looping infinito das 72 horas, em que uma sociedade doente se lança no Golpe de Estado na esperança de voltar para uma idade média idealizada, irreal, orientada por uma visão de mundo míope, tacanha e miserável.
Graças a Deus, a civilização não gosta do seu Jair.