O envelhecimento é a última etapa da vida, porém nem todas as pessoas passam por essa fase da mesma maneira. Envelhecer é fruto da história de cada pessoa e a maneira como ela percorreu o longo caminho da vida.
A idade cronológica não significa que nos tornamos mais velhos. O envelhecimento depende de como a pessoa vê a sua vida e de como se sente tendo uma idade mais avançada. O que passamos a observar é que o país está envelhecendo e, em 2045, poderemos atingir a marca de 93 milhões de idosos. O curioso é que o perfil e o comportamento destas pessoas é cada vez mais ativo.
O que vemos hoje é um número alto de pessoas envolvidas em atividades que sempre foi dominada por mais jovens. Correr maratonas, empreender em novos negócios, consumir produtos e serviços que agreguem novas experiências, além de uma busca incessante por conhecimento.
É preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18. Julgar aos 80 anos que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é desconsiderar que a memória é capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e apagar as inseguranças, medos, desilusões afetivas, e os riscos desnecessários que fizemos nessa época.
Já é tempo de considerar que os seres humanos, qualquer que seja a sua idade cronológica, possuem o mesmo valor. É preciso entender que a função do maduro na sociedade é apenas diferente, mas nunca inferior. Incorporar esse novo princípio é um desafio e tanto.
Ainda que demoremos para aceitar o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças e abre espaço para uma diversidade de experiências que antes nem imaginávamos. Como articuladora do Spin Capital Humano, do Coletivo POA Inquieta, organizei e participei de rodas de conversa que trouxeram à tona essa temática. Conheci pessoas fantásticas que revelaram estar no auge da maturidade, empreendendo em outras carreiras, descobrindo novas vocações ou vivendo apenas, a vida em tempo real, sem olhar para a idade.
Portanto, a velhice é relativa porque temos que considerar o fator tempo, e o tempo tem várias medidas. Precisamos perceber que o estilo de vida é que determina como enfrentamos a velhice com maturidade. A sociedade precisa se preparar para receber esse “tsunami prateado”, que mudará o conceito de longevidade e impactará no comportamento do consumidor e negócios. Agora, old is cool.
Mônica Riffel é consultora em maturidade, CEO do AmadureSer, articuladora do POA Inquieta, VP de Diversidade Inclusão da Associação Comercial de POA