A aprovação da PEC da Reforma Tributária é a largada para a corrida da sucessão presidencial em 2026. Já tem gente fortalecida e gente enfraquecida. Os 382 votos favoráveis no primeiro turno e os 375 do segundo turno, por exemplo, mostraram que o cabo eleitoral apresentado pelo PL como grande puxador de votos não puxa tanto… O inelegível presidente de honra do PL, ex-presidente Jair Bolsonaro se posicionou contra, mas não impediu que 20 deputados do próprio partido votassem a favor da reforma.
Como na política nenhum espaço fica vazio, o isolamento do capitão, agora cabo… eleitoral, abriu a brecha para o bolsonarista – mas nem tanto, se vê agora – governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas se posicionar no pelotão de frente da corrida eleitoral mais longa da história. Tarcísio foi favorável à mudança no jeito de cobrar impostos e viu 36 dos 39 deputados do Republicanos – partido dele – votarem a favor.
Contrariando Bolsonaro, para quem ele, Tarcísio, não tem experiência política, o governador paulista posou ao lado (direito) do ministro Fernando Haddad e cunhou a frase que pode, até, servir de mote “tarcisista” na próxima campanha: “Eu sou a favor do Brasil”.
Os louros da histórica aprovação da reforma tributária – discutida e defendida, mas nunca votada nos últimos 35 anos – vão para o governo Lula e, especialmente, para o ministro Fernando Haddad (foto da capa). Mas duas figuras saem laureadas também.
O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP/AL) e o governador paulista. A força (ou a carga da caneta?) de Lira garantiu que as bancadas de centro e de direita votassem quase unanimemente a favor da PEC da Reforma. Tarcísio mostrou que lhe bastou uma campanha eleitoral para aprender a fazer política. Em uma semana, ele mostrou que joga no centro e à direita. Mas não dá carrinho por trás na esquerda.
Desse jeito, a jabuticaba que eu citei neste espaço na semana passada já, já cai do galho. E a terceira via tão sonhada por muitos pode se mostrar de novo, em 2026, uma estrada intransitável…