Uma roda de conversa, muitos encontros, reencontros, gente que chega ao coletivo, gente que vive o POA Inquieta desde o início, entre abraços e olhares que desnudavam o farfalhar de almas repletas de satisfação e felicidade por partilharem mais um ano em que vivemos embalados pelas inquietudes uns dos outros, trabalhando por uma Porto Alegre que seja mais que alegre, segura, inovadora, saudável e acolhedora para quem vive por aqui.
O POA Inquieta é o lugar de gente que é mais que um tambor, pois como disse o Barão de Itararé “O tambor faz muito barulho, mas é oco por dentro”, quem participa do POA Inquieta não é oco, seu interior transborda curiosidade, generosidade, múltiplos conhecimentos, diversidade e atenção ao outro.
Em tão pouco tempo fizemos muito e com certeza faremos mais, já fomos 200 grupos e hoje somos menos de 50, mas não é do número de grupos que o movimento se alimenta, ele se alimenta das trocas entre seus inquietos que, como sementes do bem, se agrupam e se jogam em projetos, semeando a compreensão, o empoderamento, o diálogo, o reconhecimento da cidadania, a autonomia, deixando um quê de inquietude, que reverbera e fortifica os frutos do amadurecimento social.
Não importa se é no morro, nas ilhas, no centro, no Sul, no Norte, no extremo sul. Onde for permitida a chegada dos inquietos, eles se farão presentes com a presença do agora, buscando no passado politizado e socialmente efervescente da Porto Alegre dos anos 60/70 a fagulha necessária para reacender a chama da consciência e da inovação social necessária para colocar nossa Porto Alegre no mapa da prosperidade.
No POA Inquieta, a gente vive embalado por causas, tem gente que luta bravamente pelo meio ambiente, que trabalha intensamente pela segurança, tem os que elevam a nossa arte e o nosso design, tem a turma da educação e da inovação, os que articulam ideias para o mundo do trabalho e muito mais.
Ele é feito pela Rita, pelo Cesar, pela Adriane, pela Silvia, pela Karen, pela Fernanda, pela Rose, pelo Cristiano, pelo Cleyton e muito mais, também é feito de saudades dos inquietos como a Syrlei que foi para São Paulo, mas continua uma inquieta raiz e da Mônica Riffel que assumiu sua inquietude como poucos e se fez a soberana dos inquietos, atuando de forma onipresente em diversos projetos do nosso coletivo e que deixou este plano de forma tão repentina e inesperada, deixando o inquietos, pasmem, quietos.
Nosso último encontro de 2023 foi um brinde simbólico às inquietudes de 2023 e um abre alas para 2024, que ele venha trazendo a esperança do novo e de 365 dias para que possamos continuar partilhando o que é ser parte do POA Inquieta por aí, fazendo acontecer, porque a gente tem certeza de que não somos tambores.
Glória Yacoub é economista, professora universitária e articuladora do POA Inquieta
Foto da Capa: Divulgação