A internet e suas diversas plataformas trouxeram uma série de meios que podem ser usados hoje por quem tem um trabalho musical para mostrar. Um artista pode botar um clipe ou mesmo um álbum inteiro no YouTube. Tem mais o Spotify, o Deezer, Apple, entre outros, pra colocar suas músicas. Tem serviços de distribuição nas plataformas, como Tratore e onerpm.
Pode postar gravações caseiras ou mais elaboradas no Instagram, no Facebook, no Twitter, no TikTok. Dá pra usar as ferramentas de criação de vídeos do Reels e colocar efeitos, animações. E tem mais tantas outras soluções menos conhecidas que um expert em meio digital poderia acrescentar aqui.
Tudo isso são armas que uma banda e um músico solo de tempos atrás nem sonhariam em usar. No entanto, essas conquistas para buscar audiência no presente se estendem também aos artistas, inclusive aos que já morreram, do passado.
Com a digitalização de antigos arquivos de imagem e som, há todo um vasto material que vai desde as gravações, os álbuns de carreira até vídeos raros, entrevistas, participações em programas de televisão. O antigo se torna também novo na medida em que muitos trabalhos se apresentam pela primeira vez a um novo ouvinte, a um novo espectador.
Assim, o artista contemporâneo tem que competir com toda a oferta do presente, dos seus iguais, e também com todo o arquivo que tende ao infinito da produção anterior a ele. Tudo a um clique.
É certo que também há ferramentas de marketing digital acessíveis para impulsionar uma visualização paga da sua música. Há meios diferentes dos que se usavam na indústria do disco para promover um trabalho.
E essa indústria escolhia uma pequena quantidade de talentos para investir pesado. São esses que se estabeleceram como sendo a música nos diversos gêneros. São os que continuam sendo escutados e procurados no meio digital.
Comparado a esse quadro, um artista de hoje não precisa esperar que caia do céu um produtor de uma grande gravadora. Pode ele mesmo ir investindo para criar uma audiência. Tem casos de enormes audiências criadas pelo trabalho de marketing e divulgação dos próprios músicos. É como a audiência dos influenciadores, que têm milhares de fãs, mas não são conhecidos de um outro público com seus milhares próprios de admiradores. A internet vai abrigando assim nichos de afinidades.
Não é mais o mundo da massificação, aquele em que todos conheciam um artista popular. A propósito: já ouviu Ricardo Silvestrin & Banda no Spotify?