Desde 2023 o assunto do momento, da mídia, da roda de conversas em uma camada de pessoas atenta às transformações tecnológicas, é a Inteligência Artificial Generativa. Não vou entrar aqui em análises técnicas ou as previsões de impacto no futuro do trabalho. Como pesquisadora, minha lente é a da observação crítica, não embarcando nos discursos prontos atuais. Até porque eles são incipientes (para não dizer rasos) e assimétricos.
Vou destacar um ângulo fundamental que foi abordado no Fórum de Davos de 2024: o de estarmos em processo de aprendizagem, IA e Humanos. Mas, para isto, preciso trazer um exemplo real que cheguei na última sexta-feira, ao testar uma IA conversacional que se propõe ajudar com ideias de publicidade, marketing e qualquer outro aspecto criativo. Gerei uma conversa com contexto humano (esta IA não é direcionada por prompts) pedindo a criação de uma ideia visual para ilustrar mulheres diversas, na faixa etária de 45 a 55 anos com aparência ativa e vigorosa, enfatizando menos o estereotipo de idade. E ela disse que quando a imagem estivesse pronta ela me avisaria.
Segui pesquisando, pois este briefing faz parte de testagem de possibilidade e dimensionamento para uso em estratégia de comunicação e marca. Passadas 6 horas, eu voltei a IA. E perguntei: “Você conseguiu evoluir meu pedido? Tem algum prazo?”
“Peço desculpas pela confusão, mas como assistente de texto, não posso criar imagens visuais reais. Posso, no entanto, ajudar a gerar ideias e conceitos para que estas imagens devem conter para orientar o processo criativo para que um designer gráfico possa desenvolver uma arte final.”
E, assim, ela continuou em mais três mensagens pedindo desculpas. E eu senti empatia. Talvez a empatia que muito humanos não tenham uns pelos outros na hora do aprendizado. Empatia por uma não humana que virou a estrela do mercado, segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, no Fórum Econômico de Davos de 2024:
- Quando pensamos no nosso trabalho, há distinções das capacidades e competências. Por exemplo: um CEO e os pesquisadores.” (nos filmes de ficção de cientifica, os CEOS sempre sequestram os pesquisadores para forçá-los a achar uma solução kkk)
- Humanos e sistemas cometem erros;
- Trilhões de sinapses de neurônios não dizem que pensamos, mas a análise de razoabilidades do que compreendemos. Explicar uma razão, em linguagem natural, os passos e conexões entre as partes constroem sentido, a razão;
- Não espere mais da AIGen (inteligência artificial generativa) do que ela tem a oferecer. Há limites na inteligência artificial. Muitos compreendem este fato, outros não;
- Ainda há muita capacidade para ser desenvolvida. Estamos no momento de gatilho da inovação; (linguagem técnica para dizer… inicio de tudo)
- Ainda deverão ser geridos riscos, considerando a regulamentação da IA em curso nas nações. Que ela irá causar um impacto e transformações significativas na relação humana com o trabalho aliada a outras inovações disruptivas é fato.
O capitalismo tardio está à espera de uma ferramenta que reduza custos e aumente produtividade, mas este momento ainda não é agora no estágio que estamos. A capacidade de pesquisar e aprender é o centro de uma reconfiguração humana diante desta tecnologia e de tantas outras.
Analisei no LinkedIn vários posts: cursos de empresas, profissionais querendo surfar na onda, e coloquei um post há uma semana com o seguinte texto:
Uma das habilidades mais em alta para futuros é estar aberto a Testar e Aprender.
Muita gente postando aqui reflexões sobre IA e Estratégia e uma das pessoas mais inteligentes que conheço, o Eduardo Vasques, ontem, nos colocou uma provocação.
Vamos descer esta conversa para o nível prático?
Quais são exatamente as aplicações práticas, no dia a dia, de um estrategista com as ferramentas existentes?
Vi a oficina da Nathalia Andrijic na ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing que foi segunda dia 15.01, estou em POA e não pude participar.
Mas pesquisando e olha que sou “trevosa” = incansável kkk não achei ainda referências práticas.
Tipo: Mapeamento de concorrência a melhor IA é…
Convido a você a me ensinar se você já testou e aprendeu. Somente com este movimento simples de compartilhar você estará agindo com ética ao incluir perfis diversos neste conhecimento. Bora lá?!
Deixa sua dica aqui para mim 👇🏽
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…
Sabem quantas indicações recebi? Zero!
Por isto não tenho medo da AIGen e sim dos humanos brasileiros do LinkedIn.
Foto da Capa: Freepik