No futebol, o foco agora é na eleição do Grêmio. Odorico Roman e Alberto Guerra são os candidatos à sucessão de Romildo Bolzan Júnior, que encerra o mandato de forma melancólica, levando bordoadas de todos os lados, inclusive do técnico que ele mesmo contratou neste final de segunda divisão. Os dois candidatos emergem da própria gestão Bolzan, embora tentem se anunciar como homens de oposição.
Odorico Roman teve melhores resultados do que seu adversário enquanto dirigente do departamento de futebol da atual gestão. Venceu uma Copa do Brasil, em 2016, encerrando o jejum de títulos de 15 anos do clube. Depois, participou da conquista do título da Libertadores, em 2017. Alberto Guerra estava no futebol na época das semifinais da Libertadores de 2018, quando o Grêmio foi batido pelo River Plate, em polêmico jogo de arbitragem e de uma punição a Marcelo Galhardo que não foi cumprida diante dos olhos da Conmebol. Ambos trabalharam com Renato como treinador, o que diminui a participação deles nos resultados. Sabemos que durante a gestão Romildo Bolzan imperou o modelo treinadorismo. Ou seja, quem manda, quem decide, é o técnico.
A curiosidade desta eleição: os dois candidatos querem Renato como técnico em 2023. Na verdade, nenhum deles teria coragem de dizer que quer uma mudança mais radical na comissão técnica. Temem perder votos, ainda que o atual treinador tenha aumentado sua rejeição nestes últimos tempos. É impressionante e me surpreende o número de torcedores gremistas que desejam uma mudança profunda, inclusive do técnico.
Mas nem Odorico nem Guerra tiveram coragem para anunciar esta mudança. Tornaram-se reféns de Renato, pelo menos antes da eleição. Depois, é outra história. E daí o próprio treinador terá suas exigências mais claras. Não pensem que será fácil o acerto com Renato. Além do acordo com o próprio treinador, o tamanho do investimento no time é que será determinante. Renato quer um Grêmio competitivo, não parece disposto a um período de transição. E este é o ponto. Quem convencer o treinador de quem terá melhores condições de montar um time melhor estará mais próximo de renovar o contrato. E isso é bom para o Grêmio? É assunto para uma outra coluna!