Balanços são inevitáveis. Fazem parte da (in)consciência humana de sua finitude, afinal nesta vida, que é uma jornada breve entre nascer, crescer, viver e morrer fomos nos iludindo que somos eternos, quando deveríamos viver a vida da forma mais interessante possível para fazê-la ter sentido.
Está rolando uma trend de final de ano nas redes sociais, onde as pessoas dão adeus a 2023, marcando o que se fizeram este ano:
Mudou o visual? A minha resposta é que sim…finalmente encontrei paz em ter um estilo criativo elegante que me permito brincar entre a estrutura e a desestrutura, sendo um sinal imagético muito claro de quem sou, do que acredito e de que como me posiciono no mundo: uma doce revolucionária.
Namorei/casei? Não… e esta resposta é a mais ambígua, pois vivi um amor de cinema trágico explorando a multiculturalidade na prática e tonando minhas colunas lidas por muitas mulheres em busca de entender a dinâmica do amor.
Terminei? Sim… pois mesmo não tendo um status neste romance tive que colocar um ponto final, mas antes eu me debrucei para entender por que não levar adiante ou lutar. E a resposta mais clara é que hoje eu entendo que as coisas têm início, meio e fim. E muito importante saber dar fim ao que não cabe no seu mundo ou não pode te levar para além do seu mundo. É preciso escolher a si mesma sempre.
Fui a um show? Fui a lindos shows, mas o da Alcione com meus amigos queridos Ricardo e Luana foi especial. A gente ama karaokê e pudemos cantar com a Diva no gogó e depois ainda sair do Araújo Vianna e nos reencontrarmos com o Ocidente, point punk rock dos anos 80/90, que era nossa casa na adolescência. Ou seja, continuamos ecléticos e jovens até hoje.
Me afastei de alguém? Sim. Achei que poderia suportar conviver com quem me fez sofrer tentando atender a noção de que tudo tem perdão. Mas não tem. Quando fomos machucadas não adianta conviver com o algoz. Ou curamos e saberemos eliminar isto da nossa vida. Ou continuaremos sendo vulneráveis a novas violências simbólicas e afetivas. Alguns vínculos devem ser eliminados. E temos que aprender a enviar para a nave do passado sem passagem de volta
Fiquei bêbada? Sim… nas ruas de Paris e levei minha experiencia de bêbada a um nível sinestésico e visual premium como se estivesse em um filme. E passei a simplesmente amar rosé, bebendo na garrafa, vendo a Torre Eifel. Experimente ao menos uma vez na vida.
Viajei para outro país? Sim… duas vezes e para o mesmo país confirmando que sonhos podem se tornar realidade, mas para isto é preciso acreditar em você, nas relações que você construiu ao longo da vida, na sua potência e história. Quebrei mais uma vez o padrão. E honrei a mim mesma: ser intensa e mergulhar para poder realmente ter uma vida interessante.
Vai lá e faz o seu recap de 2023 buscando refletir sobre suas experiências na vida. E saiba que elas podem te levar a um 2024 onde você se permita viver.
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