Por algum motivo que nunca entendi muito bem, na minha cabeça de criança, uma pessoa virava adulta com 24 anos. “Ser adulta” sendo trabalhar, ter casa, carro, filhos e a vida toda resolvida. Os 24 anos chegaram, então se passaram mais 24 – e ainda outros dois de brinde – e embora eu trabalhe, tenha casa, carro e uma filha, a vida está longe de estar resolvida. Nem toda, nem em parte.
Por mais que tenha aprendido com as experiências e os estudos, sigo cometendo erros que jurei que nunca mais cometeria. Ainda não ocorre naturalmente, mas tanto tempo tentando fazer caber na única existência que me cabe neste latifúndio todas as coisas que me comprometi, quis ou aceitei fazer, comprar, comer ou resolver deixaram claro que o preço a pagar pela minha dificuldade em dizer não é alto demais. As cobranças vêm na forma de excesso de peso e cansaço e de falta de dinheiro e tempo para mim mesma.
A chegada dos 50 anos (que completei mês passado e rendeu tantos parágrafos nos últimos meses) me lançou esse questionamento de maneira ainda mais intensa. O que eu quero para os próximos anos? Como posso conseguir isso? A resposta não veio na forma do que eu precisava conquistar, mas do que eu precisava abrir mão. Não tenho talento para o minimalismo, mas estou buscando seguir os princípios do movimento para me reorganizar. A palavra de ordem é priorizar.
Por isso, a coluna de hoje é um até logo. Não se engane: essa rotina de parar para escrever um texto com início, meio e fim sobre algum assunto que me interesse uma vez por semana é extremamente importante para mim. Quase uma terapia. Mas, no momento, estou dando um CTRL+ALT+DEL na minha rotina, tirando todos os itens do armário para decidir o que fica, o que vai e o que precisa ser reformado. Desconfio que em breve a Sler voltará para a prateleira de sins em que a mantenho com muito carinho, mas preciso desse tempo de autoavaliação.
Seguirei publicando meus pitacos nas redes sociais e no meu site www.cassiazanon.com.br esporadicamente, como costumava ser antes do convite para fazer parte desse timaço de colunistas que eu tenho tanto orgulho de integrar desde outubro de 2022. Nos vemos por aí.
<< Gostou do texto? Avalie e comente aqui embaixo >>
Foto da capa: Freepik