Contratar apenas para dizer que sua empresa contrata mulheres é enganar a si mesmo e ao mercado. É preciso valorizar e promover aquelas que desempenham um excelente trabalho. Segundo dados do InfoMoney, apenas 10,4% dos cargos em conselhos administrativos no Brasil são ocupados por mulheres, índice que está abaixo da média mundial de 19,7%. Contudo, ao nível Brasil, o valor do ano anterior era somente de 8,6%.
Se analisarmos, 51% da população são mulheres no Brasil e uma maioria esmagadora das empresas não possui mulheres em cargos de liderança. Se nicharmos para a administração de agronegócios, um dos setores mais importantes do país, apenas 34% dos cargos de liderança são ocupados por representantes do sexo feminino. Segundo dados divulgados pela Isto É Dinheiro, por exemplo, a cada 100 fazendas, apenas 18 são chefiadas por mulheres.
O trabalho sindical e de fiscalização é fundamental para buscar equidade no mercado de trabalho. Hoje um dos principais problemas é que temos homens, com menos competência e experiência, ocupando cargos que poderiam ser de mulheres apenas pelo fato de serem homens. É preciso fiscalizar e que os sindicatos das classes trabalhadoras atuem severamente nesta questão para buscarmos a igualdade.
Recentemente, o Conselho Federal de Administração expôs que a participação feminina na profissão de Administrador cresceu de 21%, em 1994, para 35%, em 2011, tendo estabilizado a partir de então para 34%. Em pesquisa realizada pelos conselhos, foi evidenciado que a 10 anos atrás, em 2012, mais de 60% dos concluintes dos cursos de administração eram mulheres. Em contrapartida, nas 500 maiores empresas do Brasil apenas 13% dos cargos executivos eram ocupados por mulheres. Na mesma pesquisa foi possível verificar que nas regiões Sul, Nordeste e Sudeste a participação feminina na área da administração foi de apenas 30%.
A Relação Social de Informações Sociais (RAIS) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que em 2010, dos mais de 8 milhões de empregados nas áreas de administração pública, defesa e seguridade sociais, as mulheres predominavam com cerca de 58,89%. Temos profissionais formadas, competentes e habilitadas para exercer a profissão com maestria. Mas o mercado nos mostra um baixo aproveitamento dessas profissionais, ainda mais em cargos elevados.
Aqui faço um convite ao caro leitor, busque pelos mecanismos de busca da internet as explicações para esse baixo aproveitamento e se deparará com o machismo sistêmico que lutamos contra durante todos nossos anos de profissão. Vemos a constante dificuldade, cada vez mais crescente, de manutenção do emprego daquelas que optam por uma gestação em alguma fase da vida e, principalmente, a baixa remuneração quando comparado com homens com as mesmas condições e currículo.
As mulheres sempre tiveram de enfrentar desvantagens ao iniciarem seus negócios, seja por falta de apoio ou por não acreditarem em seus sonhos. Todas as mulheres devem seguir seus próprios caminhos, visando seus sonhos e sempre quebrando as barreiras impostas pela sociedade buscando sempre seguir seus valores. Vivemos em uma época em que durante toda nossa criação foi pregado que as mulheres devem ser as donas do lar, gerir os eventos da casa, traçar as metas de criação dos filhos, e fazer o controle de tarefas diárias do lar. Ou seja, administrar uma casa como se fosse uma empresa. Por isso, afirmo, para quem administra uma família, administrar uma empresa é fácil..