Os livros físicos chegam naturalmente. Ou saio em busca nas livrarias e nas tardes de autógrafos estimulantes. Neste sentido, o mês de agosto está sendo intenso. Momentos afetivos e alegres, que proporcionam bons encontros e boas conversas, além do prazer que dá ver tanta gente escrevendo e lendo.
Na tarde do dia 10 de agosto, fui com a minha sobrinha/parceira Luana Alves no Quiero Café, da Rua dos Andradas, Centro Histórico, em busca do autógrafo do poeta, ficcionista e tradutor Sidnei Schneider, que lançou “À linha d’água do rio” (Pubblicato Editora/2024) – “Minicontos, poemas em prosa, observações crônicas e pequenas ficções, aqui unidos a alguns contos”. Detalhes instigantes do cotidiano, do que encontramos na cidade, nas ruas, nos arrabaldes, no interior, nas brincadeiras, nas esquinas da vida, em qualquer voltinha que dermos, aqui, lá, acolá – “Num país como o Brasil, quem evita os temas do povo é porque não se sente integrado a ele”.
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Já no entardecer de 08 de agosto, fui ao lançamento do livro mais recente de Flávio Ilha, “Senhor Cão” (Abio/2024), na Livraria Clareira – “Uma história sobre a monstruosidade humana”, que aguçou a minha curiosidade. Jornalista, livreiro, editor e escritor, Flávio é autor de “Longe daqui, aqui mesmo”/2018, “Ralé”/2019 e “João aos pedaços – biografia de João Gilberto Noll”/2021”. Li todos. A escrita de Flávio é contundente e me comove muito.
Sobre “Senhor Cão”, o escritor Marcelino Freire escreveu na contracapa: “Uma história de tirar o fôlego. Lida em um fôlego só. Linguagem original e visceral. Escrita entre dentes”. A escritora Julia Dantas complementa: “Flávio Ilha faz o gesto corajoso e necessário de se colocar no lugar dos homens que se acreditavam os donos do mundo, mas receberam como herança apenas o ressentimento…”. A leitura vai despertando na gente uma profusão de sentimentos. Há que se respirar fundo entre uma página e outra. E seguir!
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Esse movimento começou no dia 3 de agosto com o lançamento na Livraria Clareira de “POEAMO-ME – Poemas de amor e desamor próprio” (Editora Piu/2024), coletânea de poemas do primeiro livro da autora e ilustradora Paula Taitelbaum – Eu Versos Eu –, revisados e atualizados, com ilustrações criadas especialmente para esta edição. Já escrevi sobre o livro aqui neste espaço. São versos que falam de amor, da busca por ele, das faces da paixão, ardente e platônica, do amar-se e do desamar-se em uma edição bonita que tem como objetivo envolver adolescentes a partir de 13 anos.
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Aí pego o livro da jornalista Mariana Bertolucci – “27 anos de Jornalismo, Espacatos Pandêmicos e Outras Histórias” (Bá Editora/2024). E viajo por crônicas de uma transparência e de uma naturalidade incríveis, escritas entre 2018 e 2022, reunidas para marcar quase três décadas dedicadas à comunicação. “Mergulhe mais e reclame menos! Pise firme e decidida na areia, na grama e não nas pessoas. Olhe o céu e os outros e não só as vitrines e redes sociais”. “Não desistirei de usar a linha do amor, o arremate do respeito e a bainha da paciência”. Mergulhei nas palavras tão bem costuradas de Mariana. Impossível não se identificar! E a emoção brotou!
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E no dia 24 de agosto, às 16h30min, na Livraria Paralelo 30, o jornalista e crítico de cinema Ticiano Osório lançou “Anotações no Escuro: As Perguntas que os Filmes Me Fazem” (Arquipélago Editorial/2024). O lançamento teve bate-papo com a jornalista Fê Pandolfi e o autor. É o segundo livro de Ticiano e teve a primeira sessão de autógrafos no Festival de Cinema de Gramado deste ano. O primeiro livro chama-se “O Morcego e a Luz: 80 anos de Batman no cinema” (Besouro Box/2023).
E para abrir setembro, no dia 1º tenho, em São Francisco de Paula, minha terra, o lançamento de “Mulheres Serranas 2” (Editora Escrita Serrana/2024). Participei da primeira edição e sigo com elas, o que me orgulha muito. Após curtir este momento de emoção com as minhas conterrâneas dos campos de cima da serra, vou escrever com calma sobre o livro.
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Mas antes desse agosto vertiginoso, no dia 20 de julho, às 17h, na Livraria Paralelo 30, fui buscar o autógrafo de Ricardo Silvestrin no livro “Irmão Robô”, poemas em tempos robóticos (Libretos, 2024) – “O que sei é muito pouco. / O que não sei é mais, / é minha verdadeira / riqueza, meu tesouro”. E no dia 23, também no entardecer, o livro “A Cronologia do Alef Bet – O abecedário judaico contra a ignorância e a maldade do antissemitismo” (Sler Books, 2024), do jornalista e amigo querido Léo Gerchmann, no Café Cultura, Pátio 24, na Rua 24 de outubro.
Os livros estão aí. Vamos comprar, folhear, ler e viajar por tantas vidas, tantas histórias e muita poesia. Escritos que falam de nós e ampliam nossos horizontes.
Foto da Capa: Acervo da Autora
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