A palavra que guiou as empresas que terminam o ano em alta é inovação. 2022 foi o ano que marcou a retomada da economia mundial e o retorno da normalidade à vida de todos. Porém, o mundo não teve uma pausa e simplesmente retornou de onde estava. Os impactos comportamentais e mercadológicos dos acontecimentos dos últimos dois anos exigiram que todas as organizações se reinventassem e mostrassem que, assim como o mundo, elas também mudaram. Digo isso com base no recente ranking das 100 marcas mais valiosas do mundo em 2022, divulgado pela Kantar, que mostra que as marcas com maior valoração são as que mais inovam no mundo.
As empresas que durante o ano fizeram esse processo foram as que tiveram o maior enfoque em produzir novas tendências, tecnologias, produtos e serviços. Não por acaso são as que tiveram maior valoração em 2022. Para se ter uma ideia, a Apple lidera o ranking da Kantar com o valor de U$ 355 bilhões e também aparece no top 10 das companhias que mais registram invenções. Com um aumento de 35% desde o relatório do ano passado, a Apple mantém seu primeiro lugar no ranking como a marca mais valiosa do mundo. Outra marca que merece destaque é o Tik Tok . A plataforma de mídia social viu um aumento de 215% no valor de sua marca ano a ano, tornando-se a que mais cresce em toda a lista.
Esse ranking é realizado desde 2006 e baseia-se em duas dimensões: financeira, que considera o valor do negócio da companhia; e de imagem, ou seja, a influência da marca no processo de decisão de seus consumidores e investidores. Isso demonstra que o montante agregado à marca não é apenas o lado financeiro, mas também os conceitos e valores considerados pelas pessoas.
Por óbvio, estamos falando das maiores empresas que existem hoje, entretanto, a reflexão que precisamos fazer é sobre o comportamento das empresas neste ano. Ter companhias desse porte como modelo é ter a utopia como base, mas é preciso entender os movimentos de mercado para adaptar o conceito para a atual realidade de cada empreendimento. O mercado de bairro não precisa registrar uma patente de um novo software, ele precisa entender que é preciso se adaptar à realidade e saber onde está o caminho do sucesso.
Não são raros os casos de empreendimentos e novos negócios que não tiveram sucesso por não aderirem às novas tecnologias. A tecnologia vai mudar até mesmo a forma como as pessoas experimentam as roupas nos provadores. Aquela cena de ir ao local com uma pilha de peças nos braços logo, logo será parte do passado. Falta, entre outras coisas, que os nossos governantes invistam em inovação, que olhem para os nossos jovens como potenciais oportunidades de melhora para o nosso país. No entanto, nada disso é feito sem aporte financeiro, todos sabemos. É necessário – e urgente – que mais verba seja liberada para a inovação, ao contrário do que tem ocorrido, uma vez que os investimentos estão cada vez mais escassos. Que as Universidades sejam abastecidas de forma considerável para que novos inventores se sintam encorajados a criar, a inovar, a apresentar soluções que podem mudar o Brasil para o bem.
Um produto inovador pode trazer inúmeros benefícios à população, lembrando que, uma vez, até mesmo os carros, uma invenção que faz parte da rotina de milhares de brasileiros, foram considerados inovadores. Quando as indústrias começaram a se instalar no nosso país para fabricá-los, que festa fizemos. O caminho do sucesso é estar atento às tendências e, principalmente, buscar promover a inovação.