O próximo ano já bate à porta. 2022 foi um ano marcado por mudanças, inovações e adaptações. A transição de uma sociedade pandêmica ainda está acontecendo, ainda temos novos casos de COVID-19, mas a sociedade já possui a compreensão do que vivemos. Porém vivemos um momento de incertezas que se reflete diretamente no mercado de trabalho e nos investimentos para o próximo ano. A mudança no cenário político, independente do presidente eleito, gera receio por natureza. A troca de líderes tem por costume esfriar o mercado e retrair investimentos até que se tenha certeza do caminho que será levado. A economia é assim há décadas.
Mas qual mercado espera os empresários e administradores em 2023? A resposta certa é: depende. Qualquer pessoa que traga soluções mirabolantes, cenários incríveis ou cenários falidos para a economia geral está enganando quem o ouve e a si mesmo. Todas as análises precisam ser feitas com base no nicho que está sendo avaliado. Isso é o começo para conversarmos.
No mercado de startup, o cenário é extremamente confortável. Em 2022 foi um dos anos em que mais foram investidas verbas para a geração de novas empresas e para propor diferentes formas de solucionar problemas, ainda como reflexo da pandemia. Portanto, a volatilidade do mercado pode ser vista como uma oportunidade para aumentar ainda mais a geração de empregos e a possibilidade de empreender. Se 2021 foi o ano em que mais empresas foram abertas, 2023 deve seguir esse mesmo movimento.
Em contraponto, os índices econômicos para uma análise macro da situação do brasileiro não animam. A inflação deve aumentar além do previsto inicialmente e o crescimento previsto é de apenas 0,7% em 2023. Mas toda análise precisa ser feita com contexto. 2021 foi um dos anos mais difíceis para nosso país, então o ano conseguinte, neste caso, 2022, seria um ano mais positivo. Portanto, as projeções para 2023 seriam mais baixas de forma natural.
Outro ponto importante para ser analisado é a taxa de desemprego. O Brasil é o país do G20 com maior queda na taxa de desemprego, que diminuiu de 13% para 8,9%. Segundo dados do IBGE, 9,5 milhões de brasileiros estão em busca de oportunidades de trabalho. Contudo, essa tendência não deve permanecer para o ano e o desemprego deve ser caindo, mas com uma estabilidade maior. Ou seja, o comparativo de 2022 para 2023 não será como um dos países com maior queda de desemprego, pois os índices já estão baixando.
Logo, a visão que podemos ter para 2023 é melhor que a visão que tivemos no mesmo período do ano anterior. O que precisamos fazer é seguir lutando para que pequenas conquistas tenham um impacto direto na vida das pessoas, como por exemplo medidas efetivas para garantir que os profissionais que hoje possuem emprego permaneçam com essa renda e que possam se aperfeiçoar ainda mais. Com cursos e treinamentos que podem ser ofertados por sindicatos de categoria, órgãos públicos e diversos agentes da sociedade, com o apoio do poder público.