Porto Alegre se orgulhava até pouco tempo de ser a cidade do país com o maior número de árvores, praças e parques. De alguns anos para cá, a cidade perdeu a vanguarda no país como a cidade com maior arborização do Brasil. Nos últimos dois anos, o que se nota na cidade, com tristeza, é a poda indiscriminada de árvores. Não há a mínima preocupação com a importância delas para a rua ou bairro.
Esta poda indiscriminada de árvores, aliada com a concessão de parques, vem descaracterizando a nossa cidade. Degrada-se, sem o mínimo constrangimento o anfiteatro Pôr-do-sol, Parque Marinha do Brasil, Parque da Redenção, Parque Chico Mendes e outros. E qual o porquê disso? Seria para serem concedidos à iniciativa privada. Tal argumentação para sustentar essa possibilidade de concessão é de que o Poder Público não teria recursos para mantê-los. Todavia, sabe-se que há o Fundo Municipal de Meio Ambiente com recursos suficientes para a manutenção dos parques e praças.
Nesse sentido, vários coletivos surgem na cidade para resistir e lutar pela manutenção e preservação dessas importantes áreas, indispensáveis para a qualidade de vida da população. Os coletivos Preserva Redenção e Reserva Marinha do Brasil tem procurado mostrar à sociedade a necessidade de se conservar, manter esses espaços públicos.
Todos devem ter acesso: população de Porto Alegre, Região Metropolitana e de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Por fim, acredito que seria importante pensarmos numa gestão compartilhada desses espaços para que todos tenham acesso a fauna, a flora dessa nossa Capital. São locais que marcam histórias e a identidade dessa grande cidade banhada pelo Guaíba.
*Felisberto Seabra Luisi é conselheiro da Região de Planejamento 1 do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano/Ambiental e membro dos coletivos Preserva Redenção, Reserva Marinha do Brasil e do grupo POA Inquieta Sustentável.
Foto da Capa: Parque Chico Mendes – Foto- Joel Vargas-PMPA