Resolvi esperar o ato evangélico bolsonarista deste domingo, 25 de fevereiro, para escrever estas mal digitadas… Perda de tempo. Devia ter levado em consideração o aviso do Barão de Itararé de que de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo…
Promoção do pastor Silas Malafaia, que, segundo ele mesmo, investiu entre R$ 90 e R$ 100 mil, a manifestação teve como cenário dois trios elétricos dispostos num formato de L (ops!!) em um trecho da Avenida Paulista. Levando-se em consideração que estiveram lá expoentes da direita nacional, o público presente não foi tão grande como esperava o promoter e sonhava o inelegível ex-presidente Bolsonaro, principal protagonista, que anda atrás de atenuantes para uma eventual pena de prisão, consequência de suas mal ajambradas articulações golpistas.
Como performers do ato político-religioso, atuaram a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, que puxou uma oração e agradeceu a hospedagem gratuita oferecida pelo governador paulista. Além dela, discursaram deputados que se destacam mais como influencers nas redes sociais do que por atuações na Câmara dos Deputados e o governador paulista Tarcísio de Freitas,
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, candidato a reeleição, que aceita constrangido o apoio de Bolsonaro estava lá, mas não falou nem apareceu muito nas fotos. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, Romeu Zema, governador de Minas, também estavam no trio principal. Mas não discursaram. Aliás, sem poder, a pedido de Bolsonaro, atacar o STF, citar ministros e criticar as instituições os discursos se limitaram a platitudes, como as pronunciadas pelo governador Tarcísio, que se auto definiu como “um ninguém” antes de ser ungido pelo ex-presidente e definiu Bolsonaro não mais como um CPF, uma pessoa, mas um “movimento…”
Último a falar, o ex-capitão investigado em vários inquéritos e já inelegível, usou os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a quem chamou de “coitados presos em Brasília”, para se apresentar como quem quer a pacificação do país, propôs que se passe uma borracha no passado para não “continuarmos sobressaltados”.
Sobressaltos, aliás, provocados, no mais das vezes, pelo próprio Bolsonaro e seu entorno. A ver, agora, como se se dá o andamento dos inquéritos no STF e aguardar as campanhas municipais. Aí, veremos se Bolsonaro é mesmo um “movimento” como diz o governador paulista. Ou se o bolsonarismo já não é mais do que uma marolinha se desmanchando na espuma dos pesadelos autoritários que assombraram o país durante a gestão bolsonarista.
Foto da Capa: Reprodução do Youtube