1 – Às vezes penso que nem na Florença do Renascimento era preciso saber tanto de cotações, subidas e baixas de moedas, como atualmente na Argentina.
2 – Cheguei a pensar que o maior amor dos argentinos, antes do clube, das obscuras celebridades com bocas de pato, de inomináveis partes do boi era o dólar.
3 – Meu equívoco.
4 – É viajar para o exterior com peso forte. Estão todos loucos, ao menos os que não pertencem aos 54% da população de pobres e indigentes.
5 – Filas para cruzar para o Chile, de compras. O sonho do calor do Rio, senão das praias do Nordeste. Agora até Miami voltou ao vocabulário nos cafés, a Xanadu dos latinos endinheirados.
6 – Olho o câmbio que me chega pelo whats. Espero pelas outras duas corretoras brasileiras. E assim ao largo do dia.
7 – Como um homem antigo, circulo ofertas no jornal. Hoje tem 15% com o cartão do Clarín.
8 – Um documentário, certa vez, contava a história do dinheiro, e também a inteligente solução que foi poder ganhar prata com conversões entre moedas e não apenas com a usura, normalmente 10% ao mês.
9 – Lá descobri que as nossas operadoras de crédito são mais medievais que os medievais em suas cobranças.
10 – Mais uma vez, sina de tantos planos econômicos, os 10% mais ricos abocanharam mais um quinhão das riquezas totais do país.
11 – Parece uma reprise da antiga tevê Guaíba, bastante borrada e com muitos dropouts.
12 – Quando estudei publicidade, nas cadeiras de vídeo, descobri que era este o nome para aqueles riscos e saltos que deixavam as fitas VHS.
13 – Hoje tem promoção no frango assado. Uma solução versátil para nós e para as gatas.
14 – Não seria mais interessante se os correspondentes internacionais nos dessem os produtos com desconto esta semana em Estocolmo, Paramaribo, Montreal?
15 – A cotação do dólar canadense está quatro reais. Se tivesse o preço do expresso por lá, poderia cogitar um novo destino.
Foto da Capa: Divulgação
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