Vivemos numa era onde o tempo dita as regras. Acordamos cedo e dormimos tarde e mesmo assim parece que falta tempo para cumprir a agenda programada do dia. Essa noção de escassez de tempo acaba nos levando a viver em uma constante correria. Acabamos por sacrificar algumas áreas da vida em detrimento de outras. O lado profissional fala mais alto, pois aprendemos que é fundamental ter a vida financeira em dia, com uma boa reserva para eventualidades.
O problema é quando nos preocupamos demais com a poupança de dinheiro e de menos com a poupança de saúde, deixando em segundo plano, por exemplo, a alimentação e a prática de exercícios físicos. Não se engane, essa fatura vai chegar um dia, e pode ser que o dinheiro guardado não seja capaz de te devolver a saúde perdida.
Se você já passou dos 50, certamente alguma vez na vida deve ter ouvido a expressão “fulano tem mais músculos que cérebro”. E se eu te contar que esse tal “fulano” ou “fulana” pode estar melhor do que muita gente e com o cérebro bem protegido contra doenças.
Você já levantou uns pesinhos hoje?
Não? Então corre para a academia!
Perda de massa muscular afeta funções cerebrais
Falta de tempo não pode ser desculpa, muito menos “já passei da idade”, se ainda não incorporou a musculação na sua rotina, sempre é tempo. Como diz o ditado, antes tarde do que nunca.
O processo de envelhecimento traz com ele a sarcopenia, que nada mais é do que a diminuição de massa muscular.
Além de comprometer a mobilidade, a sarcopenia está relacionada também com o risco de perda de capacidade cognitiva e o declínio de funções como o raciocínio, a aprendizagem, a memória, a tomada de decisões e cognição social e de linguagem.
Sempre se soube dos benefícios de mexer o corpo para a saúde integral, porém, mais recentemente foi descoberta a relação direta entre os músculos e o cérebro.
O setor de Neurodegeneração e Envelhecimento do Instituto de Pesquisa Biomédica de Barcelona é um dos muitos grupos ao redor do mundo que levam pesquisas sobre o assunto. A correlação entre músculo-cérebro acontece porque os músculos esqueléticos, que são responsáveis pela postura e pelo movimento, produzem substâncias chamadas miocinas. Na contração muscular são produzidas milhares destas miocinas que atuam de diferentes formas no nosso organismo. O que as pesquisas dos últimos anos demonstraram é que algumas miocinas especificas fazem um caminho bem definido: caem na corrente sanguínea e vão diretamente para o cérebro, atuando nas células neurológicas e promovendo alterações estruturais e funcionais.
Descobertas assim, reforçam a ideia de que que a atividade física é uma das terapias não farmacológicas mais eficazes na preservação da saúde depois dos 50 anos.
Manter músculos ativos pode prevenir o aparecimento e a evolução de algumas doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. No mínimo, a rotina de exercícios com pesos ajuda a retardar a idade em que se manifestam os sintomas.
Esquece essa história de que “puxar uns ferros” é atividade exclusiva dos jovenzinhos. Além de manter a cabeça no lugar, fortalecer os músculos, contribuir para uma maior independência e mobilidade, auxilia na melhoria da densidade óssea, previne a osteoporose e mantem a postura e o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas. A prática regular de musculação também pode contribuir para controlar diabetes, pressão alta e artrite.
Não adianta negar. Todos nós estamos envelhecendo juntos. O bom mesmo é parar de se enganar e fazer o que tem que ser feito e bem feito, sem desculpas e sem preguiça.
Pensa na academia como uma conta no banco. Cada dia conta como um depósito robusto. Ao final de um ano, aposto que nenhuma rentabilidade vai superar o seu ganho pessoal.
Então, te convenci a fazer a matrícula