O Grêmio jogou mais do que o Inter. O Grêmio, neste momento, está melhor que o Inter. As duas frases poderiam explicar a vitória gremista no primeiro clássico do ano, disputado na noite deste domingo, na Arena. Mas seria simplificar demais, ainda que sejam duas verdades. Há um motivo bem escancarado que nos explica por que o Grêmio venceu por 2 x 1.
Venceu quem quis vencer, frase antiga do futebol e que se aplica a este Gre-Nal. E aqui está a virtude de Renato. O Grêmio foi proponente. Tomou a iniciativa. Quis ser protagonista. O Inter quis ser estratégico. Entregou a bola para o rival. Queria ser mais efetivo em contra-ataques. Não conseguiu. Renato quis vencer e venceu. Mano quis empatar e perdeu.
O técnico do Inter mudou o time reforçando o meio-campo. Ao colocar Maurício no banco e apostar no marcador Baralhas como titular, Mano Menezes entregou toda responsabilidade de criação para Alan Patrick. Não deu certo. O time só melhorou na segunda etapa, justamente quando Maurício entrou em campo, equilibrando o Inter. Já estava em desvantagem no placar.
É verdade que foi um baita Gre-Nal, movimentado, com ótimas oportunidades. Mas acima de tudo com predomínio gremista. O Grêmio criou mais chances, foi corajoso para ficar com a bola e correr riscos e acabou premiado com gols nos acréscimos, no primeiro e no segundo tempos. Renato assina esta vitória, ainda que tenha sido teimoso em apostar mais uma vez em Thiago Santos como solução. Mas Renato precisa ser elogiado pela ousadia de montar um time que ganhou o Gre-Nal no meio-campo. A intensa movimentação de Bitello e Vina, orquestrados pelo maestro Cristaldo complicou a marcação colorada.
O Grêmio foi melhor que o Inter ontem e tem sido melhor que o Inter neste começo de temporada. Um começo de temporada animador. Mas sem entusiasmo exagerado: ainda há muito a ser corrigido da equipe gremista. E muito mais a ser corrigido no Inter.