O Flamengo perdeu tudo que disputou este ano. Acaba de ser eliminado da Libertadores o que aumenta a crise e a pressão da torcida às vésperas do confronto com o Grêmio pelas semifinais da Copa do Brasil. O Flamengo é um clube arrogante. E colhe frutos da soberba de seus dirigentes.
O desastre do Flamengo em 2023 está calcado em dois pilares: a falta de competência para renovar o elenco, hoje qualificado, mas envelhecido, é o ponto menos relevante. A equivocada troca de treinador, ao final de 2022, foi irreparável. O clube tinha Dorival Júnior, que levou o rubro-negro ao título da Libertadores. De forma inesperada, a direção decidiu não renovar seu contrato. Acertou com o português Vítor Pereira, que já havia naufragado no Corinthians. Foi uma barbeiragem e tanto.
No começo deste ano, o Fla perdeu a Recopa Sul-Americana para o Independiente del Valle, a Supercopa do Brasil para o Palmeiras, e foi eliminado do Mundial de Clubes na primeira rodada, pelo Al Hilal. Depois, foi derrotado pelo Fluminense na decisão do Carioca. E agora cai fora da Libertadores, nas oitavas, ao levar 3 x 1 do paraguaio Olímpia.
Para um clube que faz investimentos milionários e que, ao lado do Palmeiras, tem o melhor grupo de jogadores da América, a temporada tem sido um desastre. No Campeonato Brasileiro 16 pontos separam o Fla do primeiro colocado, o Botafogo – embora o líder tenha um jogo a mais. Sobra a Copa do Brasil. A vantagem sobre o Grêmio é de dois gols. Mas não ficarei surpreso se o time de Renato sair do Maracanã classificado, na quarta-feira. Não me arrisco a dizer que é uma tendência. Mas digo objetivamente: o Grêmio tem sim chances de surpreender e vencer o jogo. Verdade que precisa fazer o jogo da vida!
Se é fato que a direção fez escolhas erradas também está escancarado que falta competência para administrar problemas internos. O mais grave deles aconteceu no dia 29 de julho: Pablo Hernández, auxiliar da preparação física da comissão técnica de Jorge Sampaoli, agrediu o jogador Pedro, no vestiário, com um soco na cara. O episódio foi após a partida contra o Atlético Mineiro e o atacante registrou queixa numa delegacia de Belo Horizonte. No dia seguinte, Pablo Hernández foi demitido. Mas o grupo de jogadores pediu também a cabeça de Sampaoli, que havia se manifestado de forma a minimizar a agressão em entrevista coletiva.
A opção da direção foi manter o treinador argentino no cargo. Os resultados mostram que a escolha foi errada. Sampaoli perdeu o grupo de jogadores, já não comanda o vestiário e sua saída é apenas uma questão de tempo. Ter um grande elenco nem sempre é suficiente para ganhar títulos. E se você for buscar conselhos na soberba…o fracasso vem a galope!