No dia 5 de outubro, cada brasileiro maior de 16 anos vira um empregador, um analista de Recursos Humanos ou, para ser bem contemporâneo, um head hunter. E veja como sua participação é importante: os aprovados nesse concurso assumem os postos com estabilidade garantida de quatro anos. Nem você mesmo, o contratante, pode demitir os escolhidos antes desse prazo.
Nesse concurso público, estão abertas 5.569 vagas de prefeitas e prefeitos, vice-prefeitas e vice-prefeitos e quase 60 mil vereadoras e vereadores (o número exato depende da quantidade de eleitores de cada cidade, o que ainda está sendo calculado pelo TSE). O prazo para escolha dos candidatos a essas vagas termina nesta segunda, 5 de agosto, e, até o dia 15, eles precisam ser registrados na Justiça Eleitoral.
Para disputar uma vaga de prefeito ou prefeita, é preciso ter, no mínimo, 21 anos, ter filiação a um partido, estar em dia com as obrigações eleitorais e, principalmente, não dever nada à Justiça. A idade mínima para os candidatos a vereadora e vereador é 18 anos.
A Justiça Eleitoral garante que a sua escolha não pode ser fraudada. Mas você precisa se prevenir contra eventuais fraudes que possam ser cometidas por candidatas e candidatos. E os meios de que eles dispõem para tentar enganar são muitos.
No dia 16 deste mês de agosto, abre-se o prazo para a propaganda eleitoral. Cada candidata, cada candidato, pode se mostrar para nós e pedir nosso voto. A partir do próximo dia 30 e até 3 de outubro, elas e eles estarão, diariamente, dentro das nossas casas pelas telas da TV, dos nossos celulares e computadores, em mensagens nas redes sociais. E, quem sabe, em alguma reunião cara a cara, o que é cada vez mais raro nestes tempos de encontros virtuais.
Todos os meios de comunicação vão estar abertos para candidatas e candidatos. Com a propaganda séria, com a proposta honesta e viável de combate aos problemas que afligem a todos em todas as cidades, virão a desinformação, a demagogia, as fake news…
E, embora o Tribunal Superior Eleitoral tenha restringido o uso da inteligência artificial, proibindo o uso de chatbots e avatares para criar ou melhorar vozes e caras de candidatos, essa nova ferramenta tecnológica está aí, para o bem e para o mal…
Então, cabe a nós, na hora de decidir quem vai administrar a nossa cidade e quem terá a missão legislar para melhorar a vida de cada um de nós, usar os mesmos meios postos à disposição de candidatas e candidatos para checar quem são eles, o que estão prometendo e o que já fizeram na vida para merecer nosso voto.
Vamos aproveitar esses 60 dias que antecedem a eleição para mostrar que o tempo do eleitor ouvinte passivo dos discursos e da propaganda eleitoral passou. As mesmas plataformas usadas por partidos e candidatos estão à disposição do eleitorado.
Podemos responder diretamente aos candidatos nos perfis deles nas redes sociais. E obrigar candidatas e candidatos a dialogar conosco.
Vamos exigir mais do que o “vou fazer isso e aquilo”, o “você vem em primeiro lugar”. Exigir que eles digam como e por que vão fazer o que prometem.
Transformar nossas redes sociais e grupos de mensagens em comícios onde quem se manifesta são os eleitores para desmitificar, denunciar falsidades, apontar fake news e qualificar a política.
Enfim, a mesma tecnologia à disposição dos candidatos está ao nosso dispor. Dá para mostrar que o verdadeiro e mais importante protagonista de qualquer eleição é sua excelência, o eleitor.
Ah! E não vamos cair naquela de votar num candidato que não apreciamos muito só porque gostamos menos ainda do oponente, ou do chefão que apoia o oponente… Então, escolha o que você achar melhor. No dia 6 de outubro, você só deve obrigação à sua própria consciência.
Foto da Capa: Agência Brasil
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