Sempre gostei muito de férias, desde os tempos de escola em São Francisco de Paula. Mesmo ficando em casa, sem perspectivas de algo novo no horizonte, o que era comum na época, curtia e inventava brincadeiras ou qualquer outra atividade com a família, a legião de primos e meus irmãos. Por exemplo, adorava ficar de ouvido o rádio que meus avós maternos mantinham ligado. As vozes que vinham daquela “caixinha mágica” aguçavam a minha curiosidade.
Bem mais tarde, quando entrei para o mercado de trabalho, já com uma independência razoável, as férias precisavam ser solicitadas e autorizadas pela chefia. Então, eu procurava períodos que possibilitassem uma viagem – pequena que fosse – geralmente no verão. Planejava, juntava dinheiro para abrir as asas e voar pelo chão, de ônibus mesmo. Foi assim que, na época, fiz minhas férias, sempre que possível. Até que as economias rendessem uma passagem de avião. Neste fevereiro de 2024, a saída foi dividida entre o litoral gaúcho e o litoral catarinense, com o desejo de descansar e molhar os pés no mar em boa companhia.
Férias são maravilhosas, mas acabam.
Assim como acaba o Carnaval, que me encanta desde a infância. Primeiro no Salão do Clube Cruzeiro em São Chico, à tarde, quando vesti minha primeira fantasia, de baiana, cheia de vergonha. Mesmo assim, dei meus pulos, bem feliz. O encantamento avançou e cheguei ao Pelourinho e à Praça Castro Alves em Salvador, na Bahia, pronta para “botar meu bloco na rua”, como diz a canção de Sérgio Sampaio, que Lenine canta de um jeito lindo. E foi lá, em tantos períodos de férias, que acompanhei emocionada vários desfiles dos Filhos de Gandhi, de outros blocos e fui atrás do trio elétrico. Até porque Caetano Veloso cantava que “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu” e eu queria mesmo era curtir a vida.
Mas férias acabam. Chegou o momento de colocar os pés no cotidiano e tomar conta dos compromissos pessoais e profissionais. Com as energias renovadas, tudo fica mais fácil.
2024 começou e março vem aí com boas surpresas.
Uma delas é o livro “O Islã e a Maçã” (foto da capa), de Amaro Abreu* (Pubblicato Editora), um relato instigante sobre um período que ele andou pelo Oriente Médio. A pré-venda já está aberta e o valor é R$ 60,00. Quem quiser apoiar o projeto com 200 reais leva o livro e a reprodução de um trabalho do autor. Já com 400 reais leva o livro e um trabalho em aquarela original. As compras podem ser feitas pelo pix 51 985758561. Acompanhei este projeto desde o início e me emociona muito saber que o livro está pronto e logo teremos o lançamento.
*Formado em Artes Visuais, Amaro Abreu trabalha com arte urbana desde 2007. Já pintou e participou de eventos em diversos países da América do Sul, da Europa e do Oriente Médio, inclusive no histórico muro de Berlim. Em 2015, passou um tempo no México. Em 2018, esteve em uma residência no Oriente e andou pelo Egito, Líbano, Síria e Índia. Período em que participou da Bienal do Cairo, realizou oficinas, fez palestras, pintou no campo de refugiados palestinos Nahr al-Bared e conviveu com a população dessas regiões. Já realizou a exposição individual ”Vida Paralela”, que passou pela Galeria Mario Quintana, em Porto Alegre, pelo Instituto Goethe de Salvador, na Bahia e pela Jeffrey Store, no Rio de Janeiro. Em 2016, publicou o livro “Habitat” (Editora Libretos) com desenhos e escritos sobre sua trajetória artística. Em 2023 foi o único artista brasileiro selecionado para a Bienal de Moscou/Rússia.
É um cidadão do mundo e divide com muita sensibilidade suas aventuras.