Então é Natal! Não sei você, mas dezembro me atropela. Parece magia. Os dias não são mais os mesmos. Sobram tarefas, faltam horas. Todos os anos digo pra mim mesma que o ano seguinte será diferente, e nada! Parece aquele filme Feitiço do Tempo, não importa o que você faça, o resultado é sempre igual.
No filme, o mesmo dia se repete, repete, repete… No caso de dezembro, é um turbilhão que te apanha no dia primeiro e te rodopia o mês inteiro. Nem adianta tentar fugir, você vai passar trinta e um dias repetindo tudo o que fez nos trinta e um dias do ano anterior: corre daqui e dali, confraternização da firma, dos amigos, dos colegas, da turma do parque, dos novos amigos.
Shopping lotado, supermercado umas mil vezes, decoração da casa, listas de compras, amigo oculto, arrumações sem fim. Comilança de mais, exercícios de menos. Esquece a rotina! Dezembro é quem manda e ele tem vontade própria.
E não é tudo. Li em algum lugar que em dezembro a gente pisca e gasta dinheiro. O problema é que piscamos várias vezes ao dia.
Daí a gente para, respira e pensa em tudo de bom que vem também com o final do ano.
Por aqui é inverno, dias frios e noites mais ainda. Convite perfeito para acender a lareira e tomar uma bebida quentinha ou um bom vinho.
Meias nos pés, edredom e filminho depois de um dia cheio.
Panetone e café pela manhã.
Preparativos para a noite de Natal, para o dia seguinte e planos de final de ano.
Volto a fazer a cama dos filhos que moram longe. Mesa cheia de novo. As refeições em família são outra vez momentos de muitas conversas e boas lembranças.
Aliás, todos os anos rimos da mesma história, de quando um dos nossos filhos abriu o carro e viu os presentes.
Ficou super triste por ter descoberto que o Papai Noel não existia. Eu tentei amenizar dizendo que ele continuaria a existir sempre e quando acreditássemos nele. O pai foi mais pai…”Não fica triste filho, ainda tem o Coelhinho da Páscoa!”
Já são todos adultos, mas o tal “Papai Noel” ainda nos visita no Natal e traz presentinhos.
E assim dezembro segue, ranzinza e carinhoso ao mesmo tempo. Quando ele passa, sentimos saudades, deste e de todos os outros que ficaram para trás.