Decidi fazer uma avaliação da pasta mais importante do Internacional nestes últimos tempos: o departamento de futebol. E cheguei a conclusões preocupantes. O Inter teve queda de qualidade nas posições mais importantes, tanto em cargos profissionais quanto naqueles ocupados por dirigentes que não são remunerados. E aqui está uma das razões para a ausência de títulos nestes últimos anos. O Inter perdeu qualidade em posições relevantes do seu futebol.
No comando técnico, a saída de Abel, em 2020, foi um desastre. Hoje o time está em boas mãos, com Mano Menezes. Lembro, porém, que até chegar em Mano a atual direção derrapou com Ramirez, Aguirre e Cacique e jogou fora um tempo precioso. E o Inter, e isto sim é importante, trocou o executivo Rodrigo Caetano por Paulo Bracks, ex-América Mineiro e já guilhotinado, e agora por William Thomas, ex-Avaí. Ou seja, diminuiu de tamanho. E fica pior, observem. Se um clube quer apostar num diretor-executivo sem tanta trajetória pois então que coloque um vice–presidência de futebol com experiência vencedora. O presidente Alessandro Barcellos nunca acertou o nome certo para esta pasta. Errou nas três indicações. João Patrício, Emílio Papaléo Zin e Felipe Becker nada acrescentaram. Todos sérios e abnegados. Mas simplesmente não entendem do assunto.
Mais problemas e decisões equivocadas. Depois de Paulo Paixão como coordenador técnico, o Inter teve Paulo Autuori nesta posição. Dois profissionais experientes, vencedores, consagrados. Agora entrou nesta posição Sandro Orlandelli, um perfil completamente diferente. Trata-se de um ótimo profissional, mas na área de estatísticas, dados, análises – e não faz o mesmo que Paixão e Autuori. A função exige habilidades que Orlandelli nunca precisou exercer.
O preparador físico Flávio de Oliveira saiu no final do ano passado para o Corinthians e hoje enxergamos um time que sente o desgaste da maratona de jogos. Quer mais? O Inter surpreendeu ao desligar o preparador de goleiros Daniel Pavan. Consequência: teve que resolver com o terceiro nome da hierarquia já que o segundo pediu demissão em solidariedade a Pavan.
O que esta análise significa? Que o Inter terá muito mais dificuldades para retomar títulos do que se imagina. Há exagero de profissionais sem biografia atuando justamente no departamento mais importante do clube – o futebol!