Existem expressões que até pouco tempo eram restritas aos segmentos de atuação profissionais. Na Gerontologia, ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e sociais, distinta da especialidade médica Geriatria, um conceito bastante tratado em todo o planeta é o “aging in place” que em tradução literal significa envelhecer no local.
Uma visão mais ampla deste significado nos conduz ao fato de que as pessoas estão vivendo mais, melhor e estendendo seu tempo de independência na velhice. O aging in place leva nossa atenção para dentro da casa das pessoas e das adaptações ou preparações necessárias. Mais seguras nos aspectos arquitetônicos, estruturais, de acessibilidade e de riscos. Envelhecer “no lugar” criou uma grande demanda de serviços e até de produtos que auxiliem o morador nas mais diversas situações.
Uma delas é o risco de quedas ou de intercorrências de saúde. Em Porto Alegre, a gaúcha Tecnosenior é uma pioneira no desenvolvimento de soluções que aumentam a independência do idoso e a tranquilidade dos filhos. Resumindo, o “aging in place” tem o olhar para dentro da casa, para o lar, para as necessidades de independência.
Quando começamos a mergulhar no mundo do consumo, comportamento e desejos dos novos 60+ há quase dez anos, percebemos a pouca atenção que este assunto tinha fora do segmento médico e assistencial. Faltava um olhar de marketing e foi o que acabamos construindo nos anos seguintes.
Em 2016, conseguimos entender que além da camada do aging in place, faltava uma camada que sensibilizasse o mercado, faltava o Aging in Market. O olhar das marcas, produtos e serviços sobre o consumidor que envelhecia dentro de casa, comprava fora de casa e não ficava mais tanto tempo dentro do seu lar como antigamente. Os novos 60+ são bem diferentes dos de 10, 15, 20 anos atrás. Tratarei mais sobre isso no próximo artigo.
O Aging in Market, conceito que criamos na SeniorLab, provoca e orienta negócios sob a ótica dos desejos nos novo 60+, características atitudinais, aplicação do Marketing 60+, Gerontodesign, Antropometria 60+ e ajustes das ferramentas que têm interface com os sentidos visual, auditivo, tátil, olfativo e paladar além dos aspectos cognitivos. O Aging in Market tem influência direta na Experiência deste consumidor e interfaces oferecidas sejam digitais ou não, como exemplo um cardápio de restaurante.
As marcas, produtos e serviços terão muito a ganhar no momento que se abrirem, entenderem, atenderem e venderem adequadamente para o consumidor 60+.