É o meu lamento contra a banalização da violência que nos desumaniza todos os dias. Está liberado para quem quiser finalizar…
…
Tá todo mundo louco, me’rmão!
É terror contra terror!
E no meio, sim senhor.
Morre criança inocente.
E o inocente cidadão
Morre a mãe, o pai e o avô
E a festa eletrônica
vira fúnebre sinfônica
Os deuses eles invocam
E em nome deles se matam
Falam em liberdade, encurralam sem piedade
Sem remédio, sem comida nem pra criançada
Cada lado dá seu motivo
Pra tanta mortandade
Mas o que fica, no fim, é só tristeza e saudade
Até em hospital tem explosão
Não precisa perguntar
Que lado mandou atacar
Todo mundo sabe
que, seja de que lado for,
ninguém vai pagar, não…
Tá todo mundo louco, me’rmão
E por aqui, é guerra, ou terror?
Tá tudo misturado
Polícia, tráfico e milícia
De dentro da cadeia,
Na boa, no celular
O chefão faz conferência
Na maior das indecências
Manda rifar os rivais
E na Barra (pesada) da Tijuca
Os “doutor” só queriam tomar uma,
Confundidos com miliciano
Morreu três…cheios de bala na nuca
Mais rápida que a polícia
A milícia sai na frente
Pra se mostrar competente,
O chefão manda matar
e mata o matador,
O alvo não era os doutor…
A milicia, mistura de bandido com polícia
Mete medo na cidade
E avisa a autoridade
Aqui no nosso time, errou pagou
E conta onde o presunto ficou
A polícia sabe tudo.
Nome, endereço e filiação
Mas nunca pega o chefão
Prende só o avião,
o guri sem certidão que só vê o pai no saidão
e quer um tênis boladão pra dançar no batidão
Tá todo mundo louco, me’rmão
O paulista desvairado, mal criado e mal amado
Sai pra rua amalucado
Chutando cachorro amarrado
E a dona, por acaso,
é irmã do magistrado…
Tá tudo registrado
Só falta prender o safado.
Pra terminar, você viu no Paraná?
A certeza da impunidade
Racismo e xenofobia
De envergonhar a humanidade
na boca daquele covarde
contra o jovem que o atendia
Tá todo mundo loco me’rmão
Tá todo mundo loco…