Quando Alessandro Barcellos foi eleito presidente do Inter, em dezembro de 2020, reacendeu a esperança na torcida colorada de que o jejum de títulos estaria no fim. As promessas de campanha do então candidato tinham como pilar a formação de um time competitivo, consequência de uma série de mudanças que seriam executadas no clube. Vinte meses depois a gestão Barcellos acumula fracassos, com direito a alguns vexames. São oito eliminações, algumas delas ingressando num grupo restrito da história vermelha de fiascos.
Na quinta-feira da semana passada, o Inter foi despachado da Copa Sul-Americano por um emergente adversário peruano. O Melgar, sem tradição alguma, segurou dois empates sem gols e teve competência nos pênaltis – o Inter errou três cobranças em quatro realizadas! A gestão liderada por Alessandro Barcellos colecionava até então os seguintes vexames: cair fora da Copa do Brasil para o Vitória, da Série C; ser eliminado da Libertadores pelo paraguaio Olímpia; levar 3 x 0 do pior Grêmio dos últimos 40 anos; perder para o time potiguar do Globo e assim cair fora da Copa do Brasil de 2022. Desta vez, um time do Peru, país que nem vaga para a Copa do Mundo alcançou, foi suficiente para jogar o Inter para fora de um torneio continental. Torneio este que era a prioridade do Inter nesta temporada.
Em um ambiente de melancolia, o Inter foca agora no Campeonato Brasileiro. Tentará, como consolo, chegar ao menos em uma vaga da Libertadores do próximo ano. Pouco para um clube sem conquistas representativas desde 2011. E quase nada diante das promessas da atual gestão que completa 20 meses à frente do clube. Barcellos está em seu quinto técnico, já implodiu um executivo, e dois vice-presidentes de futebol que sucumbiram diante de tantos fracassos. A ideia de ruptura, tão badalada em campanha, não deu certo. Tanto é que depois de inventar treinadores desconhecidos foi encontrar no convencional Mano Menezes o melhor momento do time. Mas até agora insuficiente para resultados sólidos dentro de campo.
Com a desconfiança do torcedor, que já não acredita mais nesta gestão, o Inter se encaminha para um final de temporada melancólico. Ontem, por exemplo, as torcidas organizadas protestaram no Beira-Rio. Vaiaram, jogaram pipoca, exigiram atitude e direcionaram o descontentamento especialmente em Taison, já que Edenílson estava fora do jogo. A vitória sobre o Fluminense, pelo placar de 3 x 0, recolocou o time na sexta posição na tabela. Mano pensou bem o jogo ao subir a marcação e anular o bom toque de bola do Flu.
Grêmio decepciona e tem semana importante
A atuação do time de Roger Machado, sábado, contra o CRB, funcionou como alerta. A derrota de 2 x 0 mostrou que o Grêmio segue instável, especialmente quando joga fora de casa. No próximo domingo, um jogo emblemático: o adversário será o Cruzeiro, líder e melhor time da Série B até este momento. Na tabela, a situação segue cômoda. O Grêmio está na terceira posição, nove pontos distante do quinto colocado, o Londrina. Não há motivo para muitas preocupações. Mas os indicativos são de uma necessária e profunda reformulação do grupo de jogadores para a próxima temporada.