Aquela antiga frase “Futebol é 11 contra 11” precisa ser atualizada. Funcionava com o sentido de dizer que o jogo se decidia dentro do campo, com aqueles atletas em disputa.
Mais do que falar o óbvio, estava-se enfatizando que não há jogo ganho previamente. Não importa se, no papel, na escalação, os jogadores de um time são considerados melhores do que os do outro.
A partida precisa ser disputada, e só as circunstâncias específicas que irão acontecer nos noventa minutos e no tempo de acréscimo é que determinarão o resultado. Uma frase que ouvi num comentário feito pelo Gérson, o canhotinha de ouro, tri-campeão com a seleção de setenta, é “o jogo é jogado e o lambari é pescado”.
Até aí, tudo certo. Essa lei do futebol segue valendo e vai definir o confronto para sempre. O que mudou foi o número de jogadores que definirão a disputa.
Ainda são 11 titulares contra 11, mas mudou o número de reservas que podem entrar e substituir os que começaram. Quando comecei a acompanhar futebol, o número de trocas se reduzia a duas. Isso lá pelos anos mil novecentos e setenta.
Em pesquisa numa matéria do site Lance, consta que a primeira vez em que foi permitido substituir um jogador durante a partida, e só em caso de lesão, aconteceu na Copa de 58. Até ali, a regra da Fifa dizia que, se um atleta ou mais de um se machucassem e tivessem que sair, o time ficaria com jogadores a menos.
Na Copa de 70, a Fifa passou a permitir duas trocas e por qualquer motivo. Só em 1995 o número passou a ser três. A partir de 2016, caso houvesse prorrogação, poderia haver uma quarta troca. E, em 2020, em função dos efeitos da pandemia na saúde dos atletas, passou-se a permitir até cinco substituições.
Desde então, um dos expedientes usados pelos técnicos é se valer, sobretudo no segundo tempo, da troca de quase meio time. Isso muda a dinâmica tática, mas também a física. Cinco boleiros com muito mais fôlego entram em campo. De tal modo que hoje futebol é 16 contra 16.
Vejo os comentaristas, principalmente os de youtube, que fazem várias postagens ao dia, quebrando a cabeça para adivinhar os 11 do time titular do Grêmio com a chegada das novas contratações. Mas deve se pensar num time de 16, 11 em campo e 5 prontos para dar mais força até o final da partida.
Arrisco então aqui, contando com os que estão lesionados mas vão se recuperar: Caíque (preferência minha para goleiro), João Pedro, Gustavo Martins (para dar mais juventude à zaga), Kannemann e Cuiabano (para dar juventude à lateral); Dodi (porque sabe marcar e jogar), Villasanti e Du Queiroz; Pavón, Diego Costa e Soteldo. E o batalhão de mais cinco substitutos, caso haja troca apenas para dar mais gás na segunda etapa: Gustavo Nunes, Nathan Fernandes, André Henrique, Cristaldo e Pepê. Sobra ainda o Carballo, que, recuperado, pode fazer a meia ou entrar de volante. Tem ainda o Jardiel, goleador da copinha, centroavante que falta acertar seu contrato. Dá pra encarar, né?