A perspectiva gremista para 2023 mudou de patamar com o anúncio de Luis Suárez, a maior contratação da história do clube. Para quem como eu imaginava que a nova gestão iria montar um time de transição, já que está emergindo da Série B, agora há uma outra ideia na Arena. Não há dirigente que pense em se reforçar com um jogador deste tamanho que não esteja projetando algo grande. Eu falo de títulos!
Quatro Copas disputadas, títulos no Nacional do Uruguai, Ajax, Liverpool, Barcelona e Atlético de Madri. Uma estrela do futebol mundial. Suárez desembarca em Porto Alegre nesta semana e carrega na bagagem a certeza de que o Grêmio retoma sua grandeza. Tão logo foi anunciado, no começo da tarde de sábado, as redes sociais bombaram a informação gerando uma euforia imensa nos torcedores. O Grêmio mostra que, definitivamente, voltou a pensar grande!
O time montado pela gestão Alberto Guerra é completamente diferente ao que esteve em campo nos últimos dois anos. A mudança de fotografia é da ordem de 70%. E vem mais, ainda que tenhamos um nome polêmico no radar. Me refiro a Douglas Costa, que na semana passada pediu ao presidente uma nova oportunidade. Não recomendaria esta aposta. Com apenas uma exceção: que aceitasse jogar pela dívida que o Grêmio tem com ele e que começa a pagar agora em janeiro. Quarenta e oito parcelas de R$ 150 mil. Isso e nenhum tostão a mais. Só assim valeria a pena, e com risco enorme de dar errado.
Impacto Suárez não muda estratégia do Inter
Sabemos que Suárez também foi oferecido ao Inter, que de imediato rejeitou o negócio. Nem a efetivação do reforço pelo rival altera os planos dos dirigentes colorados. O Inter não pensa em dar uma resposta. Vai manter sua política de reforços, com o objetivo de preservar as finanças do clube. Penso que foi errado sequer avaliar a possibilidade de negociar com Suárez. O Inter tem uma Libertadores pela frente e o time de 2022, embora competitivo, tem carências. E a principal delas está justamente na camisa 9. Suárez colocaria o Inter de Mano Menezes em outro patamar.
Não está fácil encontrar um centroavante e hoje o time colorado só tem um, digamos, confiável. Alemão foi uma ótima surpresa, evoluiu, mas não tenho convicção de que seja o nome para encarar a obsessão do clube pela conquista de um título significativo. Além disso, o reserva Mikael não passa de uma aposta, com suas dificuldades de entrar em forma e um longo tempo sem jogar em alto nível. O Inter tem seu time montado. Mas ainda precisa de algumas peças. A direção sabe disso e precisa agir.