Foi exatamente como Renato queria. Dirigentes do Grêmio no Rio, ele muito à vontade, até com o requinte de usar chinelos. E o contrato foi renovado até o final do próximo ano. Renato conseguiu avanços. Vai mandar em tudo que tenha relação com o futebol. Fez o presidente Alberto Guerra, o vice de futebol Paulo Caleffi e o diretor Antônio Bruno curvarem-se diante de suas exigências. E terá também seu maior salário nesta sua passagem pelo clube, acima de R$ 1 milhão por mês.
E não só a forma como acontece a renovação, mas também a maneira de anunciá-la falam muito sobre os poderes de Renato. No final da tarde de domingo, o Grêmio divulgou um vídeo em suas redes sociais tratando o assunto. E nele Renato sai de uma lâmpada, como se um gênio fosse. Ou seja, a nova direção gremista acredita nesta magia do treinador para virar a página e voltar a conquistar títulos.
Mais do que isso, no próprio site do clube há uma frase que mostra que as atribuições do técnico vão além de treinar o time. Na nota está escrito: “seu maior desafio será ajudar a promover a reconstrução do novo plantel gremista”. Ou seja, Renato vai mesmo, como ele vinha anunciando em entrevistas coletivas, decidir quem fica e quem sai do grupo de jogadores.
Há aspectos paralelos que precisam ser ditos para que se compreenda por que esta novata direção foi tão submissa às exigências de Renato. Depois de não conseguir a contratação do grande nome, Luizito Suárez, o presidente Guerra teve outras duas negativas impactantes ao longo da última sexta-feira. Cristiano Koehler, nome dos sonhos para ser o CEO do Grêmio, preferiu ficar no Palmeiras. E Rodrigo Caetano, convidado para ser o executivo de futebol, também disse não e permanecerá no Atlético Mineiro. Ou seja, a direção gremista foi ao Rio enfraquecida. Fechar com Renato mais do que um objetivo havia se transformado numa necessidade.