Até poucos anos atrás Portugal não despertava a atenção do mundo corporativo global. Mas quando escolheu tecnologia, ciência e inovação como prioridades para seu desenvolvimento, isso mudou. Em 2016, firmou parceria com o Web Summit, maior evento de tecnologia do mundo. E pisou no acelerador: Lisboa lançou a Fábrica de Unicórnios, investindo R$ 41,5 milhões, e Portugal vai investir R$ 450 milhões em startups e incubadoras.
Os resultados já são visíveis: 20% de todo o capital de risco investido globalmente passa por startups que vêm aqui a cada ano. Portugal é o país que tem mais unicórnios por PIB da Europa. E Lisboa é um dos destinos mais procurados por nômades digitais, trabalhadores remotos e startups do mundo.
Como diz o irlandês Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit: “Lisboa se tornou uma das cidades mais excitantes da Europa, lugar tolerante, pacífico, em inovação com um clima incrível, comida idem”. Tornou-se uma importante porta de entrada da Europa.
O Web Summit deste ano reuniu 71.033 participantes de 166 países, 2.630 startups, 1.120 investidores e 1.040 palestrantes, que falaram nos 24 palcos. Importante: 42% dos participantes e 34% dos palestrantes eram mulheres.
Para cá vieram empresas como Microsoft, AWS, Google, BMW, TikTok, Huawei, Accenture, e empresas de data science, gaming, VR & AR, energia, AI & machine learning, e-commerce, hardware, sustentabilidade, software, fintechs, entre tantas.
O Brasil veio com uma grande delegação e 80 empresas inovadoras. O brasileiro que mais se destacou foi KondZilla, mostrando suas iniciativas e recomendando
“nunca esqueça de se divertir no processo”.
Ao circular pelo Web Summit, me chamou atenção a grande quantidade de empresas de recursos humanos, sugerindo melhores condições de trabalho; startups de educação, buscando inúmeros nichos de mercado; e de sustentabilidade, oferecendo soluções para um planeta melhor.
O sucesso de Portugal reafirma o acerto do Rio Grande do Sul – e de Porto Alegre – ao apostar em inovação, com os inúmeros parques tecnológicos, o Pacto Alegre, o Instituto Caldeira, o Gramado e o South Summit, que despertaram muita gente para fomentar o empreendedorismo, principalmente em tecnologia.
Saí do evento com uma certeza: por mais incrível (e óbvio!) que possa parecer, inovar hoje, além de tecnologia (que é meio), passa por desenvolver pessoas, buscar formas diferenciadas de educar e, principalmente, de cuidar do planeta. É isso que o mundo está pedindo
Alfredo Fedrizzi é publicitário.