Última semana de 2022 e, naturalmente, estamos todos à espera do ano que vem pela frente. Afinal, é do ser humano olhar para o futuro e projetar metas e desejos. Ou, como diz a Gabi, é a expectativa de um ano “novinho em folha” para esculhambar.
Mas, pelo menos para mim, parece que este ano isso tudo está um pouco mais intenso.
Em primeiro lugar, temos um cenário global incerto. O medo constante de que a guerra na Ucrânia escale para um conflito nuclear, o combate ao aquecimento global que nunca engrena, a crise econômica que vem aumentando a desigualdade e a fome no mundo. Para 2023, podíamos ter saída para pelo menos uma dessas encruzilhadas.
No Brasil, a troca de governo promete um ano agitado a partir de 1º de janeiro, quando teremos um novo rumo para o País. E pouco importa em quem você votou e qual o seu grau de conexão com a política. A página vai virar e teremos um presidente eleito legitimamente e que assume carregando a esperança de muitos, a descrença de alguns e a contestação de uma minoria senil e reacionária. Leia-se, portanto, que cresce a esperança, mas seguem as discussões sem fim com gente que acha que nazismo é movimento de esquerda.
No futebol (algo que sempre me toma muito tempo), temos a Argentina no topo do ranking e uma Seleção brasileira eternamente sem técnico e com um monte de jogadores talentosos, ao menos para dançar, pintar os cabelos e vestir-se como rapper norte-americano, mas com gosto musical bem mais duvidoso. O que salva (espero) é a primeira temporada do Suárez no Grêmio.
Paralelo a esses temas amplos, minhas expectativas para 2023 passam muito – obviamente – pelas minhas pautas pessoais. São projetos novos e antigos, sonhos e desejos de todos os tamanhos e áreas. Por isso, há alguns anos, organizo minha lista de ano novo em três caixinhas diferentes.
A primeira lista inclui o que não fiz no ano anterior e que prometo fazer no próximo. Em 2022, pela primeira vez, com muito orgulho, consegui fazer tudo o que me propus. Pelo menos, comecei tudo, o que fez engordar minhas demais caixinhas: das coisas que comecei e que precisarei terminar ou continuar fazendo no ano seguinte.
Talvez seja isso que criou em mim um sentimento de que 2023 é um ano ainda mais chave, mais decisivo. Está tudo na mesa, não posso mais procrastinar ou me desculpar com “falsos argumentos” para não os concluir. Tá tudo aí e chegou a hora de mexer nas engrenagens.
Parece estranho começar um ano sem ter nada de novo que você queira fazer. É angustiante, mas é a pura verdade. Tudo que tenho para fazer depende diretamente de algo que já estou fazendo e que, agora, precisa ser concluído ou acelerado.
Acho que é isso que me faz concluir que já deu para 2022. Preciso agora que venha 2023, pois não tenho nada novo, mas muita coisa para fazer.