Maria não sabia, mas era uma contadora de histórias. Ela também não sabia que ao contar histórias estava costurando a colcha de retalhos da sua própria existência. Desde a infância, a escrita tinha se revelado como uma amiga próxima que ela encontrava todas as vezes que abria o cadeado do seu diário de capa amarela.
Maria não esperava, mas se tornaria uma viajante nesta vida. Ela também não esperava morar em outras cidades e outros países e conhecer tantos lugares diferentes. Porém, desde o primeiro momento passou a desenterrar verdades escondidas sob as camadas da rotina diária dos locais que visitava. E foi assim que Maria começou a colecionar histórias.
Ao observar a realidade dos lugares, com culturas tão diferentes e tamanha diversidade, ela descobria mais sobre si mesma e sobre a riqueza de perspectivas da existência humana. As sensações experimentadas em cada um destes destinos acabariam por ficar impregnadas em sua alma de uma forma ainda mais intensa do que as próprias fotografias que tirava.
Cada cidade, cada vila, cada caminho era um novo capítulo, uma nova oportunidade de mergulhar na complexidade da condição humana. Com seu caderninho e sua caneta Maria explorava os sentimentos que faziam pulsar seu próprio coração à medida que descobria novas culturas e estilos de vida. Viajar se tornou para Maria algo tão necessário quanto escrever. Contudo, nem sempre tudo acontecia no mesmo compasso.
Com a impossibilidade de viver na estrada, Maria passou a viajar nas suas próprias palavras e visitar locais criados na sua imaginação. Assim, Maria mantinha-se dividida entre sua rotina e seu sonho. De vez em quando ela unia suas duas paixões.
Nas ruas movimentadas de Hanói ou nos mercados vibrantes do Cairo. No azul das praias das Filipinas ou na vida imponente dos arranha-céus de Dubai, ela desvendava narrativas que transcendiam fronteiras. Como um quebra cabeças ela encaixava as peças do que havia imaginado com a realidade palpável.
O poder da escrita para Maria não estava apenas nas palavras, mas também na capacidade de conectar-se com a alma de cada lugar. Ela absorvia tudo o que podia entendendo que, em meio à multiplicidade, havia uma teia invisível que unia toda a humanidade. Cada história imaginada por Maria era um fio nessa teia, costurando laços de compreensão e empatia com aqueles que de alguma forma cruzavam o seu caminho.
Maria demorou a se dar conta, mas as histórias colecionadas e plasmadas em palavras no papel eram um eco das belezas e contradições de tudo o que via e vivia, de fora pra dentro e no caminho inverso também.
Um dia Maria percebeu que há Marias de sobra por este mundo. Marias que sonham em viajar além das fronteiras de suas próprias rotinas.
Maria então resolveu convidar outras Marias para o seu mundo e concebeu o Viagem de Mulheres. Maria agora busca conduzir outras Marias em jornadas não apenas geográficas, mas também interiores, combinando a paixão por desvendar novos horizontes com a arte da escrita como ferramenta de autoconhecimento, em um espaço seguro e inspirador para que cada uma possa descobrir, expressar e compartilhar suas histórias pessoais.
Essa Maria da história é a minha. E a sua, qual caminho quer percorrer?
Te espero no @viagemdemulheres
Com amor,
Pat (Maria) Storni
Foto da Capa: Freepik