Em feriados prolongados ou nas férias, Montevidéu é um dos destinos procurados pelos gaúchos, pela proximidade e por seus atrativos. Os arquitetos do Rio Grande do Sul, especialmente das localidades mais importantes do Estado, consideram Montevidéu como um exemplo de cidade quando o assunto é arquitetura e urbanismo. Qual o motivo que fez com que o olhar destes profissionais tenha se voltado para ela? Qual ou quais as circunstâncias que diferenciaram aquela cidade? Qual ou quais teriam sido os momentos pelos quais a cidade alcançou o patamar que a hoje a distingue? Em três artigos, pretende-se mostrar ao leitor como a cidade surgiu, evoluiu e se constituiu naquilo que hoje ainda a faz especial. Trata-se de oferecer ao leitor, amante ou ainda desconhecedor da cidade, elementos para que possa entender, usufruir e paulatinamente se enamorar pela capital uruguaia, provocando assim novas visitas e olhares sobre ela.
A cidade colonial
O processo fundacional da “Plaza de San Felipe y Santiago de Montevideo” (1724-1730), liderado por Bruno Mauricio de Zabala (1682-1736), deu-se com dois séculos de diferença da maioria das principais cidades da América Latina. O início do povoamento é resultado da defesa do império espanhol frente ao avanço português na região do Prata, com a fundação, em 1680, por Manuel Lobo (1635-1683), da Colônia do Santíssimo Sacramento, na margem oriental do rio, em frente a Buenos Aires. A escolha do sítio deveu-se a existência de uma baía em cuja entrada existia a chamada de península de San José. Nesta a cidade teve início. Primeiramente a ocupação do solo era desordenada e dispersa composta de ranchos provisórios, mas logo foi organizada. Entre as atuais ruas Solis (na época Santiago), Piedras (era San Miguel), Bartolomé Mitre (chamava-se del Pilar) e Cerrito (era San Luis), na atual região portuária da chamada “Cidade Velha”, o engenheiro Domingo Petrarca (1690-1736) traçou, em 1724, as primeiras vias (10m de largura) e quarteirões (85,90m x 85,90m). Dois anos depois, o traçado xadrez, característico da ocupação hispânica, seria mais claramente definido pelo engenheiro Pedro Millán (1662-1732), que ampliou para trinta e dois quarteirões, com os vinte e seis que acrescentou. O traçado das ruas era feito a “cordel y regla” (com cordas e réguas) (CHEBATAROFF & LOSTAU, 1998, p. 184). No seu ponto mais alto foram implantadas a chamada Plaza Mayor, a Casa de Governo [conhecida como “El Fuerte”, disposta de forma oblíqua em relação a malha ortogonal, projetada pelo engenheiro José García Martínez de Cáceres (1732-?), construída em 1768-1790 e 1808-1812, e demolida em 1880, onde hoje é a Plaza Zabala] e uma fortificação para protegê-la (chamada de “Forte Grande” ou “Cidadela”). Além da Cidadela, muralhas foram construídas adjacentes a esta para os sentidos norte e sul, compondo o seu sistema de defesa, construído entre 1741 e 1790. Atualmente são encontrados vestígios do sistema de fortificação na Rambla (vestígios do Cubo Sur), na Praça Independência (a porta da Cidadela) e na Rambla 25 de Agosto, entre as ruas Juan Carlos Gómez e Ituzaingó, duas das trinta e quatro casamatas originais, denominadas de “Las Bóvedas” (as abóbadas), datadas de 1794 a 1806, de autoria de José Pérez Brito (1753-1814), José del Pozo Marquy (1751-1832), Agustín Ibañez Matamoros [segundo Rolando Laguarda Trías, Agustín Ibáñez y Bojons (1771-1805), citado por Chebataroff & Lostau] e Bernardo Lecocq (1734-1820).
Outra edificação pública relevante do período colonial pelo seu destino foi o prédio do antigo Apostadero naval español del Río de la Plata, Patagonia y Malvinas, também conhecido como Aduana Velha (1776-1777), projeto do engenheiro Francisco Rodríguez Cardoso (?-1774). Ocupou dois quarteirões. Hoje sua delimitação é dada pelas ruas Zabala (acesso pelo nº 1583), Piedras, Colón e Rambla 25 de Agosto. Sua linguagem é neoclássica bastante simplificada.
Na Praça Maior (hoje Plaza Constitución, denominação recebida em 1830) surgiu, em função da religiosidade espanhola a Igreja da Imaculada Conceição, hoje Catedral de Montevidéu, cujas obras foram iniciadas, em 1790, cujo risco é atribuído por Guillermo Furlong S. J. (1889-1974) ao engenheiro militar português José Custódio de Sá e Faria (1710?-1792) – que anteriormente havia projetado no Rio Grande do Sul as igrejas matrizes de Viamão e de Taquari (GUTIÉRREZ & DURÁN, 2020, p. 117). O tecido urbano existente, com quarteirões logicamente subdivididos em lotes, ao longo do tempo passa a receber as construções definitivas, dentre elas casas com pátio interno com cobertura de açoteia de nítida influência canária (GAETA, 1992, p. 14).
No início do século XIX houve uma primeira investida no sentido de melhorar a qualidade da arquitetura local. Chegou a Montevidéu Tomás Toribio (1756-1810), egresso da Academia de Nobles Artes de San Fernando, de Madri, onde concluiu seus estudos, em 1785, tornando-se arquiteto das obras reais e trabalhando com Juan de Villanueva (1739-1811), que fora seu professor. Por ordem real de 20 de novembro de 1796, foi nomeado “Maestro Mayor de las Reales Obras de Fortificación de Montevideo” e posteriormente, indicado pelo governador Pascual Ruiz Huidobro (1752-1813) para ser o “Maestro Mayor de Arquitectura” de Montevidéu. Na cidade, além de realizar obras no sistema de fortificação para o qual fora designado, deu continuidade à construção da fachada da Catedral, projetou e deu início ao Cabildo y Reales Cárceles (1804-1869), de linguagem neoclássica, no lado oposto da Praça Maior, e sua residência, construída em 1804 (situada na rua Piedras, nº 526).
A cidade nova, a cidade republicana
Os autores chamam de “Cidade Republicana”, a Montevidéu que viria a se tornar a capital da nova República Oriental do Uruguai, em 1829, independente da Espanha. Nos seus primórdios, ainda estava restrita ao ambiente intra-muralhas. Poucas intervenções na área da arquitetura e urbanismo podem ser salientadas neste período. A mais significativa, sem sombra de dúvidas, foi a concepção e construção do Teatro Solis (1837-1856) (foto da capa), projetado originalmente em linguagem neoclássica pelo arquiteto italiano Carlo Zucchi (1789-1849), profissional que atuou na região do Prata, e construído entre 1842 e 1856. A obra esteve paralisada por uma década devido ao cerco da cidade na “Guerra Grande” (1843-1851). Sua sala de espetáculos tem o formato de ferradura, o que faz com que se acredite que o modelo foi o Teatro Scala de Milão (1778) (GUTIÉRREZ, 1992, p. 390). Não possuía as alas laterais que hoje ostenta. A fachada é fruto da assessoria prestada por Clemente César (1812-1869), arquiteto uruguaio formado na Itália (GAETA, op. cit., p. 23), que optou por um pórtico octastilo coríntio, aludindo ao Teatro Carlo Felice de Gênova (1826-1828), de Carlo Barabino (1768-1835), citado por Zucchi como obra de referência.
Após a independência, um decreto da “Honorável Assembleia Geral Constituinte e Legislativa”, datado de 1829, ordenou a demolição das fortificações da “Cidade Velha”. Esta se encontrava bastante densificada, precisava se expandir. Para tanto contava com o “ejido”, delimitado em 1727. Entenda-se por “ejido” ou “dehesa”, como designam alguns autores, a reserva de terras no entorno da cidade, destinada ao uso coletivo para pasto, extração de lenha, para o eventual crescimento da mesma, tradição medieval que desapareceu com a Revolução Industrial, como explica Glenda Pereira da Cruz (CRUZ, 2006, p. 156). O ejido de Montevidéu era delimitado por uma linha chamada de “El Cordón” (CHEBATAROFF & LOSTAU, op. cit., p. 183). Coube ao responsável pela demolição do sistema de defesa, o sargento-mor argentino José María Reyes (1803-1864) traçar a “Cidade Nova”, com cerca de cento e sessenta quarteirões, adjacente à “Cidade Velha”. Foi adotado o traçado xadrez, em 1836, partindo do divisor de águas que conformaria o eixo principal da ampliação, hoje conhecido como Avenida 18 de Julio, principal via de circulação. O perímetro ocupado pela Cidade Nova, hoje região central de Montevidéu, compreendia o perímetro definido pelas atuais ruas Ciudadela (passando pelo que viria a ser o centro da Praça da Independência), Galicia, Ejido e Avenida Gonzalo Ramírez (onde seria implantado o Cemitério Central). Se somariam a esta Cidade Nova uma série de núcleos urbanos próximos. Gaeta afirma que “a primeira barreira significativa, logo após a demolição das muralhas coloniais foi a linha de trincheiras da Montevidéu sitiada (1843-1851) no transcurso da Guerra Grande” (GAETA, op. cit., p. 15).
O interior da Cidadela, isto é, da fortificação, foi inicialmente mantido ao dar-se início à Cidade Nova, servindo provisoriamente de mercado. Seria demolida em 1878, para então conformar a praça apresentada inicialmente no plano do cordobês José María Reyes (1836), e logo depois concebida por Carlo Zucchi (1837). Gutiérrez a considera obra singular do arquiteto italiano e diz que “O eixo de transição em seu traçado para a Praça Independência se vincula às tradições burbônicas francesas com ‘fachadas homogeneizadas mediante pórticos cuja unidade rítmica comum a constituía uma arcada romana’, e inclusive, compreende o projeto de arcadas e recovas de Elías Gil, conhecidas por ‘La Pasiva’ ” (GUTIÉRREZ, op. cit., p. 390). A casa de Elias Gil, situada no lado sul da praça, lamentavelmente foi demolida em 1954-1955. Em 1860, Bernardo Poncini, na qualidade de “Mestre Maior de Obras Públicas (1859-1874), projetou um novo ordenamento para a Praça Independência que consistiu em mudar a unidade rítmica proposta por Zucchi, sem aplicação até aquele momento. Com a demolição do Mercado da cidadela (1877) surgiu finalmente a praça idealizada por Zucchi, com a contribuição de Poncini. Ainda hoje, apesar da renovação das edificações que compõem o entorno da Praça Independência – da décima nona centúria resta apenas o Palácio Esteves (1873) –, é a manutenção de pórticos no nível do passeio público o que oferece unidade ao conjunto e qualidade urbana excepcional ao local, verdadeiro ponto central de referência da capital uruguaia.
No plano de Reyes estava prevista uma praça no centro da Cidade Nova. Aparece com uma forma octogonal (se considerar as quatro vias que por ela passariam como lados, seria dodecagonal) no seu perímetro, sendo atravessada pela avenida (hoje 18 de Julio). Coube ao mesmo Carlo Zucchi projetá-la. O arquiteto deu então uma forma retangular ao perímetro, subtraindo áreas dos quarteirões adjacentes, definitivamente mantida. Em 1840 recebeu a denominação de Plaza de Cagancha, alusiva à Batalha vencida pelas tropas lideradas por Fructuoso Rivera. Até 1856 foi também chamada de “Praça das Carretas” por nela comercializarem produtos do campo. Sua planificação começou em 1867 quando para celebrar a conciliação entre partidos, se ergueu no seu centro a “Coluna da Paz”, concebida pelo escultor Giuseppe Livi (1830-1890) Foi o primeiro monumento de tal magnitude no país (GAETA, op. cit., p. 53). Em 1887 o monumento sofreu alterações para se transformar em símbolo da liberdade, sendo restituído em 1942, o símbolo original. Provavelmente o outro nome popularmente dado ao espaço de “Praça Liberdade” deve ter surgido neste momento.
O ajardinamento do espaço, em 1868, seguiu projeto da Direção de Obras Públicas; a avenida circunvalava o monumento e aos lados se dispunham quatro canteiros com palmeiras. Em 1912, na administração municipal de Ramón V. Benzano (1847-1932), foi solicitado um novo projeto ao paisagista francês Charles Thays (1849-1934). No projeto a praça ganhou uma estrutura unitária interrompendo a avenida e sua estrutura arbórea perimetral que ainda se mantém. O desnível da rua Rondeau foi superado por uma escadaria com dois ramos com guarda-corpos curvos com balaustrada, rodeando uma fonte em três níveis, que logo foi substituída pela escadaria atual, de caráter mais severo (Idem). A partir de 1939, por razões de trânsito, a praça voltou a dar passagem à avenida. No início do século XX a praça passou a ser enriquecida pelos edifícios notáveis no seu perímetro – vários deles centros da intelectualidade – que lhe deram caráter: o Ateneo (1897-1900), os palácios Jackson (1891, demolido em 1979), Piria (1916-1917), Chiarino (1922-1928) e Montero (1925, velho Café Sorocabana) e o Museu Pedagógico (1889). Em meados do século XX os cines Plaza e Central (1949-1953), inauguraram a presença da arquitetura moderna no recinto. Em 1994, a Intendência Municipal de Montevidéu procurou revitalizar o uso da praça. A circunvalação sul foi fechada e o espaço tratado para uso de pedestres. Assim, no lado norte ficaram as principais atividades culturais e comerciais e no sul, áreas de descanso e recreação. Na praça encontra-se o quilômetro zero nacional, incrementando ainda mais o significado de sua situação na trama urbana da capital do país. São a disposição particular com relação ao traçado xadrez onde as ruas confluem para os meios dos seus quatro lados e seu entorno qualificado pelas arquiteturas e as atividades culturais centrais, lhe dão um caráter próprio.
No período da Guerra Grande teve início a vinda de grandes contingentes de imigrantes, oriundos especialmente da Espanha, Itália. A população que nas vésperas do conflito tinha menos de 40 mil habitantes, chegou a 280 mil, em 1880. No período após o armistício, com o florescimento econômico, com a inserção dos países latino-americanos no mercado internacional, e dentre eles o Uruguai, que se destacou na produção de alimentos e matérias-primas, formou-se uma burguesia local. No caso do país vizinho, sobretudo a criação e exportação de gado (bovino e ovino) e o boom lanígero da década de 1860. Montevidéu tornou-se um forte centro econômico, graças ao seu porto, sendo também um entreposto para mercadorias dos países vizinhos.
Durante a Guerra Grande, nas imediações do Cubo Sur (hoje na Rambla Grã-bretanha), foi construído de costas para o rio da Prata, mas voltado para a cidade, o primeiro templo da igreja anglicana na América, o Templo da Santíssima Trindade, conhecido como Templo Inglês (1844-1845). A demanda para a sua construção partiu de um significativo contingente de estrangeiros de origem inglesa que tinham chegado a Montevidéu e praticavam a religião. Seu projeto foi encomendado a Antonio Paulliere, no estilo neoclássico. Para a construção da Rambla Sul, o templo foi demolido, em 1934. Hoje o Templo Inglês, que é a Catedral Anglicana de Montevidéu, reconstrução com características similares ao original, realizada em 1936, encontra-se próximo do local em que estava o templo primitivo, na rua Reconquista, nº 522. A construção atual é “composta pelo templo principal e edificações auxiliares recuadas integradas por um pátio. A estrutura espacial do templo se define por uma simples nave retangular, com uma capela absidal que lembra as “lady-chapel”, típica da arquitetura inglesa do século XVIII” (NÓMADA). As fachadas se inscrevem em um estrito academicismo neoclássico onde se destaca o pórtico tetrástilo de acesso, de estilo dórico, em granito vermelho.
No plano de Reyes para a Cidade Nova estava previsto um novo cemitério para a cidade. Já em 1835, começou a funcionar ainda que precariamente. Três anos depois, Zucchi chegou a elaborar um estudo que não teve continuidade. Só em 1858 teve início os trabalhos baseados na concepção de Bernardo Poncini, o projetista-diretor do Cemitério Central (1858-1863). No seu projeto, Poncini adotou um traçado ortogonal formando quatro quadrantes com plantas em xis. Ao centro, no encontro do eixo principal com o secundário, concebeu uma “Rotunda (Rotonda)” destinada aos heróis da pátria. Notável é também o pórtico principal, voltado para a avenida Gonzalo Ramírez, nº 1302, do mesmo autor. Nele estão enterrados alguns dos políticos e intelectuais mais importantes do país.
Os bons ventos que sopravam, permitiu a aquisição de edificações e mobiliário urbano em ferro, trazidos da Europa, algo que ocorreu do México ao Prata. Na metade de um quarteirão na costa norte da baía, na frente do porto, foi edificado o quarto mercado que a cidade teve, o chamado Mercado del Puerto (1865-1868). Sua estrutura metálica é de procedência inglesa (Union Foundry, de K. T. Parkin, de Liverpool) de onde foi trasladada e montada no local citado sob a orientação do engenheiro R. H. Mesures. A estrutura foi envolvida por alvenarias de tijolo, de autoria de Eugenio Penot. Sua entrada principal dá-se para a rua Pérez Castellano, no eixo que define a simetria da fachada, caracterizada por uma sequência de arcos de meio-ponto.
Superada a fase colonial, na qual a cidade velha, contida por muralhas de defesa, teve suas principais edificações foram concebidas por engenheiros militares ibéricos, a povoação que se tornou a capital de um novo país, pode se expandir. Surgiu a cidade nova. Definidas as intervenções principais inicialmente idealizadas por um militar, e concebidas e materializadas pelos profissionais da área da arquitetura, principalmente de procedência italiana, Montevidéu viveria no último quartel do século XIX e primeiro do século XX, uma forte influência francesa, oriunda da École des Beaux Arts de Paris. Este será o assunto do artigo que dará continuidade a este na próxima quinzena.
BIBLIOGRAFIA:
CHEBATAROFF, Fernando & LOSTAU, César J. Uruguay: la herencia ibérica en arquitectura y urbanismo. Montevidéu: Ediciones de La Plata, 1998.
CRUZ, Glenda Pereira da. América Latina: aspectos da formação da rede urbana colonial – dos séculos XVI ao XVIII. Revista Bloco (2), nº 2, Novo Hamburgo: FEEVALE, 2006, p. 148-161.
GUTIÉRREZ, Ramón. Arquitectura y Urbanismo en Iberoamérica. Madri: Ediciones Catedra, Manuales Arte Catedra, 2ª edição, 1992.
GUTIÉRREZ, Ramón & DURÁN, Luisa Rocca. José Custódio de Sá e Faria. Um engenheiro na América além das fronteiras. Buenos Aires: CEDODAL, 2020.
GAETA, Julio C. Guía arquitectónica y urbanística de Montevideo. Montevidéu: Editorial Dos Puntos, 1996.
LOUSTAU, César J. Influencia de Francia en la arquitectura de Uruguay. Montevidéu: Ediciones Trilce, 1995.
Templo Inglês. Montevidéu: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo / Nómada. Fonte: https://nomada.uy/guide/view/attractions/3840. Acessado em 1º de fevereiro de 2023, 23:40h.