Dentro de alguns dias desembarco na Jamaica. O filme ‘One Love’ não poderia tem vindo em melhor momento. Quando decidi o roteiro não tinha ideia de que o longa metragem chegaria às telas de cinema antes da data da viagem. Filme visto, curiosidade ainda mais aguçada.
A Jamaica sempre foi na minha cabeça um destino exótico e estereotipado, especialmente pelo reggae de Bob Marley e o consumo de cannabis, deixando claro aqui que essa questão das drogas era um ponto que me fazia ser bastante resistente em visitar o país. Porém, as praias de águas transparentes e a natureza exuberante são muito convidativas.
Não sou o tipo de viajante que planeja tudo “tin tin por tin tin”, gosto de curtir o “flow” e não me importo se tiver que improvisar ou mudar a rota em alguns momentos, contudo saber um pouco sobre os hábitos e a cultura do local é imprescindível, muitas vezes mais importante até do que um roteiro marcado por datas e horários rigorosos.
Por exemplo, já sei que “I’m good” será quase um mantra diário e deverá ser dito no caso de alguém oferecer cannabis ou outra coisa qualquer. Basta falar “I’m good” que eles respeitam e param de insistir. “Respect” também será bastante útil. Além de ser um pedido de respeito também é usada como cumprimento. Para completar a trilogia das expressões, “yeh man” é a gíria local para “beleza!”.
Na Jamaica o inglês é a língua oficial, porém eles abusam da linguagem coloquial e das adaptações do inglês da forma que nós conhecemos, por isso a compreensão pode ser difícil às vezes.
Muito além do Reggae
O reggae é indiscutivelmente o gênero musical mais conhecido associado à Jamaica, porém a ilha de Bob Marley é também a casa de vários outros estilos musicais como o ska, dub atmosférico, o dancehall e o calipso, só para citar alguns. Confesso que nunca tinha ouvido falar da maioria deles.
Cannabis
O uso da maconha, conhecida localmente como “ganja”, é um hábito enraizado na cultura jamaicana. Apesar das controvérsias e estigmas sobre o consumo, a cannabis está associada à espiritualidade, medicina e economia da ilha. E mais, a Jamaica está na vanguarda do movimento global de legalização da maconha medicinal e recreativa.
Rastafarianismo
O Rastafarianismo, religião rastafari ou movimento rastafari mistura elementos religiosos e políticos em torno Selassié que foi imperador da Etiópia.
Essa parte foi bastante explorada no filme.
O movimento ganhou força na Jamaica na década de 1930 e é uma parte essencial da cultura do país. Os Rastas promovem valores de paz, igualdade e justiça social com identidade única, permeando a música, arte e estilo de vida. A vestimenta tradicional é aquela larga e colorida e os dreadlocks nos cabelos também fazem parte da estética rastafariana.
Política
A Jamaica deve seguir em breve o mesmo caminho de outros países e deixar de fazer parte da Commonwealth.
O país já iniciou um processo de reforma da Constituição, datada de 1962, que levará a uma transição gradual de uma democracia parlamentar e monarquia constitucional para uma república parlamentarista. Ainda este ano deve ser realizado um referendo popular sobre o assunto. Quase todos o países que fazem parte da Commonwealth são ex-colônias do império britânico e tem a figura de Carlos III como chefe de Estado.
E a Brooke Shields, onde entra nesta história?
Lembra do filme A Lagoa Azul, com a Brooke Shields e Christopher Atkins? Então, há diferentes versões sobre os locais utilizados como cenário do filme. Sabe-se que maioria das cenas foram gravadas em uma ilha em Fiji, mas a Jamaica também tem participação na produção que foi a queridinha dos anos 80.
A “Blue Lagoon” da Jamaica fica perto Port Antonio. Tem um tom de azul intenso e com certeza é um dos locais que não abro mão de conhecer.
Pronta para “cair na estrada”, de mão inglesa, há de se destacar, vou com a certeza de que terei um monte de histórias para contar ao final dessa aventura.
Foto da Capa: Reprodução do Youtube