Todos gostaríamos de ser os melhores do mundo em tudo que fazemos. Deve ser muito prazeroso ser o detentor de trinta e sete recordes mundiais e oito medalhas olímpicas em sua parede. Mas nem todos são Michael Phelps. A triste realidade em que vivemos é que apenas uma pessoa sobe no pódio para receber a medalha de primeiro lugar, enquanto dezenas de competidores, que se esforçaram e se dedicaram, observam e refletem sobre não terem ganho. Mas como isso representa a nossa vida?
Da mesma forma que só existe um Michael Phelps, um Bill Gates, um Elon Musk e um Pelé, só existe um CEO em cada empresa. Mas isso não significa que todo administrador ou todo empresário precisa parar suas atividades e aceitar a triste realidade que nem todos seremos ricos e bem-sucedidos. Mas sim servir para entender o impacto que temos na sociedade e trabalhar com o objetivo de sermos a melhor versão que podemos ser, aceitando que nem todos são Michael Phelps.
Para essa reflexão, precisamos pensar qual o impacto de pessoas como Phelps, Pelé e Maradona, por exemplo. Precisamos entender qual a importância de referências para nossas áreas de atuação. Grandes atletas e grandes profissionais representam uma parcela pequena quando olhamos para o todo. Se formos analisar, a maioria dos jogadores de futebol profissional, por exemplo, não recebem valores exorbitantes ao mês ou andam de carros de luxo. São trabalhadores como todos nós com contas a pagar e metas a cumprir. Mas se Pelé não tivesse conquistado tudo que conquistou, milhares de outros jogadores não teriam sonhado em um dia ser o novo Pelé.
O mesmo vale para quando olhamos para as empresas. Se Steve Jobs e Steve Wozniak não tivessem começado uma empresa de garagem, chamada Apple, e trabalhado até serem uma das maiores empresas da história, quantos outros empresários de garagem nem teriam pensado em começar um negócio? Quantos empregos, rendas e famílias puderam se sustentar pelo simples fato de dois empresários inspirarem milhões a tentarem? Incontáveis.
A grande questão envolvendo tudo isso é entender que por vezes uma empresa bem administrada não será a maior empresa da história no ramo, mas será o fruto de renda e de sustento para diversas pessoas. Isso já é uma grande conquista. Ter a ambição e os modelos são fundamentais para termos um norte e termos uma ideia de caminho a ser seguido. Mas o objetivo final deve ser estabelecido tendo em vista que o modelo que vivemos exige que algumas empresas errem para que outras tenham sucesso. Essa é a realidade.
Outro exemplo, vivido nos últimos dias, é que ninguém gosta de trabalhar durante as festas de final de ano. O desejo de todos, ou quase todos, é passar o Natal com suas famílias e amigos celebrando a vida. Porém, se todos parassem para festejar, as ruas ficariam sem policiais, os hospitais sem enfermeiros e médicos e outros diversos serviços essenciais seriam interrompidos. Por mais que o desejo seja estar com a família, algumas pessoas precisam abdicar desse momento para trabalhar por todos nós. Isso é ter noção da importância do seu trabalho e do impacto social que podemos gerar, mesmo com pequenas ações.
Existe uma grande diferença entre aceitar a importância de sua função e aceitar o que muitos chamam de mediocridade, no bom sentido dessa palavra. Nem todos iremos viajar para as Bahamas durante o fim de ano. Ainda bem, pois temos diversos comerciantes no litoral gaúcho prontos para atender com maestria todos os turistas. Nem todos seremos Michael Phelps, mas todos podemos sonhar e impactar o mundo, assim como o maior nadador de todos os tempos fez.