O técnico do Grêmio teve um chilique na última sexta-feira, na coletiva após a vitória do Grêmio por 6 x 1 sobre o Novo Hamburgo. Renato reagiu forte às críticas que lhe foram feitas na semana passada quando ganhou um dia a mais de folga para descansar no Rio. Os jogadores folgaram de sábado a terça-feira, enquanto ele pôde voltar aos trabalhos apenas na tarde de quinta. Então, pergunto: qual o problema? da folga? e das críticas?
Não vejo nada de grave que o treinador tenha recebido um dia e meio a mais de descanso para ficar no Rio. Penso que há, por trás disso, uma sinalização de que Renato voltou aos tempos anteriores, em que fazia o que bem entendia. Mas vamos ao fato e não ao que eu imagino possa acontecer. Ele folgou e há jornalistas que criticaram. O que há de errado nisso? É infringir a constituição considerar que o Grêmio precisa trabalhar mais e dizer que o técnico deve estar presente? É uma análise profissional, cada um tem a sua opinião!
Há uma tentativa de blindagem dos protagonistas do futebol. O sujeito ganha mais de um milhão e duzentos mil reais por mês e não aceita ser criticado porque ficou no Rio enquanto os jogadores trabalhavam. Repito a pergunta: qual é o problema de um jornalista criticar um treinador de futebol por considerar demasiada uma folga de quatro dias e meio?
E então, muitas vezes, neste casos, surge uma defesa velha e antiquada de que se trata de uma crítica pessoal. “Ah, quer dizer que não posso folgar?”, argumentam. Claro que pode. Mas se o sujeito achar que foi demais ele também pode criticar, ora bolas. Isso não tem nada de crítica pessoal. É a opinião de quem considera que haverá algum tipo de prejuízo no trabalho. Simples assim.
Este mimimi invariavelmente acontece em dois setores do futebol: naqueles profissionais muito badalados e amados por suas torcidas, e com os dirigentes amadores, no sentido mais abrangente da palavra. Os profissionais, ídolos e quase sempre milionários, não aceitam ser criticados. Nem por seus desempenhos nem por suas atitudes. Os dirigentes, estes que ocupam cargos como presidentes, vice-presidentes, diretores em departamentos de futebol, também se protegem com este discurso de que, quando criticados, são críticas pessoais. Como se algum jornalista fizesse a crítica pela forma como eles educam seus filhos, se relacionam com os amigos, ou fazem o churrasco de domingo.
O futebol precisa ser mais profissional.
Em tempo: o desabafo de Renato também deve ser encarado como algo natural do processo. Ele não gostou de ser criticado e reagiu. Teve seu chilique. Normal. Faz parte. Bola ao centro.
O curioso e engraçado chilique de Renato Portaluppi
Técnico do Grêmio sofreu críticas de jornalistas e reagiu
Leonardo Meneghetti, jornalista com 35 anos de carreira, âncora de debates esportivos na Band desde 1994, também produtor de conteúdo digital no YouTube.
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