Depois de perder em Santiago por 2 x 0 o Inter deflagrou o projeto Colo-Colo. A missão é reverter a desvantagem no jogo de volta, nesta terça, e chegar nas quartas-de-final da Copa Sul-Americana. São quatro pilares que constituem este processo de mobilização, alguns já colocados em prática, e o mais importante deles em curso.
Começou com a pressão na Conmebol, em uma reclamação oficial do VAR que anulou o gol colorado marcado pelo garoto Estevão, no final da partida no Chile. O efeito prático disso é próximo ao zero. Mas, convenhamos, pode sim acabar criando um ambiente de pressão no árbitro desta terça-feira, que pensará duas vezes em lances duvidosos que possam prejudicar o Inter. O futebol tem disso!
Em seguida, o clube anunciou uma promoção para lotar o Beira-Rio neste segundo jogo, o que não vem acontecendo nestes últimos tempos. A ideia é criar um ambiente de pressão no adversário e contagiar a equipe colorada com este entusiasmo. O terceiro pilar do projeto Colo-Colo, fundamental inclusive, foi a decisão de colocar um time completamente reserva em Fortaleza, no empate em 1 x 1 contra o Ceará, no sábado à noite, pelo Campeonato Brasileiro. Sábia decisão de quem entende que há limites físicos neste time do Inter e que, além da viagem até a capital cearense, jogar sábado e depois terça seria realmente desgastante, especialmente aos atletas que já passaram dos 30 anos.
O Inter acertou esta estratégia de preservar seus titulares, ainda que isso não signifique certeza alguma na Sul-Americana. O empate em 1 x 1 foi interessante do ponto de vista da tabela, e preocupante diante de alguns jogadores que voltaram a falhar: o lateral Heitor e o centroavante Wesley Moraes mostraram que nem reservas podem ser!
E agora vem o ponto mais relevante do Projeto Colo-Colo: as conversas com os protagonistas. A direção do Inter, mais o técnico Mano Menezes, terão nestas horas que antecedem o jogo aquele papo reservado com jogadores que realmente tem a capacidade de decidir os jogos: Edenílson, Alan Patrick, De Pena e Gabriel, também lideranças desta equipe, além do reserva Taison, que jogou bem no sábado. A eles será dada missão de tentar resolver dentro de campo. E eles tem capacidade para este papel. Não será fácil. Mas o Inter tem condições de vencer por dois gols de diferença e levar a decisão da vaga aos pênaltis; ou mesmo alcançar uma diferença de três gols.
Mas precisará jogar bem mais!
O Grêmio se arrasta na B
O domingo foi de resultado melhor que a atuação do Grêmio. O empate com o Bahia, em Salvador, merece ser comemorado. O time de Roger Machado segue sem nenhuma criação no meio-campo, quase não entrou na área adversária, e teve no goleiro Gabriel Grando o grande destaque. O zagueiro Geromel também merece elogios, mas o fato é que, desta vez, nem o sistema defensivo funcionou. Ainda posicionado dentro do G-4 (zona de acesso a primeira divisão), o Grêmio terá agora duas partidas na Arena para tentar uma posição mais confortável. Encara o Náutico, na próxima sexta-feira, e depois a Tombense. Duas vitórias darão uma tranquilidade a Roger para a sequência do trabalho. Mas não se iludam: este time do Grêmio é tão ruim quanto as entrevistas do treinador e do vice-presidente de futebol após as partidas. Enroladas, cercadas de subterfúgios, sem objetividade alguma. O Grêmio é um clube perdido, com um time perdido, com dirigentes que estacionaram no tempo.
Ainda assim, tem condições de subir!