O futebol tornou-se um esporte tão competitivo, com tantos investimentos em performance, que não permite mais times desleixados. Ou o atleta se entrega, completamente, ou vai andar de mãos dadas com as derrotas.
O Inter perdeu, no sábado, para o Fortaleza, porque não estava focado. O Grêmio perdeu ontem, para o Santos, porque cometeu um erro juvenil contra o Santos.
Aos 44 minutos do segundo tempo, ontem, na Vila Belmiro, Santos e Grêmio empatavam em 1 x 1 com o time da casa mais ligado em campo, porque tenta sair da zona de rebaixamento. O Grêmio atacava e a bola estava saindo pela linha lateral.
Ferreira desistiu de acompanhar o lance e já se dirigia para a cobrança do lateral, apesar dos apelos de Renato à beira do campo. Mas a bola não saiu. E nenhum outro jogador do Grêmio foi atrás. Mas o colombiano Mendoza foi. Não desistiu. E armou o contra-ataque que originou o segundo gol do Santos.
Um erro impressionante. Uma atitude juvenil do atacante gremista que definiu a derrota gremista. E isso não pode ser aceito para um atleta profissional, que ganha um salário acima de R$ 700 mil. E que aceita desistir de um lance. Abandona a bola aos 44 minutos do segundo tempo. E seu time toma o gol.
No sábado, em Porto Alegre, o Inter entrou em campo fisicamente. Mas o foco já estava em La Paz, onde o time encara o Bolívar nesta terça-feira, pela Libertadores. Claro que a decisão do treinador Eduardo Coudet de mandar a campo um time com oito reservas contribuiu.
Foi um recado ao grupo de jogadores: este jogo aqui tem pouco valor. Não tem valor para o Inter. Mas teve para o Fortaleza, que ganhou. Com a derrota, o Inter caiu para 14º lugar na tabela e está apenas três pontos acima da zona de rebaixamento. Ou seja, Eduardo Coudet criou um ambiente de pressão para o jogo na Libertadores. A ameaça de rebaixamento passa a ser uma realidade para o Inter.