Quando dois times cheio de defeitos se enfrentam os detalhes é que definem o vencedor. Uma das grandes diferenças entre Grêmio e Inter é Suárez. Não especificamente pelos gols, ainda que ontem ele tenha feito um golaço que começou a escrever a vitória gremista. Suárez é o ponto de desequilíbrio deste time do Grêmio. Ele participa intensamente do jogo. Mas neste domingo na Arena houve um outro aspecto ainda mais relevante.
O Grêmio ganhou o Gre-Nal por 3 x 0 no que chamamos popularmente de pé-de-ferro. Ou seja, na força. Na dividida. Assim construiu os dois primeiros gols. Primeiro com Kannemann tirando a bola de Johnny na marra. Depois com Villasanti vencendo a dividida com Campanharo e Thauan Lara. Suárez deu assistência para Bitello marcar o terceiro. O Grêmio teve mais pegada que o Inter, mesmo com um jogador a menos em quase todo o segundo tempo, devido a expulsão de Kannemann.
E lembro aqui que os jogadores colorados promoveram pacto, tiveram concentração antecipada, treino secreto. Não adiantou. O momento do Inter é de enorme turbulência e esta derrota complica ainda mais a situação. Se é verdade que o Grêmio espanta a crise, o Inter afunda.
Não vejo que a vitória gremista mostra que está tudo certo no time de Renato. Há problemas que precisam ser resolvidos. O meio-campo marca pouco e os laterais são deficientes, defensivamente. Mas vencer o rival, com autoridade e enorme superioridade, pode ser um estímulo importante na recuperação da confiança.
O Inter, com esta derrota, mostra fragilidades impressionantes. E se não houver uma mudança completa de rota, o time vai conviver com a parte de baixo da tabela do Campeonato. Corre risco, inclusive, de rebaixamento. Os dirigentes colorados precisam entender que o momento é perigoso. Os sinais começaram a ser dados no Gauchão. Mas no Beira-Rio ninguém percebeu. Se não tomar providências agora, com mudanças que não se resumem à troca de técnico, o Inter vai viver um segundo semestre abraçado à calculadora.