Continuando o artigo que iniciamos na semana passada, vamos apresentar um relato de como o Pacto foi formado.
O Pacto Alegre, se orienta por seis Macrodesafios. São eles:
Talentos – Gerar, manter e atrair talentos.
Transformação urbana – Desenvolver ambientes inteligentes e criativos para viver e trabalhar.
Ambiente de negócios – Gerar um ecossistema inovador de classe mundial.
Imagem da cidade – Promover a imagem de uma cidade inovadora.
Qualidade de vida – Melhorar o bem-estar das pessoas em saúde, segurança, cultura e meio ambiente.
Modernização da Administração Pública – Qualificar e facilitar o acesso aos serviços para à população e para empresas.
Apresentamos a seguir uma transcrição do desenvolvimento desde os anos 90 até 26 de março de 2019, quando o PACTO ALEGRE é oficializado.
Do PAT ao Pacto Alegre: a inovação feita por muitas mãos
Desde a década de 90, Porto Alegre vem experimentando quatro importantes ciclos de projetos de amplo envolvimento da sociedade para transformar a cidade em um ecossistema de inovação de classe mundial. O PAT – Programa Porto Alegre Tecnópole (primeiro ciclo), o CITE – Comunidade, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (segundo ciclo), a Inovapoa – Agência de Desenvolvimento e Inovação para Porto Alegre (terceiro ciclo) e o Pacto Alegre (quarto ciclo).
Estes movimentos geraram um caldo cultural convergente e dinâmico entre pessoas, ideias e projetos na área de inovação. Ao longo dos quatro ciclos, diversos governos de diferentes partidos atuaram neste sentido (PT, MDB, PDT e PSDB), em sintonia e engajamento com segmentos acadêmicos e empresariais.
Primeiro ciclo
A década de 90 foi um marco para os ambientes de inovação do Rio Grande do Sul. Em 1995, a Prefeitura de Porto Alegre articulou uma ação que envolveu nove entidades da tripla hélice (FIERGS, FEDERASUL, SEBRAE, CUT, PUCRS, UNISINOS, UFRGS, PMPA e Estado do RS) no âmbito da Região Metropolitana de Porto Alegre, que culminou no PAT. O projeto envolveu um convênio com a França e teve como inspiração as tecnópolis do país. Foi liderado por Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre na época, e coordenado por Ghissia Heuser.
O início da década de 2000 foi marcado pelo surgimento do Polo de Informática de São Leopoldo, precursor dos ambientes de inovação do Estado. Em seguida, no ano de 2003, surgiu o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), em Porto Alegre, e em 2009, o Parque Tecnológico de São Leopoldo, junto à Unisinos (Tecnosinos). Ambos se tornaram referência nacional na área e foram premiados cinco vezes nos últimos anos como Melhor Parque Tecnológico do Brasil, pela Anprotec, pelo Sebrae e pelo MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação).
Na sequência, foram inaugurados o Parque Tecnológico da FEEVALE, em Campo Bom, na região metropolitana; e o ZENIT, Parque Científico e Tecnológico da UFRGS, em Porto Alegre. Ao longo desde período, as incubadoras e espaços de coworking se proliferaram na capital, tanto nas Universidades (CEI, HESTIA, ICBIOT e demais incubadoras da Rede de Incubadoras da UFRGS, RAIAR na PUCRS, ESPM, etc.), como nas iniciativas do governo municipal (IETEC e POA.HUB) e nos empreendimentos privados (Nós, Flowork, UFO, Área 51, etc).
Segundo ciclo
Na década de 2010, surgiu um novo movimento com amplitude semelhante ao PAT, mas com foco na cidade e liderado por empresários, o CITE. O grupo era formado por empreendedores de tecnologia e profissionais de referência nas áreas empresarial e acadêmica, liderados pelos empresários José Cesar Martins e Alfredo Fedrizzi, inspirados no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Eles tinham um propósito comum: modernizar o processo de desenvolvimento de Porto Alegre e, consequentemente, reposicionar a capital no cenário internacional de investimentos em inovação.
Terceiro ciclo
Reforçando o posicionamento de Porto Alegre na área de inovação, implantou-se uma estrutura capaz de impulsionar o tema na Prefeitura Municipal. Assim, foi concebida a Inovapoa, agência estruturada nos moldes de experiências internacionais de sucesso e implantada como parte do gabinete da prefeitura. Ao longo dos anos, esta ação foi protagonizada pelo poder público nos governos de José Fogaça e José Fortunati, tendo as gestões de César Busatto, Newton Braga Rosa e Deborah Vilela.
Quarto ciclo
Mais recentemente, no ano de 2018, por iniciativa das Universidades UFRGS, UNISINOS e PUCRS, foi criada a Aliança para Inovação. Em 2019, emerge o Pacto Alegre, reunindo os componentes da quádrupla hélice, impulsionados pela Aliança, em conjunto com a Prefeitura Municipal, e sob a liderança dos Reitores Rui Oppermann (UFRGS), Pe. Marcelo Aquino (UNISINOS) e Ir. Evilázio Teixeira (PUCRS), juntamente com o Prefeito Nelson Marchezan Jr, com a participação ativa dos empresários Aod Cunha, Marciano Testa e Nelson Sirotsky, tendo como referência o modelo de Barcelona.
Para celebrar o 4º ano do Pacto Alegre, será lançado um portal, onde você encontrará várias formas de participação da transformação de Porto Alegre em um ecossistema de inovação de classe mundial. Por enquanto, nos acompanhe aqui na Sler, no LinkedIn e no Instagram, onde você pode nos mandar mensagens.
Lembre-se: A inovação colaborativa transforma vidas!
*Ricardo Gomes é Head de Comunicação do Pacto Alegre.