Somos figurantes? Não exatamente. Mas candidatos à zebra talvez seja adequado. O Inter, pelo menos por enquanto, manteve seu time sem agregar qualidade. O Grêmio mudou completamente a fotografia. E era necessário que realmente impusesse movimentos tão drásticos. Não chego a me empolgar com as equipes da dupla Gre-Nal. Mas pondero que os times que iniciam a temporada 2023 devam ser diferentes daqueles que tentarão títulos ao final do ano. Além da atual janela de transferências ainda aberta (até abril), haverá outra possibilidade de reforços, na metade do ano.
Começo pelo Inter que, segundo anuncia a direção, ainda está em busca de pelo menos três reforços. Manteve a base, fez uma redução de folha salarial interessante, mas realmente precisa se qualificar. Com o time atual, por exemplo, não teve êxito na Copa Sul-Americana, em 2022. Bastou um peruano, o Melgar, para despachar o Inter, dentro do Beira-Rio, nos pênaltis. E, sabemos, a Libertadores tem outro nível de exigência. E no Campeonato Brasileiro? O Inter pode ficar na parte de cima novamente e desta vez efetivamente brigar pelo título? Só se reforçar o grupo. Faltam peças para Mano Menezes. No cenário atual, fica no primeiro pelotão. Mas talvez mais distante da primeira posição.
Há a Copa do Brasil, um torneio eliminatório de excelente premiação e que permite surpresas. Pode ser uma boa oportunidade para retomada de títulos do Inter. Mas não encaro com muito otimismo. O Gauchão é quase uma obsessão para a direção colorada que está em seu último ano de gestão e sabe que precisa minimamente retomar a hegemonia local. Entretanto, estamos falando de um campeonatinho da aldeia, cuja comemoração não passa do dia seguinte!
O Grêmio mudou sua perspectiva com tantas contratações, mas isso não significa esperar um timaço neste 2023. Claro, a chegada de Luizito Suárez cria um ambiente muito legal, agrega sócios, movimenta o clube, e também penso que significará boa resposta dentro de campo. Renato terá ainda que encaixar este time. O sistema defensivo já não é tão confiável e a média de idade do time, de quase 30 anos, preocupa. No Brasileirão, antes dos reforços, havia o temor de nova queda. Isso já não existe, o que também não significa brigar pelo título. Numa primeira avaliação, o Grêmio entra para disputar vaga na próxima Libertadores. Na Copa do Brasil o cenário é igual ao do Inter: tenta ser uma boa surpresa. E aqui, na aldeia, tem tudo para fazer bons enfrentamentos com o rival e quem sabe chegar ao hexa gaúcho.