Aviso: se você ama Silvio Santos, pare sua leitura aqui.
É que a cobertura feita pelos veículos de comunicação mostrou a obsessão nacional por Silvio Santos. Entendo que faltou na discussão crítica de sua figura não apenas a denúncia de seu caráter político, o que poucos comentaristas apontaram na sua relação com os militares, ou a denúncia de sua atuação como latifundiário, tudo praticamente apagado das narrativas. Aqui quero propor a discussão do caráter simbólico de sua trajetória: a de seu papel como peça chave na emergência das bases simbólicas da emergência da extrema direita no Brasil.
Se a ideia de que Silvio Santos ajudou a construir a memória de várias gerações está correta, é preciso ir então mais fundo nessa afirmação. Eu entendo que é preciso pesquisar mais sobre sua responsabilidade na criação de condições subjetivas para a emergência da extrema direita, já que o noticiário de sua morte parece ser mais produto de uma amnésia coletiva. Andreas Huyssein, em Seduzidos pela Memória (Rio de Janeiro, Aeroplano, 2000), coloca a questão: “E se o aumento explosivo da memória for inevitavelmente acompanhado de um aumento explosivo do esquecimento?” (Hussein, p. 18). Durante dois dias, os meios de comunicação nos fartaram com uma explosão de imagens do apresentador. Mas a memória apresentada de Silvio Santos que temos de seus programas não é apenas individual, é também coletiva. Ele fez parte ativamente do imaginário de gerações que, no Brasil dos anos 70, começavam a participar da sociedade de consumo. Foi um fenômeno público de proporções que merece ser interpretado historicamente porque foi um grande produtor de signos, de um caldo de cultura sem o qual é impossível pensar a emergência da extrema direita no Brasil. É exatamente isso que penso que esquecemos.
A extrema direita não surgiu do nada. Não saiu de um armário onde estava escondida de uma hora para outra. Ela foi gestada como o “ovo da serpente”: se no filme homônimo de Ingmar Bergman vemos os anos que antecederam o advento da Alemanha nazista, no Programa Silvio Santos vemos os anos anteriores ao advento da República Bolsonarista. Na minha interpretação, ele ofereceu as condições geracionais ou públicas que possibilitaram seu nascimento. Diz Huyssein que “é muito fácil argumentar que os eventos de entretenimento e os espetáculos das sociedades contemporâneas midiatizadas existem apenas para proporcionar alívio ao corpo político e social. A mídia não transporta a memória pública inocentemente: ela condiciona na sua própria estrutura e forma” (Hussein, p.22-23). O cientista político Luiz Felipe Miguel deu o exato contorno do lugar simbólico ocupado por Silvio Santos: o do empresário que transformou o mundo numa “cloaca”, que ampliou o universo das atrações populares tipo “mundo cão”, que nivelou a comunicação pública brasileira por baixo, que colaborou no embotamento do espírito crítico, que elevou a um novo patamar a humilhação para os pobres e o sadismo com as crianças e o que usou e abusou do racismo e da misoginia pelo uso aberrante de preconceitos, de fórmulas fáceis e de “apelo as piores características da psiquê humana”. Ninguém vê aqui a semelhança de suas características com o bolsonarismo?
Confesso que, logo que soube da morte de Silvio Santos, também me bateu tristeza. E, do alto de minha formação, eu vi isso como contraditório. Seria o cinismo ideológico definido por Slavoj Žižek em seu Um Mapa da Ideologia (Contraponto, 2007) se manifestando? “Eu sei de seus efeitos nefastos, mas ainda assim eu sinto sua falta”. Eu sei de todas as características simbólicas negativas que o envolveram, mas ainda assim, como parte da esquerda, nos primeiros instantes, me senti triste. Por quê? Foi aí que me dei conta de que minha memória também havia sido conquistada por sua figura. Os jingles, a música, os quadros de seu programa, tudo isso fez parte de minha infância. Henri Pierre Jeudy, em Memórias do Social (Forense Universitária, 1990), diz que “a memória deve ser conquistada” (Jeudy, p.16). A jornalista Marilis Jorge afirma que é elitismo criticar Silvio Santos e que devemos respeitar a memória afetiva dos telespectadores (Folha de São Paulo, 20/08). Discordo. Não é elitismo, é crítica social: os danos à memória importam. Olhamos o lado errado: Silvio Santos não teve sucesso somente pela conquista do mercado, ele teve sucesso porque conquistou a memória de várias gerações. Na conquista das consciências, seu programa ajudou a constituição de um tipo de patrimônio sedimentado ao longo dos anos, onde ele gestou e fortaleceu os elementos de uma memória coletiva arcaica, tradicional, atrasada, retrógrada e defensora dos que há de pior no ser humano. Sim, podemos até ter gostado dele, mas ele ajudou a fazer uma sociedade pior.
Quando nos perguntamos de onde saiu o esgoto da extrema direita, tínhamos a intuição, mas nunca soubemos dizer, que era também produto dos arquétipos assimilados na infância, dos preconceitos internalizados ao longo de gerações. Sua morte e o avassalador bombardeio de imagens que se seguiu mostrou que o patrimônio de uma nação não são apenas seus monumentos históricos, como diz Jeudy, mas também as relações entre o patrimônio cultural, as representações e as demandas sociais. Poucos autores se dedicaram no Brasil aos Estudos de Recepção, campo da Comunicação Social que estuda como as pessoas recebem e são afetadas pelo produzido pela mídia televisiva, entre eles Muniz Sodré e Lúcia Santaella. A memória da nação, inscrita nos monumentos e nas ruas, é apenas uma parte da sua memória: dela também fazem parte a cultura de massa nacional, contraditória, confusa e preconceituosa que emerge ao longo da história da televisão brasileira, seu principal veículo de massa a partir dos anos 70, onde Silvio Santos exerceu com sua programação a hegemonia do universo popular dominical.
Quando olho com nostalgia as recordações de seu programa e confronto com o que aprendi, vejo o sequestro de que fui vítima. Eu era uma criança, eu ainda não tinha a visão que tenho hoje, portanto, cedi à fascinação (Dieter Prokop) que a televisão exercia em seu processo de instalação no Brasil. Eu devia ter dez anos quando vi o programa Silvio Santos pela primeira vez, ainda em uma televisão preto e branco com bombril na antena. A continuidade do programa ao longo de anos teve o efeito de uma exposição alucinógena, não sabíamos a tortura psicológica a que éramos submetidos nas cenas de humilhação que víamos dos mais pobres presentes no programa. Eu não me dava conta de que ria de pessoas pobres como eu. Tempos depois, eu me dei conta de que a contradição estava em que seus programas afirmavam conquistar o mercado entre as classes populares ao mesmo tempo em que, simbolicamente, as desprezavam. Seria Silvio Santos o primeiro “aporofóbico” brasileiro? Sua contradição não seria a da produção da inclusão da pobreza pelo consumo ao mesmo tempo, da sua exclusão pelo simbólico? Adela Cortina, em “Aversão ao pobre: um desafio para a democracia” (ContraCorrente, 2020) afirma que encontra a chave do ódio social entre quem despreza e quem é desprezado no primeiro, argumento reforçado pelo depoimento Hildergard Angel disponível no YouTube sobre a relação de Silvio Santos com os artistas.
A cobertura da morte de Silvio Santos o desculpa pelas cenas que protagonizou nos tempos anteriores à emergência do “politicamente correto”. A expressão, originada na esquerda nos anos 70 para reduzir o uso contínuo de expressões pejorativas para mudar posições sociais, tinha eco nas práticas do apresentador no Programa Silvio Santos. Mas o termo foi nos anos 80 apropriado pela extrema direita para significar uma forma de censura e o próprio apresentador se referiu a ela como “mimimi”. Nos termos de Elisabeth Roudinesco, em A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos (Zahar, 2008), as imagens resgatadas dos seus programas colocam a questão: Silvio Santos era um… perverso? Nos termos da psicanalista, o perverso é aquele que se deleita com o mal e a destruição do Outro, lugar que entendo que se aplica a Silvio Santos pela forma como tratava a todos em seu auditório. Para a população pobre que ocupava o auditório do SBT, as “colegas de trabalho”, jogar um aviãozinho de dinheiro e vê-las se engalfinharem era um deleite. Roudinesco afirma que a experiência da perversão é universal e espelha parte de nossa humanidade que negamos. Quem vê crianças no recreio de uma escola pode ver cenas de perversão, hoje chamadas de bullying. Negamos, reprimimos, mas nossa perversão está lá. Silvio Santos a capitalizou, a transformou em fonte de renda do Baú da Felicidade, sem nunca se preocupar com os efeitos que produziu na mentalidade de uma geração.
Em Dispositivos pulsionales (Fundamentos, 1981), J.F. Lyotard analisa a dinâmica social das pulsões. Sua ênfase é nas pulsões agressivas de dominação que provocam destruição e morte. Silvio Santos foi um hábil manipulador de nossas pulsões, canalizando-as, ampliando-as. Essa perversão não veio à tona com o bolsonarismo? Entendo que sim, que o apresentador forneceu a forma ideal, os códigos de sua dinâmica cultural, os signos e a estrutura original de uma cultura de extrema direita. Seus valores pulsionais ficaram depositados no inconsciente social (Jung) à espreita de um político que as liberasse, como se fossem as prestações do Baú da (In)Felicidade. Não foi à toa a simbiose entre Silvio Santos e o bolsonarismo apontada por vários intérpretes no quadro A hora do Presidente e ao som de Brasil Ame-o ou deixe-o. Aos poucos, damo-nos conta disso e oferecemos resistência a esses valores, criticando o conteúdo humilhante dos quadros e as posições do apresentador em seu programa. Por isso, na expressão de Jeudy, o bolsonarismo “ressuscitou o que estava morto” (Jeudy, p.22), deu vazão a impulsos coletivos perversos que estavam lá porque foram também cultivados pelo programa dominical por gerações. Sua figura fez convergir diferentes forças perversas, um edifício que ainda precisa de uma etnografia que responda por sua demanda social complexa e equivocada.
Diz-se que Silvio Santos era um comunicador e não um artista. Entendo, ao contrário, que seu roteiro fazia parte de uma notável encenação. Seu discurso engraçado encobria uma tonalidade autoritária em trejeitos que ofereciam pouco espaço para a interlocução; seus recursos de linguagem ocupavam o espaço da fala, como apontou Adnet em comentário, outro imitador de Silvio Santos. Por que foi tão imitado? Porque constituiu um sistema completo de signos, criou estereótipos baseados em combinações tão rigorosas que ofereceram matéria de expressão (Suely Rolnik) que permitiram aos seus imitadores copiá-lo à exaustão. Vindo da pré-história da comunicação, o rádio ousou imitar o sistema de redes de nossas antenas de celular: seus imitadores eram como estações repetidoras. Repetidoras do quê? De sua marca, o que ele vendia era ele próprio. Ele transformou-se num monumento da comunicação, a obsessão de seus imitadores era com reproduzir os traços que tinham nele uma função simbólica e que se consolidavam em seus programas.
Silvio Santos ocupou nossas tardes de domingo. Como? Com um programa de auditório feito de jogos. De Qual é a Música ao Show do Milhão, Silvio Santos estabeleceu uma programação de domingo baseada numa combinatória móvel, criou um universo lúdico de consumo seguro para venda de suas mercadorias “estamos dentro de um universo flexível e curvo, onde não existem linhas de fuga”, diz Jean Baudrillard em Da Sedução (Papirus, 1991). A felicidade prometida pelo programa de domingo possuía uma função ideológica, era um mito que mascarava as contradições sociais, a máquina de alienação de uma época. O lúdico era o campo de Silvio Santos, mas não de qualquer prática, “é a estratégia dos jogos que regula a generalidade de nossas trocas; definindo-se pela possibilidade de prever todos os golpes do adversário e de dissuadi-los antecipadamente, ela impossibilita qualquer aposta” (Baudrillard, p. 179). Nesse mundo de solicitação publicitária, ele vendia-se a si mesmo por meio de jogos. Diz Hildegard Angel que era regra de Silvio Santos a cada nova atração, nenhuma poderia ser superior ao seu Programa de Domingo. Por isso, a troca constante de horários de programas, como o da Hebe Camargo, de Jô Soares e de outros contratados. O objetivo era sabotar a si próprio para reinar em seu reino com seu programa.
Silvio Santos era mestre em outro jogo: o jogo da sedução. Sua forma era um cálculo de apresentação. Sua estratégia era um discurso seguro. Baudrillard explora no jovem sedutor de Kierkegaard o estágio da graça e do encanto e se pergunta: “O sedutor não acaba se perdendo na estratégia, não a inventa para nela se perder? Acreditando-se senhor do jogo, não é a primeira vítima do trágico mito da estratégia?” (Baudrillard, p. 112). Aqui, a sedução baudrillardiana não é sexual, é mítica, a que faz com que seu personagem assuma a dimensão de sacrifício. Uma vez vivendo de um signo, morreu por ele. Na visão de Baudrillard, tanto o Diário de um Sedutor como o Programa Silvio Santos são o cenário de um crime perfeito: o da perfeição do artifício. Como nos ensina Malinovsky, seus gestos só fazem refletir, como num espelho, a inelutável necessidade de sacrifício do Outro. É o equivalente perverso do espelho suposto de que fala Sergio Miceli em A noite da madrinha (Perspectiva, 1982): enquanto o programa de Hebe Camargo produz um pacto afetivo existencial com seu público ancorado no caráter doce da apresentadora, Silvio Santos produz um pacto sacrificial com o mesmo ancorado no caráter sádico de seu apresentador. Nele, o telespectador é essa espécie de “Cordélia seduzida, entregue aos prazeres eróticos de uma noite e depois abandonada: [aqui é que] a sedução é um processo sacrificial” (Baudrillard, p. 115). A plateia de seu programa, como no sexo, é apenas um resíduo econômico do processo de sedução televisiva: a correria das colegas de trabalho do auditório aos aviõezinhos não passa da imagem especular da divisão de restos que existem na própria sociedade.
Éramos crianças e ficamos presos na armadilha de signos de Silvio Santos. Como apresentador, ele exerceu sua capacidade de sedução para gerações. “A estratégia do sedutor é a mesma do espelho; por isso, no fundo, ele não engana ninguém” (Baudrillard, p.117). Se em algum momento compartilhamos nossas emoções com as gafes do programa, com sua falta de tom, é porque em nós isso fazia algum sentido. E isso é uma revelação assustadora sobre nós mesmos. É o que chamo aqui “Silviosantismo Estrutural”. Como o Racismo Estrutural, ele é um conjunto de signos, imagens, falas, situações e práticas incorporadas em nosso imaginário que promovem o preconceito contra raças, contra a mulher, contra o pobre enraizado em nós mesmos semana a semana através de um programa de auditório televisionado e que, hoje, conscientes de sua negatividade, lutamos para rejeitar. Silvio Santos fez parte de uma indústria cultural que integrou o processo histórico de formação de consciências em nosso país, tanto como a escola e a família. Seu programa baseado em situações pejorativas para pobres, negros e mulheres ajudou a normalizar e interiorizar preconceitos na sociedade. Eles são difíceis de anular em nossas consciências, pois fizeram parte de nossa formação a que a televisão teve acesso, e se hoje lutamos contra elas é por que sentimos vergonha que escape – o ato falho freudiano – em nosso cotidiano a reprodução de situações racistas, antifeministas em nosso que lutamos para combater. É assim com toda luta estrutural.
Combatemos esses valores porque amadurecemos e percebemos que o Programa Silvio Santos não era um entretenimento saudável. Em Bom Entretenimento (Vozes, 2019), o filósofo coreano Byung-Chul Han aponta que as fronteiras entre realidade real e realidade ficcional, características do entretenimento, estão cada vez mais fluidas. O entretenimento afeta a realidade real, transforma o sistema social, marca sua presença. É verdade porque na era das redes sociais, para pertencer ao mundo, é preciso ser algo que entretém, como afirmam as “curtidas” pedidas nas redes sociais. Han retoma o argumento de Kant de A crítica da faculdade do juízo para caracterizar o entretenimento. Han afirma que Kant acrescenta o riso à esperança e ao sono que Voltaire diz terem sido dados ao homem pelos céus para enfrentar os muitos fardos da vida. Na sua concepção, o riso atualizado no entretenimento pode ser saudável ou não. O entretenimento nasce como sensação corporal, animal, sem acesso ao conhecimento, diz Han. O programa Silvio Santos agradava porque nos oferecia situações de mero gozo. Ríamos com os pobres que se apresentavam no programa de calouros. Era entretenimento instantâneo, “Ele não dá nada a pensar”, diz Han. (p.119).
É diferente de outros programas de entretenimentos mais “inteligentes” da grade de programação que, sob o lustro de uma piada, eram capazes de apontar para questões sociais. O sucesso de Marcelo Adnet como o de Jô Soares em muitos programas é porque deram um passo além, oferecerem uma dimensão cognitiva e não apenas corpórea ao riso, seja pela crítica disfarçada ao regime militar em personagens humorísticos de Jô Soares, seja na crítica disfarçada ao próprio sistema de televisão, como fez muitas vezes Marcelo Adnet. A passagem do entretenimento animal ao entretenimento espiritual nunca foi completada em nossa cultura. O entretenimento é saudável enquanto ele “balança o corpo curativamente” (Han, p. 123). É que o entretenimento tem um potencial cognitivo e, nesse sentido, curativo. O entretenimento oferecido pelo Programa Silvio Santos não. Nesse sentido, ele aprofundava a doença: “O entretenimento estabiliza, a saber, as relações sociais existentes; ele favorece a interiorização de normas, por mais que finja apenas entreter e divertir”, diz Han (p. 124). Isso pode ser visto porque seu programa não era espaço do sensível, mas do grotesco, como assinala Suzy dos Santos e Paulo Victor Melo em A pipa da TV não sobe mais? (Le Monde Diplomatique Brasil, 20/08), onde “o caricato, que se presta ao riso, bizarro, foi rapidamente associado ao brega e aos pobres”.
A conclusão é que se espera do entretenimento que seja saudável, que aprimore a alma. Silvio Santos, ao contrário, com seu entretenimento doentio, apenas alimentou durante décadas gerações com afetos negativos, espécie de massagem moral que transformava a tudo e a todos em um grande negócio. Não podemos aceitar a transformação da dor alheia em objeto de diversão-perversão. Nos termos de Han, Silvio Santos contribui para a constituição de uma perversa sociedade do desempenho porque seu entretenimento caricatural produz só degradação e desligamento espiritual de gerações. Sua morte deverá colocar mais uma vez a questão de como produzir belo entretenimento ou “o entretenimento por meio do belo”, nos termos de Han. Fim do cultivo de um mundo hedonista e individualista e sem consequências, fim da paixão por produtos de entretenimento sem sentido, fim do paradoxo que é desejar uma sociedade de iguais com produtos de consciência que pregam a humilhação e a vitória de uns sobre outros.
Foto da Capa: Palácio do Planalto / Wikipedia
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