O Prof. Luiz Garizi, especialista em comportamento humano e negócios, apresentou num Café Filosófico uma série de experimentos realizados por pesquisadores de diversos países sobre a relação entre comportamento humano e a felicidade. Achei muito interessante alguns resultados obtidos e compartilho aqui com você.
Num dos experimentos, uma pesquisadora dividiu um grupo de pessoas em três subgrupos. O primeiro assistiu um vídeo que provocava emoções positivas, outro que ressaltava as emoções negativas e um terceiro foi exposto a emoções nem positivas e nem negativas. Depois a pesquisadora chamou as pessoas e solicitou para elas fazerem uma lista de coisas que gostariam de fazer. As que assistiram o vídeo com mensagem positiva fizeram listas bem maiores. Ou seja, um pequeno momento de emoções positivas levou as pessoas a querer fazer mais coisas do que os que receberam emoções negativas. Enquanto elas assistiam os vídeos, foram analisadas o comportamento de três músculos que comandam as expressões faciais. O músculo corrugador, que fica entre as sobrancelhas, é ativado quando ficamos brabos, irritados ou estressados. O segundo músculo observado foi o orbicular do canto dos olhos, que entra em ação quando estamos sorrindo. O terceiro músculo foi o zigomático, conhecido como músculo dos sorrisos, que puxa os cantos da boca para cima. Depois de assistir os vídeos, as pessoas foram desafiadas a fazer uma atividade que exigia alto nível de atenção e de criatividade. O resultado foi que, quem sorriu durante o experimento, ou seja, que usou os músculos orbicular e o zigomático, se saiu muito melhor no teste. Um terceiro experimento mostrou que as pessoas ampliam o seu campo de visão depois de passar por emoções positivas e que a emoções negativas levam a pessoa a focar só no que está na sua frente.
Uma meta análise, que englobou mais de 200 estudos científicos, revelou que a felicidade é a causa e não a consequência do sucesso, como muitas pessoas acreditam. Portanto, não é quando tal coisa acontecer que eu serei feliz. Se eu sou feliz, as chances de acontecer o que eu desejo são muito maiores. O Luiz Gaziri cita outros estudos, entre eles o que demonstra que as pessoas expostas ao estresse tendem a distorcer a realidade.
Nós queremos viver mais e melhor e para isto fazemos exercícios físicos, cuidamos da alimentação, investimos em medicamentos, cosméticos, mas raramente cuidamos para evitar o estresse, pois ele parece inevitável. Gaziri diz que podemos escolher entre ser mais ou menos estressados e alerta para o seu impacto sobre o envelhecimento. Veja o estudo que analisou o envelhecimento celular de duas irmãs gêmeas, uma mais estressada do que a outra. Os cientistas descobriram que os telômeros da irmã mais estressada tinham uma aparência de sete anos mais velhos do que a irmã menos estressada. A genética das duas era a mesma, foi a quantidade de estresse que uma enfrentou que fez ela envelhecer mais rapidamente.
Será que a gente aprende a ser feliz? Segundo estes experimentos e outros estudos, é necessário fazer um exercício diário de ver coisas boas onde antes não percebíamos. No dia a dia existem mil razões para nos tornarmos pessimistas ou otimistas, depende do que queremos valorizar. Não se trata de fazer o “jogo do contente” ou de estar fora da realidade. Ser otimista e se sentir feliz no cotidiano melhora o nosso sistema imunológico, a nossa resiliência, a produtividade e evita o envelhecimento precoce. As pessoas que vivem uma vida feliz vivem cerca de 10 anos a mais do que as demais.
Como ser feliz num mundo em que nos deparamos com tantas tristezas, estresse, medo e ansiedade? Estes sentimentos fazem parte da vida. O melhor antídoto para isto é cultivar os nossos relacionamentos. Ao ser generoso e expressar a nossa admiração por outra pessoa, estamos alimentando um círculo de energia que faz as duas pessoas se fortalecerem. A amizade em qualquer lugar, especialmente no ambiente de trabalho, torna as pessoas mais felizes e mais produtivas. Já é comprovado cientificamente que sofremos influência do estado de espírito das outras pessoas e o nosso estado influencia outras pessoas. Em resumo, se temos amigos felizes nos tornamos mais felizes e, se somos felizes, tornamos outras pessoas mais felizes. Se você discorda de tudo isto, dê uma chance para você mesmo e tente aprender a ser feliz.
Café Filosófico – Tristeza e Felicidade, Luiz Garizi, veja aqui no Youtube