O sindicalismo e os trabalhadores brasileiros em geral vêm perdendo muito nos últimos anos. De 2018 até hoje, direitos, diálogos e avanços foram tolhidos destes grupos, que formam a grande massa do Brasil, incluindo e não esquecendo do âmbito estadual do Rio Grande do Sul. Disto isto, é inegável que há muito a ser recuperado de agora em diante. Retomar as questões trabalhistas em todos os níveis e modelos é uma necessidade urgente em um país que não vê melhorias consistentes desde 2013, quando teve a menor taxa de desemprego de sua história.
As perspectivas com a retomada de um governo preocupado com o trabalho, contudo, são animadoras se comparadas com os eventos políticos e econômicos dos últimos seis anos. Principalmente tendo em vista a fundamentalidade dos sindicatos na formação e desenvolvimento dos profissionais. É preciso, diariamente, lutar contra a opinião infundada sobre o sindicalismo. É fundamental para classes e causas que tenhamos uma organização séria na luta pela justiça e pelos direitos de cada um. Esse é o caso dos profissionais com mais de 50 anos que estão sendo escanteados no mercado de trabalho pelo simples fato de terem 50 anos ou mais.
Com o espaço político sindical e trabalhista sendo devolvido a quem tem o direito de falar, é hora de cobrarmos do novo governo que se atente novamente a estas áreas. Dar força aos sindicatos é dar força a quem está atento à inserção daquele segmento no mercado. Hoje o mercado exige que as pessoas tenham conhecimento nas ferramentas utilizadas pelas empresas, isso significa que quanto mais suas habilidades se diferenciarem estará mais próximo do perfil profissional exigido pelos novos tempos. Ampliando assim as chances no mercado de trabalho. Algo muito importante atualmente, é encontrar novas formas de pensar e agir, para garantir um futuro. O sindicato é fundamental para isso. Alguns fatores que podem estar atribuídos às mudanças são os diferentes ambientes de trabalho que passaram a fazer parte do nosso processo de transformação. Os profissionais devem estar preparados para se adequar às mudanças.
A reconstrução do Ministério do Trabalho é, sem dúvidas, o primeiro passo a ser dado, o qual já tem um belo horizonte em vista com a colocação de um nome técnico e experiente, de Luiz Marinho, já ministro do Trabalho e Emprego e ministro da Previdência Social no governo federal, entre 2005 e 2008, e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP). Retomado o ministério, as perdas da reforma trabalhista precisam ser revistas e as mudanças instituídas, analisadas novamente para, quem sabe, serem revogadas. A política de valorização do salário-mínimo também deve ser recuperada.
Por fim, mas não menos importante, o papel sindical constitucional deve voltar a exercer sua função, com seus direitos resguardados e garantidos. O diálogo entre patrão e trabalhador deve ter o sindicato como meio de arbitragem e, para tanto, a de ser subsidiado sem contestação quanto à sua óbvia importância.
Mesmo que o novo governo tenha um Congresso ferrenho e de minoria preocupada com o movimento sindical trabalhista, ou seja, com pouca voz e menos ouvidos ainda para nossas pautas, a de se crer que o Executivo lembrará dessa parcela tão importante da população.