Você sabe quem foi José Lutzenberger? Há poucos anos, muitos gaúchos conheciam José Antonio Lutzenberger (1926-2002). Porto-alegrense, filho de imigrantes alemães, agrônomo (UFRGS, 1947-1950), especializado em agroquímica (Universidade de Louisiania, 1951-1953), ramo no qual trabalhou boa parte de sua trajetória profissional, frequentava os meios de comunicação desde que constatou, na década de 1960, os danos ao meio ambiente causados pelas políticas agrícolas equivocadas. Tornou-se um importante ecologista, reconhecido internacionalmente.
Em 1971, José Antonio fez parte do grupo que fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), organização não governamental que teve importante papel em difundir a causa no nível local, nacional e até internacionalmente. Na entidade, Lutzenberger, pela sua conduta enérgica e combativa, alicerçada no seu interesse desde a infância pela natureza, e no preparo intelectual e científico desenvolvido ao longo de sua formação, tornou-se a principal liderança, despertando simpatizantes e seguidores, ao mesmo tempo, inimigos.
Deixou a AGAPAN em 1987, por entender que o aparelhamento político desvirtuava a atuação política da instituição, para dedicar-se à Fundação Gaia. Convidado por Fernando Collor de Mello, assumiu a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República do Brasil (15 de março de 1990 a 22 de março de 1992), deixando como um de seus legados a demarcação das terras ianomâmis, atualmente invadidas por garimpeiros que sordidamente atuam para poluir as águas da região e dizimar aquele povo indígena amazônico.
Sua atuação profissional foi reconhecida ao receber, em 1988, o The Right Livelihood Award (conhecido como o Prêmio Nobel alternativo, criado em 1980, pelo filatelista Jacob von Uexfull, celebrado anualmente no parlamento sueco, normalmente em 9 de dezembro, em Estocolmo). Como esta coluna geralmente trata de arquitetura e urbanismo, cabe lembrar que o primeiro vencedor deste prêmio foi o arquiteto egípcio Hassan Fahty (1900-1989), crítico da industrialização da construção, estudioso da arquitetura vernacular de sua região, em especial da artesania de tijolos de adobe, revitalizando o uso de técnicas tradicionais, incentivando e capacitando os habitantes de área rurais de seu país a produzirem seus próprios materiais de construção e construírem seus edifícios. Escreveu o livro Construindo com o povo – arquitetura para os pobres, publicado inclusive no Brasil, em 1982, pela editora Forense Universitária, do Rio de Janeiro. Pelo seu trabalho, Fahty recebeu também o Prêmio Aga Khan de Arquitetura (1981), o mais importante do mundo árabe, e a Medalha de Ouro da União Internacional dos Arquitetos (UIA), em 1984, uma das principais distinções da área em nível mundial.
Lutzenberger também foi agraciado com outras distinções significativas, como a Ordem do Ponche Verde (1988), oferecida pelo Estado do Rio Grande do Sul; a Ordem de Rio Branco (1990), do Governo Brasileiro; a Ordem do Mérito da República Italiana (1991), além de se tornar Doutor Honoris Causa pela Universidade São Francisco, de Bragança Paulista (1991); pela Universidade para a Cultura Agrícola de Viena (1995), na Áustria, e pela Universidade de Shandong, na China (2000).
José Antônio deixou duas filhas, as biólogas Lilly Charlotte, nascida na Venezuela, e Lara, que nasceu no Marrocos. Sua principal obra intelectual foi o livro Manifesto Ecológico Brasileiro: O Fim do Futuro?, lançado em Cotia, São Paulo, em 6 de novembro de 1976.
Lamentavelmente, na atualidade, um número cada vez menor de pessoas sabe quem foi este personagem. Menos ainda são aqueles que ouviram falar no pai do ambientalista, Josef Franz Seraph Lutzenberger, alemão, radicado em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, aqui também chamado de José Lutzenberger.
O Lutzenberger arquiteto
Josef Franz Seraph Lutzenberger (1882-1951), nasceu no dia 13 de janeiro, em um casarão no centro da localidade de Altötting, no oeste da Alta Baviera (Alpes do Oberbayern), que dista 15 quilômetros da fronteira com a Áustria, entre Munique (100 km), Passau e Salzburg (80 km). Havia pouco mais de uma década que a Alemanha fora unificada (18 de janeiro de 1871), tornando-se um império formado por diversos reinos, sob a liderança de Guilherme I (1797-1888).
A cidadezinha de Altötting é um local de peregrinação católica desde a Idade Média. Seus templos pertencem a Diocese de Passau. No centro da povoação encontra-se a Gnadenkapelle (Santuário da Graça ou da Misericórdia), que abriga em uma capela octogonal a imagem em madeira da Virgem Maria com o Menino Jesus (conhecida como a “Madonna Negra da Baviera”) que, segundo uma lenda do século XV, teria ressuscitado uma criança de três anos, que se afogou em 1489. A capela abriga ainda urnas de prata que guardam os corações de Ludwig II, “o louco”, da Baviera, bem como de duques da casa de Wittelsbach, que guarnecem a imagem de Maria. Ao redor do templo, ex-votos são expostos no pórtico envolvente. Os frades capuchinhos há séculos servem ao santuário. Um deles, Conrado de Parzham OFM Cap. (1818-1894), porteiro por mais de quatro décadas, foi santificado pela igreja católica por a ele serem atribuídas curas milagrosas.
Altötting recebeu primeiramente Giovanni Angelico Braschi (1717-1799), o Papa Pio VI, em 1782. Foi visitada em novembro de 1980, por Karol Józef Wojtyła (1920-2005), o Papa João Paulo II, acompanhado do Cardeal Joseph Aloisius Ratzinger (1927-2022), nascido no distrito de Altötting, na cidade próxima de Marktl am Inn, e que viria a ser o sucessor como Papa Bento XVI, cujo pontificado teve início em 19 de abril de 2005 e sua renuncia em 28 de fevereiro de 2013. Recém-eleito, Bento XVI retornou ao santuário, em 11 de setembro de 2006, oportunidade na qual doou o anel episcopal que usou como Arcebispo de Munique (1977-1982), objeto que foi colocado no cetro segurado pela Virgem Maria.
Merecem destaque na região central da pequena cidade bávara a igreja paroquial de linguagem gótica tardia, construída para acolher os peregrinos, a Basílica de Santa Madalena (1697-1700), no estilo barroco, concebida pelo jesuíta Thomas Troyer de Mittersill / Salzburgo, situada atrás do santuário, a Igreja de Santa Ana, e a Prefeitura / Câmara Municipal (Rathaus), no estilo neobarroco, datada de 1908.
Todas as edificações citadas, inclusive o casarão no qual nasceu Lutzenberger, envolvem a Kapellplatz, praça central na qual está inserido o santuário.
Josef Franz Seraph Lutzenberger foi o primogênito dos seis filhos do casal Josef Wilhelm Michael Lutzenberger e Magdalena Lemo. O pai era proprietário de uma livraria e editora, fundada pela família, em 1736. É bem provável que seu interesse pelo desenho e pela pintura tenham surgido na empresa familiar. José Francisco Alves afirma que o aprendizado infantojuvenil certamente se deu na gráfica e editora, onde adquiriu experiência no desenho, diagramação e tipografia (ALVES, 30/03/2024). Realizou seus estudos seus estudos básicos no real Ginásio Humanístico Bávaro de Burghausen, localizada a sudeste de Altötting, às margens do Rio Salzach, na fronteira com a Áustria. Lutzenberger formou-se pela Universidade Técnica Real da Baviera, em Munique, sendo diplomado engenheiro-arquiteto em 8 de agosto de 1906. Consta que teria trabalhado no Departamento de Obras da cidade de Wiesbaden e que teria estudado arte com os professores Polivka, em Praga (1910), e Reinhardt e Sesseguth, em Berlim (1911). Também teria realizado trabalhos para escritórios de arquitetura na Alemanha e na vizinha República Tcheca.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), como oficial da reserva, serviu na condição de engenheiro da 6ª Companhia Bávara de Pioneiros (1916-1918), do exército alemão, na França e na Bélgica. Fernando Corona escreveu que seu colega e amigo Lutzenberger calculava as bases de concreto dos canhões Bertha, na França, sem jamais ter sido combatente. Mesmo assim, registrou sua presença no armistício, em desenhos e aquarelas. Meia centena destas obras encontram-se no Museu Bávaro de Armas, cuja sede atual está em Ingolstadt.
A derrota na guerra gerou uma crise sem precedentes na Alemanha. A família Lutzenberger teve que se desfazer da empresa. O engenheiro-arquiteto, como seus colegas alemães, encontravam poucas oportunidades de trabalho. Isto o fez se candidatar a uma vaga de emprego no Brasil, mais precisamente, em Porto Alegre.
Josef Franz Seraph Lutzenberger partiu do porto de Amsterdã, na Holanda, em 14 de julho de 1920, no navio Gelria do Real Lloyd Holandês, em direção a Santos, no litoral de São Paulo, onde chegou em 5 de agosto. De lá embarcou no navio Itapema, chegando em Porto Alegre no dia 18 de agosto. Aqui se tornou um dos primeiros profissionais a aportarem com formação de nível superior. Trabalhou inicialmente na empresa Weise, Mennig & Cia., situada à Rua dos Andradas, número 369, contribuindo para qualificar as obras da empresa e ampliar expressivamente o número de obras da mesma (WEIMER, 1994, p. 193-194).
Neste período inicial destacou-se o projeto do Clube Caixeiral (1922), neobarroco, prédio construído na Rua dos Andradas, na quadra entre a Rua Doutor Flores e a Rua Vigário José Inácio. Lamentavelmente demolido em 1976.
Lutzenberger foi contratado pela Weise, Mennig & Cia., pelo período de cinco anos. Em 1922, deixou a empresa para se dedicar a uma demanda da comunidade católica alemã de Porto Alegre, ou seja, realizar o projeto e edificar a Igreja de São José (1922-1924). Tal obra, eclética, marcou o Centenário da Independência do Brasil e o Centenário da Imigração Alemã no país. Sem sombra de dúvidas, uma de suas melhores realizações.
Santa Cruz do Sul, pela importância que passou a ter, recebendo ramal ferroviário, foi elevada, em 1905, à categoria de cidade. Sua comunidade católica demandava a necessidade de construir um templo mais amplo. Dom João Batista Becker (1870-1946), Arcebispo de Porto Alegre (1912-1946), em visita pastoral ocorrida em novembro de 1922, propôs a construção de um novo templo. Lutzenberger foi um dos arquitetos que se mobilizaram para solucionar a questão. Na ocasião, propôs uma reforma da antiga igreja de São João Batista (1861-1863), concebida por Robert Dittrich e modificada por Luiz Manoel Martins da Silva, no estilo neobarroco. Como Dom João Becker decidiu pela realização de um concurso, em 1926, Lutzenberger apresentou uma nova proposta, ficando em segundo lugar.
Logo depois, o engenheiro-arquiteto alemão recebeu nova demanda de outra comunidade católica, para projetar e construir a Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga (1924), na cidade de Novo Hamburgo, localidade importante da região onde se desenvolvia o setor coureiro-calçadista do sul do Brasil. Valeu-se novamente do neobarroco, lembrando a Igreja de Santa Ana da sua cidade natal.
Em depoimento oral de Maria Magdalena Lutzenberger para a jornalista Cida Golin, foi na inauguração dessa igreja que José Lutzenberger conheceu Maria Emma Elsa Kroeff (1893-1969), filha de Jacob Kroeff Filho (1851-1926) e Maria Thereza Steigleder (1855-1936), com quem veio a se casar, em 20 de fevereiro de 1926 (GOLIN, 2001, p. 4-5). Desta união nasceram os filhos José Antonio (1926-2002), Maria Magdalena (1928-2017) e Rose Maria (1929-2021). José Antonio foi abordado na introdução deste artigo. Magdalena e Rose foram artistas plásticas formadas no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, instituição na qual foram docentes, e tiveram atuação profissional em Porto Alegre.
Ao deixar a Weise, Mennig & Cia., José constituiu a sociedade Lutzenberger & Fang, com sede na Rua Felipe Camarão, número 586, no Bairro Bom Fim, onde residia.
Antes de se casar, no ano de 1925, Lutzenberger realizou o projeto para a Igreja e o Convento de Santo Antônio dos Redentoristas (congregação religiosa católica fundada em Nápoles, em 1732), na Rua Ernesto Barros, número 1325, na cidade de Cachoeira do Sul, próxima a Santa Cruz do Sul. Novamente sua opção foi pela adoção da linguagem neobarroca. A igreja foi inaugurada em 31 de outubro de 1937.
Também, neste momento, elaborou o projeto para o Orfanato Pão dos Pobres (1925-1930), em Porto Alegre, uma de suas obras mais conhecidas.
Novas demandas surgiram envolvendo as instituições católicas na época em que se casou. Em 1926, realizou projeto para ampliar o Colégio de Nossa Senhora das Dores (1926), situado em terreno voltado para a Rua Riachuelo, número 124, no centro de Porto Alegre. No ano seguinte, foi chamado a Caxias do Sul, cidade de imigração italiana para realizar o Colégio de Nossa Senhora do Carmo (1927-1928), na Rua Os Dezoito do Forte, número 1754, na sua região central. Foi neste mesmo ano que Lutzenberger desenvolveu o projeto para a conclusão da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Caçapava do Sul. A igreja tinha sido iniciada em 1815, mas foi paralisada durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845). As obras foram retomadas em 1929, sendo concluída em 1935. A edificação foi classificada em 10 de setembro de 1985, como monumento de importância regional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) e encontra-se à Rua Doutor Borges de Medeiros, no Largo Farroupilha.
Logo depois, José Lutzenberger realizou o projeto de um hotel para Oscar Bastian Pinto (1928). Durante as tratativas, o cliente decidiu que queria transformá-lo em uso misto (lojas, escritórios, consultórios, depósitos e apartamentos). O arquiteto realizou esforços para adaptá-lo às novas necessidades, prejudicando a sua funcionalidade. Trata-se do Edifício Rosário, atual Bastian Pinto, à Rua Vigário José Inácio, número 433, esquina Rua dos Andradas. Com sete andares, foi o edifício mais alto projetado até então pelo arquiteto bávaro na cidade de Porto Alegre. O edifício foi construído entre 1928 e 1930. Importante destacar que desde a metade da década de 1920, em projetos residenciais, o arquiteto passou a usar bay-windows em seus projetos, intensificando a dinamicidade das fachadas por ele elaboradas. É deste mesmo ano o conjunto de edificações construídas no Bairro Floresta, hoje conhecido por “Vila Flores” (1928), situado na Rua São Carlos esquina Hofmann. Lutzenberger o concebeu para o mesmo cliente, como casas de aluguel, tema que desenvolveu no final desta década e no início da seguinte, como também comprova o conjunto de casas da Rua Gonçalo de Carvalho com a Rua Santo Antônio, para Oscar Bastian Meyer, de 1931.
Em novembro de 1930, apresentou na prefeitura o projeto que desenvolveu para a sua residência, em terreno adquirido, na época à Rua Dona Theresa, atualmente Rua Jacinto Gomes, número 39, no Bairro Farroupilha. Completava cinco anos de casamento, com três filhos, estabelecido e radicado em Porto Alegre, nada mais justo que oferecer um espaço condizente com as necessidades da família e ao mesmo tempo fixar definitivamente seu atelier. Construída a casa, em 1931, desfez a empresa Lutzenberger & Fang, passou a atuar profissionalmente de maneira individual.
Na primeira metade da década de 1930, realizou diversos projetos residenciais. Isto tinha ocorrido desde a sua chegada na cidade, mas se intensificou nesta época. As excepcionalidades identificadas foram a sede do Ginásio de Nossa Senhora das Dores (1935), na Rua dos Andradas, próximo do antigo Hotel Majestic, e a agência do Banco Pfeiffer S. A., na cidade de Lajeado, na área de colonização alemã do Vale do Rio Taquari.
A trajetória profissional de Lutzenberger como arquiteto foi concluída com o projeto e construção da sede da Associação Comercial de Porto Alegre. Trata-se do Palácio do Comércio (1936-1940). Indicado por um membro da diretoria da entidade para resolver o impasse criado com o vencedor do concurso que antes fora vencido por Fernando Corona, Lutzenberger desenvolve um edifício de dez pavimentos, sólido e imponente, no qual explora temas mais modernos, embora sempre tenha explorado linguagens mais ecleticistas. Predominam elementos no estilo Art Déco e do neoclássico monumental moderno que caracterizavam a arquitetura do período no contexto local, nacional e internacional. Na obra explorou o concreto armado, permitindo centralizar circulação e serviços no miolo da planta, liberando as fachadas para explorar usos variados, permitindo a adoção de uma funcionalidade definitivamente moderna. Também foi prédio pioneiro na exploração do ar condicionado central. Aliás, é impressionante a produção de registros gráficos elaborados pelo arquiteto para esta obra. São centenas de desenhos, a maioria agora pertencentes ao acervo da FEDERASUL. Para exemplificar, há dezenas de estudos apenas para definir como seriam realizadas as escadarias do edifício. Como o ar condicionado deveria ficar aparente no salão nobre, um número significativo de detalhes foi elaborado. Lutzenberger era obsessivo no detalhamento de suas obras mais importantes.
Se não bastasse a originalidade de suas obras que como foi visto transita entre o ecletismo historicista e uma protomodernidade, Lutzenberger não apenas realizava as plantas técnicas necessárias à aprovação de seus projetos. José Francisco Alves identifica algo peculiar na sua produção. “Os desenhos arquitetônicos envolviam também a execução de apresentações e registro dos projetos como obras de artes gráficas incomuns, ‘cartazes’ a nanquim, aquarela e têmpera, com emolduramentos e arabescos desenhados com o acompanhamento de tipografia única, por ele também desenvolvida. Uma forma de arte que tem referência em seu ambiente formativo europeu, em revistas de arte e arquitetura” (ALVES, 30/3/2024).
Além de artista plástico – tema que aqui não está sendo tratado, Lutzenberger também se dedicou ao magistério. Foi professor no Instituto de Belas Artes. Em 1938, um curso técnico de arquitetura passou a funcionar nesta instituição superior de ensino. No ano de 1945, tornou-se curso superior, aprovado pelo Ministério da Educação. Adiante, unificado com o curso de arquitetura da Escola de Engenharia, viria a constituir a atual Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1952). Nele, Lutzenberger foi professor de Geometria Descritiva e de Perspectiva e Sombras.
Respondendo o questionamento inicial, pai e filho nos deixaram um legado excepcional que merece ser preservado e difundido.
Não resta dúvidas de que José Lutzenberger foi, juntamente com Theodor Alexander Josef Wiederspahn (1878-1952), um dos profissionais que marcaram uma identidade germânica na arquitetura do Estado do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. É justa e importante a homenagem que lhe presta a UNIMED, através da sua Casa da Memória, situada à Rua Santa Terezinha, número 263, através da exposição intitulada “Lutzenberger Universal”, de palestras e visitas a obras que ocorrerão nos próximos dias, marcando o Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil. No sábado, 20 de abril de 2024, às 10 horas, no endereço aqui citado, o colunista, acompanhado do arquiteto Lucas Volpato, realizarão palestras sobre a arquitetura de José Lutzemberger. Compareça, querido leitor, e prestigie a oportuna programação proposta pela UNIMED, através de seu presidente Nilson Luiz May, e do espaço cultural liderado pelo senhor Salus Loch.
BIBLIOGRAFIA:
ALVES, José Francisco. Lutzenberger – o artista de dois mundos. Jornal Correio do Povo – Caderno de Sábado, Porto Alegre, 30 de março de 2024.
GOLIN, Cida. Crônicas com aquarela, a ironia e o cotidiano de José Lutzenberger. Jornal do MARGS, Porto Alegre, nº 68, p. 4-5, maio 2001.
WEIMER, Günter. Arquitetura em Porto Alegre e a Imigração Alemã. In: MAUCH, Cláudia; VASCONCELLOS, Naira (Org.). Os alemães no Rio Grande do Sul: Cultura, etnicidade e história. Canoas; Ed. ULBRA, 1994, p. 193-194.
Ilustração da Capa: Palácio do Comércio (1936-1940). Perspectiva elaborada por José Lutzenberger. Acervo FEDERASUL
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