Durante a juventude, especialmente na adolescência, cada pessoa acaba fazendo escolhas sobre o futuro. Seja a opção pelo curso superior que definirá a carreira a seguir ou a pessoa com quem se casar, é fato que as opções feitas nessa época da vida refletem fortemente em boa parte dela. Mas será que não é hora de os jovens começarem a planejar como será a sua “envelhecência”?
O termo, adotado pelo psicanalista Manoel Berlinck, descreve a fase da vida entre os 45 e 65 anos, que traz consigo a angústia de estar próximo da velhice, mas também desperta a segurança de quem já passou por quase tudo. E aqui é que se encontra o paradigma a ser quebrado: por que não é possível planejar, desde jovem, como será a sua velhice? Não precisamos mais esperar a chegada da aposentadoria para começar a pensar em como será desfrutada a maturidade. Não precisamos mais restringir esses planos a viagens ou apenas uma fase de descanso, a maturidade pode e deve ser encarada como uma fase ativa e produtiva – em todos os sentidos!
Falando especificamente sobre o mercado de trabalho, é preciso que os gestores também estejam abertos a receber em suas equipes pessoas com mais de 50 anos, por exemplo. Estudos comprovam que equipes com membros em diferentes faixas etárias são muito mais harmoniosas, mas é necessário estabelecer uma cultura de valorização da experiência, da sabedoria e do equilíbrio emocional, características dos profissionais sêniores.
Talvez a maioria ainda pense que o melhor é ir vivendo, deixando a vida e as coisas acontecerem. Mas de qualquer forma precisamos compreender que a envelhecência vai chegar para todos e, além de lidar e aceitar as transformações que ocorrerão física e mentalmente, podemos criar muito mais oportunidades se soubermos como queremos desfrutar desta fase, extraindo toda a bagagem positiva adquirida.
Muitos projetos e sonhos podem ser realizados na maturidade. O que precisamos ter em mente é que envelhecer é um processo natural. Respeitando alguns limites, é possível viver intensamente e talvez realizar muito mais projetos significativos do que em outras fases da vida.
Mônica Riffel é articuladora do spin Capital Humano, do Poa Inquieta, consultora em maturidade, co-founder e CEO da AmadureSer