O pacote de benesses “eleitorais-eiras” do Presidente-candidato à reeleição Jair Bolsonaro custa caro ao Brasil. É estimado em 60 bilhões de reais o custo dos favores em ano eleitoral. Com a redução do ICMS sobre combustível, diesel e gás de cozinha, que reduz em alguns centavos o preço nas bombas, tem seu custo empurrado para os Estados, que perdem receitas estimadas em mais de 100 bilhões de reais. A conta não é do presidente nem da União, mas dos Estados e municípios que usufruem deste dinheiro. No frigir dos ovos, mais uma conta para o consumidor e para o próximo governo, que autofagicamente realimenta a inflação para a casa da segunda decimal.
É preciso lembrar que a PEC das benesses teve votos de governistas e oposicionistas. Apenas o senador José Serra, que não é candidato, votou contra. E dele o diagnóstico: “É a PEC Kamikaze. Trata-se de bomba fiscal, viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e fura o teto de gastos”. Mas o que importa mesmo é agradar os eleitores e ganhar a eleição. Pensam assim governo e oposição, que apoiou a PEC sem pudor.
O pacote de bondades continua com o aumento do auxílio emergencial de 400 para 600 reais, por mês. Estima-se uma redução de receita de 28 bilhões de reais/ano, dos cofres federais. Aos Estados que já começam a reduzir o ICMS dos combustíveis para 17 por cento, em troca de redução de centavos nos preços das bombas, fica o furo de 100 bilhões de reais em receita. O aumento do auxilio-emergencial de 400,00 para 600,00 reais, incluindo mais 35 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza e custa aos cofres mais 21 bilhões. Aí chegam os vales gás e o auxílio camioneiro. Esses, considerado base eleitoral forte do presidente, embolsarão 1.000 mensais, mesada que agrada qualquer um. O vale-gás, destinando aos portadores do BPC (Benefício de Prestação Continuada), será de 120 reais a cada dois meses e custará outro 1 bilhão ao cofres públicos. O Botijão de 14 quilos, em alguns estados, já chega aos 135 reais.