O Web Summit é certamente o evento de inovação mais badalado atualmente. Desde a primeira edição – em Dublin, na Irlanda, no início dos anos 2000 – reúne profissionais e empresas do mundo todo e acaba transformando o local onde é realizado.
Como falei no artigo da semana passada, o Lisboa Web Summit está a transformar Portugal. Participo da versão lusa há 5 anos e, desde a primeira vez, vejo como o país evolui ano a ano. Não apenas ao receber os visitantes, mas sobretudo na maturidade do mercado local, na preparação dos seus profissionais e nos players que atuam a partir daqui.
A boa notícia é que, agora, é hora de voltar os olhos para o Rio, onde será a próxima edição. A cidade – e, de forma mais ampla, o Brasil – precisa se organizar para colher os frutos de atrair 70 mil pessoas altamente qualificadas para um único lugar, por uma semana.
É uma oportunidade única de internacionalização, mas é também um risco para as empresas brasileiras. Nossos players sempre foram muito voltados para dentro, sem grandes aspirações de ganhar novos mercados.
Certamente, o fato de já termos oportunidades enormes dentro de casa e uma grande representatividade quando falamos da América Latina, explica essa escolha. Mas a excelência de nossa entrega comporta voos mais altos.
Assim, o Rio Web Summit deve ser, no mínimo, um ponto de virada para quem desconhece seu potencial para a competição e os desafios internacionais. E uma possibilidade de criar uma nova cultura corporativa no mercado e tecnologia e inovação brasileiro.
PS: Se você ainda não foi em nenhum Web Summit, minha dica é chegar sem grandes expectativas de coletar conhecimento, ver palestras “matadoras” com os grandes nomes da indústria da tecnologia e da inovação.
Nada disso se realiza. Além de pouco profundas (apenas 15 min), são tantas coisas a acontecer em diversos lados e ao mesmo tempo que o que nos resta é sofrer por ter visto algo raso e por ter perdido algo que poderia ser “legal” em outra ponta dos enormes pavilhões que formam a área da expo.
Com o traquejo, vamos notando que o mais valioso do evento não está em cima dos palcos e tablados, mas sim nos corredores. São 70 mil pessoas – executivos, especialistas, produtores – dos setores que estão a promover as diversas revoluções digitais que estão a ocorrer em cada país ou região.